- Parabéns, querido. - Ela disse se recompondo, antes de depositar um beijo em minha bochecha.

- "Ter a chance de me ver conquistar o que importa"... - Citei o que ela disse. - O que quis dizer com isso?

Ela sorriu.

- Você sabe o que eu quis dizer. - Então, me dando um aperto caloroso no ombro, ela voltou para perto do meu pai.

- Maravilha! - Stephan exclamou chamando a atenção das pessoas. - Agora será que alguém pode fazer a gentileza de colocar uma música? Isso aqui não é um velório, qual é...?

Ele conseguiu extrair risadinhas de alguns convidados, e não demorou muito mais que cinco segundos para que os acordes de uma música lenta invadisse o ambiente.

- Esqueça esse papo de cuidar da sua imagem, maninho. - Ele disse ao passar por mim, num sussurro conspirador. - Pelo menos por hoje, deixe de ser o diretor executivo Thomas Strorck. Seja apenas o Thomas. Divirta-se.

Ponderei suas palavras enquanto ele esperava, próximo a mim. Por fim, respirei fundo e ergui os olhos para o local onde havia visto Angeline pela última vez, e como eu esperava, ela ainda estava ali. Ainda tinha sua mão entre as mãos da minha sobrinha e ainda tinha os olhos fixos em mim.

Esperei alguns segundos para ver se ela se moveria ou reagiria de algum jeito, mas como ela apenas ficou imóvel, esperando, decidi fazer meu caminho até ela.

Ao meu redor homens faziam pares com mulheres para a dança, então não havia nenhum problema eu também convidar uma garota para a pista, certo? É apenas uma dança... e mesmo que a última vez que eu tenha dançado foi com minha mãe há longos dez ou onze anos atrás, talvez eu ainda soubesse alguns passos. Talvez eu conseguiria chegar até o fim da música sem cometer a proeza de pisar em seus pés. Talvez...

De repente interrompi meus passos e meus pensamentos quando, chocado, presenciei o momento em que uma desgraçada de uma garçonete esbarrou em Angeline, derrubando todas as taças de champanhe que tinham em sua bandeja sobre seu vestido branco e sobre Alice.

- Eileen! - Minha sobrinha reclamou indignada ao mesmo tempo que Angeline recuava um passo instintivamente.

- Oh, me desculpe. Eu sou tão desastrada...

Meus punhos se fecharam quando percebi a quantidade de ironia em sua voz. Foi proposital. A miserável arruinou o vestido da garota mais incrível da festa porque estava com inveja.

Dei dois passos em sua direção antes de sentir meu irmão segurar meu braço.

- Alexia cuida disso. - Ele disse em voz baixa. - Você não quer um show aqui por causa de um acidente.

- Aquilo não foi um acidente. - Respondi entre os dentes.

- Esqueça, Thomas. Você não quer chamar atenção. Lide com ela amanhã.

Olhei para Eileen sentindo minha visão ficar escura pela raiva, e quando seus olhos me encontraram, o sorriso que ela tinha no canto do lábio desapareceu. Ela se encolheu quase imperceptivelmente, então se abaixou para pegar as taças quebradas no chão.

- Mãe, olhe o que ela fez! - Alice resmungou com uma voz chorosa quando Alexia se aproximou delas.

- Tudo bem, meu amor, vamos trocar essa roupa. Venha, Angie.

- Lexy, eu... - Angeline começou a dizer, mas se calou quando minha cunhada estreitou os olhos.

Ela pensou, suspirou e acabou assentindo, acompando Alexia para fora do salão.

- Muito bem, foi apenas um acidente. - Meu irmão gesticulou para os convidados. - Vamos voltar à festa.

Ninguém hesitou em obedecer, ignorando a garçonete abaixada no salão, recolhendo os cacos de vidro.

Um plano para nós (PAUSADO)Where stories live. Discover now