MINHA SALVAÇÃO (Concluído)

71-

Anastásia

Christian sai com papai para encontrar o tal Boros, enquanto eu vou para a faculdade junto com Parrish e Lucas. Parece um dia normal à diferença é que meu centrado Professor de matemática financeira, o Professor mais legal dessa Universidade parece que não dormiu nada e que sua concentração está a quilômetros de distância daqui.

Olho para Nick que assim como toda a turma apenas observa a falta de concentração do nosso Professor. Só que não sou de ver as pessoas com problemas e não tentar ajudar. Intrometida? Não me considero assim. Só aprendi a oferecer ajuda quando vejo que a pessoa precisa. Se ela vai aceitar aí é com ela.

No intervalo vejo que o professor Lancaster não está junto com os demais professores e então vou falar com ele. Seguro Nick pela mão e saio puxando-o até o mesmo que está sentado sozinho em uma mesa afastada

– Professor, podemos nos sentar aqui?

– Olá Anastásia, Nicholas, aconteceu alguma coisa?

– Com a gente não. Mas com o senhor sim. Observamos que durante a aula o senhor estava meio perdido, o que não é seu costume. Aconteceu algo? Existe alguma coisa que possamos ajudar?

– Como sempre querendo ajudar a todos não é Anastásia! Mas não, meu problema só eu posso resolver. Só não sei ainda como, mas vou descobrir.

– Sou boa em resolver problemas. – Digo sorrindo e Nick se joga na cadeira gargalhando.

– É melhor falar logo professor, sabe o poder que Ana tem de persuadir uma pessoa a contar o que ela quer.

– Tá, vou contar porque preciso contar para alguém e sei que uma coisa vocês não são... – Ele nos olha arqueado a sobrancelha – fofoqueiros.

Rimos da sua observação.

– Como todos sabem eu sou casado. O que ninguém sabe é como é esse casamento. Eu conheci a Paloma quando ainda tinha 17 anos, namoramos por dois anos e ela surgiu com uma história que estava grávida então como já pretendia me casar com ela só adiantei as coisas. Meses depois ela chegou para mim e informou que tinha perdido o bebê, tinha sido um aborto espontâneo.

– Nossa! Que triste professor, sinto muito. – Falo e seguro a mão dele tentando passar um pouco de apoio.

– Eu achava que era amor tudo o que vivemos – Ele continua– mas me enganei e vejo que na verdade foi apenas comodismo por está com aquela pessoa por tanto tempo.

Mantenho a mão em seu ombro e Nick faz o mesmo.

– A tempo nossa relação esfriou, e de uns tempos para cá as coisas só vem piorando. Mas devido há tantos anos já casados achei que valia a pena lutar para manter minha palavra, idiota que sou.

– Ei, nada de idiota. O senhor é o melhor professor que temos aqui. – Digo e Nick confirma. Ele nos olha e da um meio sorriso.

– Continuando, fui confrontar ela para saber o que estava acontecendo para ela está se afastando cada vez mais. Queria ver se nossa situação mudava, mas ela começou a ficar histérica e então começou a falar o que de fato estava acontecendo. Ela foi categórica em dizer que nunca me amou, mas que sempre buscou em mim o conforto que o meu dinheiro lhe dava. Como sou filho único e minha família tem uma boa condição financeira, foi isso que ela buscou em mim.

Ele para um pouco e passa as mãos no rosto respirando fundo, então continua.

– O pior foi ela falar que o bebê que ela perdeu não foi um aborto espontâneo, foi um aborto induzido e que ele nem era meu. Ela me traía e nunca quis ser mãe. Segundo ela não poderia ter um bastardo para atrapalhar nosso casamento. Onde já se viu isso? Ela teve coragem de matar o próprio bebê só para não estragar o corpo e não atrapalhar seus planos. Planos de se manter casada comigo e saindo com outro. Na época ela passou o resguardo na casa dos pais, eu ainda fazia faculdade então não ficava com ela o tempo todo, e só agora vim descobrir o porquê dela nunca ter engravidado, pois tentamos muito ter outro filho e nada deu certo. Descobri que na época do aborto ela aproveitou e passou pelo processo de esterilização. Tudo porque nunca quis e nunca ia querer ser mãe. Ela tomou a decisão dela e mesmo sendo casados, ela não quis saber da minha vontade de ser pai. Não ligou para minha opinião.