Capítulo 23- O que me pertence

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Anne entendia que a vida de um médico era mesmo assim, mas o problema é que passara tanto tempo sem ele, que só de pensar em não vê-lo crescia dentro de si uma ansiedade tremenda, e tinha que se lembrar que não era mais uma adolescente ingênua e sim uma mulher com suas próprias responsabilidades, que tinha por obrigação compreender e aceitar as restrições que o trabalho de seu namorado impunham em seu relacionamento. Por isso, seu coração bateu como louco em seu peito ao ver que ele tinha conseguido um tempo para lhe enviar uma mensagem, pois até falar no celular fora impossível naquela semana. Anne até tentara, mas, Gilbert estava sempre preso em alguma emergência que por fim desistira.

Ela abriu a mensagem que dizia:

"Oi, amor, está ocupada? "

"Não, estou apenas fazendo companhia ao Matthew. "

"Estou com tantas saudades de você que não vejo a hora de vê-la"

"Eu também. "

"Hoje, vou, conseguir ter a noite de folga. Quer dar uma volta? "

"Claro, mas você não está cansado? "

"Não para te ver."- Anne riu para si mesma,

"Onde quer ir? "

"Você escolhe. "- Anne pensou um pouco e uma ideia passou pela sua cabeça e ela responder:

" Podemos dar uma volta no lago. "

"No lago? Tem certeza que não quer sair e comer alguma coisa? "

"Não, só quero ficar com você. E o lago me faz relembrar nossa adolescência. "

"Está bem. Passo ai depois ]das sete para te pegar. "

"Vou te esperar. Te amo. "

"Eu também. Agora preciso, ir. Estão me chamando na emergência. Até mais tarde. "

"Até".

Anne colocou o celular do lado com um novo ânimo a invadi-la. Veria Gilbert aquela noite, e mal podia esperar. Que coisa louca era aquela. Até pouco tempo, nem conseguia ouvir falar no nome de Gilbert sem surtar, e agora estava ali toda derretida por ele, como se ele nunca tivesse ficado longe dela. Estar apaixonada era bastante complexo, mas maravilhoso ao mesmo tempo, e esperava que aquele sentimento que a fazia ter vontade de voar nunca desaparecesse de seu coração.

Ela deu mais uma olhada em Matthew e percebeu que ele dormia profundamente. Fechou as cortinas e saiu do quarto cuidadosamente, tentando não fazer nenhum ruído. Depois desceu as escadas e foi até a cozinha para ver se Marilla precisava de sua ajuda para o jantar. Encontrou-a tirando uma torta de carne do forno, e perguntou toda animada:

- Precisa de ajuda para alguma coisa, Marilla?

- Não, Anne. Está quase tudo pronto.- a velha senhora olhou para ela atentamente e perguntou:

- Aconteceu alguma coisa? Seus olhos estão brilhando tanto.

- Está tão na cara assim, é? - Anne perguntou sorrindo envergonhada.

- Bem, nos últimos dias você tem se mostrado um pouco triste, e tem consultado seu celular de dois em dois minutos, então, vendo essa sua súbita alegria, só posso pensar que você conseguiu falar com o Gilbert. – Marilla concluiu sorrindo.

- Sim, ele conseguiu uma folga do trabalho hoje à noite, e me convidou para sair.

- Que ótimo, pelo menos assim você sai um pouco de casa. Você veio aqui para descansar, e tudo que tem feito é ser enfermeira daquele meu irmão teimoso. Já te disse, que uma moça jovem e linda como você precisa se divertir, ainda mais agora que tem um namorado.

Anne with an e- Corações em jogoWhere stories live. Discover now