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Christian

– Alguém quer me falar o que está acontecendo aqui? O que vocês estão me escondendo? Se alguém aqui presa por seu emprego acho bom começar a falar. – Berro dentro daquele quarto não acreditando que não vi isso, e pior, não acreditando que meus seguranças mentiram para mim. Mas logo o Santiago, ou melhor, dizendo Raymond, começa a se pronunciar.

Ele conta toda a sua vida e eu só continuo ali de pé ouvindo tudo calado. Minha cabeça está absorvendo cada informação. Em alguns momentos ele parava um pouco e ficava olhando para Ana e Miguel e minha vontade era o mandar continuar. Confesso que algumas vezes não me segurei, mas eu queria mesmo era saber de toda aquela história.

Quando ele me diz que contou tudo para Welch eu apenas o encaro, " Vamos ter uma conversa seria sobre me esconder as coisas".

– Não foi fácil tomar essa decisão, sei o que está em jogo aqui. – Fala Welch e sei que ele esta temendo minha reação. É para estar mesmo. Esse filho da mãe é meu chefe de segurança, tem que me manter atualizado sobre tudo a minha volta, e não me esconder às coisas. Mas vamos ver qual será a desculpa.

Ele vai narrando os acontecimentos inclusive o de ter tido acesso ao quarto de Ana enquanto ela estava em coma e ter conversado com ela.

– Eu tive algumas lembranças da minha infância ainda quando estava em coma. Não lembrava direito, era só flashs, mas agora tudo faz sentido. – Fala Ana, e talvez tenha sido isso. Talvez tenha sido ele quem despertou as lembranças dela. Talvez a voz dele a tenha levado para seu tempo quando criança.

Ele segue falando sobre tudo e inclusive sobre o final de semana que fomos para o jogo e tomamos um porre. Cacete, tomei um porre na frente do meu sogro, e ainda nem tive a chance de perguntar ao Taylor que merda falei tanto.

Fico ouvindo o jeito que ele fala com Miguel e algumas coisas que falamos enquanto estávamos de porre. Eu sabia que Miguel era carente de um pai, mas acho que a bebida o fez colocar para fora toda a carência que sentia e de alguma maneira ele já tinha um carinho pelo Santiago mesmo sem saber do laço que os unia.

Ver e ouvir o mesmo relembrando os momentos de terror que vivemos e ver minha baby e Miguel chorando junto com o pai também lembrando toda aquela agonia me pego olhando para a lâmpada no teto para evitar chorar junto com eles.

– Papai... – Vejo os dois falando ao mesmo tempo para Raymond, minha baby se joga em seus braços e o abraça enquanto Miguel segura sua mão e debruça a cabeça em seu braço chorando. Deus, posso imaginar o que eles estão sentindo. Eu também estaria eufórico se soubesse que meus pais estariam vivos. Mas eu não vou ter essa alegria já que eu vi os dois mortos. Mas fico feliz por minha Ana e meu irmão de coração ter encontrado seu pai. Obrigado Deus por proporcionar essa alegria para eles. Mesmo que todos aqui ainda me devam muitas explicações.

Continuo acompanhando o momento pai e filhos e não tem como não se emocionar com eles.

Logo Flynn entra dando bronca em todo mundo devido ter tanta gente dentro do quarto já que a cirurgia do Raymond ainda está recente. Argumento com Flynn sobre a possibilidade de levar o senhor Steele para casa, e quando Ray fala sobre colocar Ana e Miguel em perigo caso ele fique no hospital, isso faz meu sangue gelar e minha primeira reação é abraçar Ana. Agora de maneira nenhuma vou permitir que o mesmo ficasse aqui.

Ele dá à ideia de montar uma armadilha para pegar o desgraçado que quase nos matou. A ideia é boa e logo arrumo tudo junto a Welch, Taylor e Flynn.

Saímos para casa e Raymond vai com Miguel no carro de Welch, assim como o enfermeiro que irá ajuda-lo e também o Sawyer.

– Como está se sentindo baby? Você teve uma queda de pressão e ainda passou por toda essa emoção.

MINHA SALVAÇÃO  (Concluído)Where stories live. Discover now