56 | Happy birthday, Nina.

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Quando o show acaba, Nina parece num estado profundo de êxtase. Infinitamente feliz e eufórica. Eu queria que essa noite durasse para sempre e a imagem dessa Nina feliz fosse eterna. Queria congelar esse momento e reprisar diversas vezes, como se a alegria dela nunca fosse embora. Então essa é a feliz Nina Davis que sua mãe tanto falava.


⠀⠀⠀- Vamos. - Ela pega minha mão.

⠀⠀⠀- Você está feliz? - Arqueio as sobrancelhas enquanto saímos do local do show em direção ao carro.

⠀⠀⠀- Feliz? Adam, dizer que estou feliz é um eufemismo perto do que eu realmente estou sentindo. Estou... sei lá, extasiada. Isso tudo, isso, nós... é incrível. Obrigada, muito, muito obrigada. - Ela, então, me abraça novamente, do nada. Tão apertado e intenso, que consigo sentir cada pormenor do seu corpo contra o meu. Sua alma quase se funde com a minha. Eu relaxo e me aconchego no seu corpo quente e doce.

Agora, eu poderia dizer que a amo, mas para ser sincero, não seria o suficiente. Amor parece pouco perto do que eu sinto por essa garota. Ela tomou meu coração e eu sou tão dela, quanto sou meu. Estar com ela, é ter a mais plena certeza de felicidade e que que meu coração nunca será partido. Não por Nina Davis. Talvez por circunstâncias da vida, mas não por ela.

Durante o caminho de volta para o hotel, ela contou piadas idiotas e nós rimos. As piadas mais sem graça e sem sentido possíveis. Ela tem uma risada tão gostosa de se ouvir. Ela ficou me olhando, com a cabeça deitada no banco, e permaneceu fazendo carinho na minha mão, brincando com os meus dedos.


⠀⠀⠀- Acho que hoje não tem como ficar melhor. - Murmuro.

⠀⠀⠀- Eu acho que tem. - Ela diz, assim que paro o carro.

⠀⠀⠀- Como? - Franzo o cenho.


Nina tira o cinto ao mesmo que eu tiro o meu. Ela se senta no meu colo e me olha com aquele olhar estranho.
E então, beija-me docemente. Sorrio durante seu beijo, mas quando seu quadril começa a se mover sobre o meu, fico um pouco tenso.


⠀⠀⠀- Vamos subir. - Ela diz, ofegante, saindo do meu colo e abrindo a porta da minha lata-velha.


Ela me provoca aleatoriamente e depois age como se nada houvesse ocorrido? Ela ainda vai me deixar maluco.
Já no elevador, Nina fica calada, me olhando com um pequeno sorriso que eu não entendo.

⠀⠀⠀- O que foi, maluca? - Sorrio.

⠀⠀⠀- Nada. - Ela sorri. - Você está com essa cara de bobão por que eu me sentei no seu colo?

⠀⠀⠀- E me provocou? Talvez. - Digo.


Então, no silêncio do elevador, ela me beija. Mas é diferente, é profundo e intenso e cheio de paixão. É novo para mim. Todos esses sentimentos e experiências e momentos são novos para mim, e isso, aqui, agora, também. Minhas mãos descem sem querer até o seu traseiro por cima do vestido, mas ela não as tira de lá e nem eu. Nina cola ainda mais o seu corpo no meu e pula para o meu colo. Quando entrelaça as pernas ao redor da minha cintura, minhas mãos seguram em suas coxas para sustentá-la e a saia do seu vestido sobe, mas não ouso tocá-la. E em nenhum momento ela para de me beijar docemente.

A porta do elevador se abre no nosso andar e eu tento caminhar sem olhar para lugar nenhum, de olhos fechados, beijando Nina. É muita coisa para fazer ao mesmo tempo. Consigo finalmente tirar o cartão do bolso, abrir a porta e fechar com uma mão e segurar a Nina com a outra e estar de olhos fechados e os lábios ocupados. Só não consigo ligar a luz, apenas os abajures ao lado da cama estão ligados e a grande janela com a vista para o píer, farol e paraia esfá aberta. São a única luz que temos, mas eu ainda enxergo muito bem. A luz da lua e das luzes artificiais me dão a visão perfeita do rosto de um anjo.

Deito-a na cama e fico por cima dela. A barra do seu vestido está sobre a sua barriga e as alças do mesmo, caídas em seus braços. Os lábios avermelhados, os olhos arregalados, a respiração ofegante, os óculos tortos em seu rosto. É tudo demais para mim.


⠀⠀⠀- Eu... - Ela tenta se explicar. Eu não deixo, só volto a beijá-la.


Seguro a sua cintura, minhas mãos deslizam pelas suas pernas. É tudo tão calmamente, sem desespero ou selvageria. Processo gradativo, onde eu me permito sentir tudo e sou sensível à ela. Sou devoto dela. Não consigo olhá-la e não endeusá-la.
Nina, então, me deita e fica por cima de mim, sentada sobre o meu quadril. Seu cabelo está caindo ao lado do meu rosto e sua testa está contra a minha. Uma das suas mãos está se apoiando em meu peito e com a outra, Nina usa o dedão para acariciar meus lábios vermelhos e dormentes.


⠀⠀⠀- O que estamos fazendo? - Sussurro.

O Silêncio Entre Nós Where stories live. Discover now