MINHA SALVAÇÃO (Concluído)

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Christian

Estamos na igreja fazendo o último ensaio para o nosso casamento que será amanhã. Ana está muito nervosa e estou o tempo todo ao seu lado tentando diminuir sua ansiedade. A organizadora Soraya nos pede para repetirmos novamente e quando me posiciono com Vera ouço uma voz conhecida e não agradável.

– Christian!

Na porta parada ao lado de dois seguranças esta Elizabeth Smith. O que minha tia faz aqui? Ela está com os olhos cravados no meu braço quase fuzilando Vera com os olhos.

– Como você pode fazer isso comigo? Colocar uma empregada para ocupar meu lugar! Meu lugar! Quem tem que entrar ao seu lado na igreja é eu. Filho...

Que merda ela pensa que está fazendo!

– Não me chame de filho. E não ouse insultar Vera. Ela é muito mais da família do que você um dia sequer foi. Não sei como conseguiu entrar aqui com todos esses seguranças aí fora, mas faça um favor a si mesmo, dê meia volta e volte para o lugar de onde veio. Você não é bem vinda aqui, não quero você perto de mim.

Era só o que me faltava. Já estava sem paciência para seu preconceito infundado e depois da sua última ideia que quase me matou, minha paciência se foi. E ter que a ouvir falando esse monte de barbaridades com Vera não vai ajuda-la em nada.

– Ela é uma empregada Christian. Não faz parte do nosso mundo. Somos Grey's, Christian. Temos um sobrenome, não nos misturamos com...

– Faça-me o favor Elizabeth! Você não é, nunca foi, e nunca será uma Grey. Quando irá parar com essa obsessão? Não ouse em rebaixar e humilhar essas pessoas, pois eles são melhores que você. Não me venha com essa baboseira de classe social, pois isso me dá náuseas.

Sinto Vera tirar sua mão do meu braço e se afastar, vejo que ela está indo para perto de Jeremy. Meu sangue já esta fervendo. Estou quase indo no pescoço dela. Sinto a mão de Ana na minha e isso acalma um pouco o vulcão que está se formando dentro de mim.

– Ela é uma empregada sim. Uma serviçal que agora pelo visto também é uma rouba maridos. Uma vagabunda que nem respeita sua casa. Pelo que vejo você transformou a casa dos seus pais em um puteiro. Vejo até seus seguranças se dando bem. O que é? Fazem orgias também lá? É nisso que dá se envolver com gente sem classe.

Como é que é! Estou em choque com suas palavras. Ela não disse isso. Eu só posso ter ouvido errado.

– Mais respeito com minha filha e com seus amigos. Nós não temos dinheiro e nem nascemos em berço de ouro, mas somos dignos, honestos e respeitamos uns aos outros. E a senhora que se acha a primeira dama sendo que mandou envenenar o próprio sobrinho tramando para separa-lo da minha filha. Uma encenação que por pouco não o levou a morte. Se for esse o jeito que pessoas da alta sociedade vivem, prefiro continuar sem classe como você diz.

Ao ouvir a voz do Ray sou despertado do meu choque e então percebo que não ouvi errado coisa nenhuma. Suas palavras venenosas dançam na minha cabeça e sinto meu corpo tremer de raiva.

– O que vocês estão fazendo que ainda não tiraram essa mulher daqui? – Pergunto encarando os dois seguranças estúpidos que parecem perdidos em meio ao fogo cruzado. Eles parecem despertar e tentam segurar Elizabeth pelo braço.

– Não ousem tocar em mim.  Eu vou embora. Você não deveria me tratar assim Christian. Não deveria mesmo.

– Esta me ameaçando Elizabeth? – Era só o que estava faltando ela fazer. Ter a ousadia de me ameaçar.

– Não. Estou apenas te dando um aviso. Não faço ameaças. Não sou esse tipo de pessoa. E quanto a você Jeremy, vá sonhando que darei o divórcio. Se estiver pensando que irá me trocar por uma empregada está muito enganado. Está pensando que irá me humilhar assim? Você não perde por esperar. Vá aproveitando essa oportunidade sua empregadinha. Afinal você sempre o quis. Ou você acha que nunca vi seus olhares para ele quando eu ia visitar minha irmã! Como eu tentei te tirar daquela casa. Mas como tentei. Mas nada convencia minha irmã e ainda tinha você – ela olha e aponta para mim e só vejo ódio em seus olhos – que abria o berreiro por essa coisa patética.