47 | I never ever.

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⠀⠀— Eca, mãe. Não quero um câncer, um problema no fígado, uma dst ou um C no boletim. E nem engravidar com dezenove anos. Vai destruir tudo.

⠀⠀— Eu engravidei com vinte e um e foi a melhor coisa que eu fiz. — Ela afirma.

⠀⠀— Dezoito. — Diz Margot.

⠀⠀— Vinte. — Diz Tori. — Completas irresponsáveis. Sabemos disso; mas ter vocês foi tão bom, que nada supera. Nem todas as bebidas e festas do mundo.

⠀⠀— Nem todas as tortas de limão e licores de cereja. — Diz Emma.

⠀⠀— Nem todo o dinheiro ou sucesso. — Margot completa.

⠀⠀— Ter filhos é um saco, mas a gente até que gosta. — Meu pai sorri.

⠀⠀— Que declaração mais amável. — Anna diz. — Nem parece que eles infernizam a nossa vida e tacam coisas na gente.

⠀⠀— É por amor, eu juro. — O pai dela diz. — Muuuito amor.

⠀⠀— Sei... — Anna semicerra os olhos.
— Minha vez, então. Eu nunca fui detida pela polícia.

⠀⠀— Ai. Meu. Deus. — Nina diz quando Tori abaixa o dedo.

⠀⠀— Eu posso explicar. — Ela diz. — Por acaso, a segunda foi na noite que eu acho que engravidei de você. — Tori torce a boca. Sra. James ri cada vez mais.

⠀⠀— Segunda?

⠀⠀— A primeira foi uma longa história envolvendo uma bombinha de asma, álcool excessivo, sua tia Louisa e absorvente. Meio que eu estava muito bêbada e sua tia foi me buscar numa festa. Só que ela precisava comprar absorvente e fomos à farmácia. Eu chamei o funcionário do caixa de "filho da mãe" e ele chamou a polícia. Nada a ver, né? Quando o policial tentou me prender, eu me segurei na Lou que estava nervosa usando a bombinha. Eu peguei a bombinha e joguei no policial. Fui presa, mas o policial foi gente boa e nem me fichou. — Tori diz. Nós não aguentamos mais rir. — E a segunda foi no ano novo. Eu e o Mark tínhamos acabado de... ter uma conversa. — Ela diz com ironia. — E eu tinha bebido um pouco. Os vizinhos chamaram a polícia pelo barulho da festa. A polícia veio e quando eu estava saindo, eu estava segurando meus sapatos. Enquanto eu balançava as mãos pela música, o salto se desprendeu da minha mãe e foi bem na cara do polícia. De novo. E esse policial era o mesmo de quatro anos atrás. Ele não fez ficha de novo, mas eu fiquei um dia na cela da cadeia. Fiz amigos lá. Uma delas trabalha na empresa.

⠀⠀— Mãe, e-eu não acredito. — Nina diz, vermelha de tanto rir.

⠀⠀— Eu tenho meus podres, querida. Eu tenho meus podres. — Ela ri.

⠀⠀— Por que acha que eu me apaixonei por ela? — Meu pai diz. Eles são incríveis juntos.

⠀⠀— Aaah! — Tori sorri e o beija. — Tudo muito lindo, mas eu perdi.

⠀⠀— Eu nunca... tive um pai presidente. — Emma diz. Jack revira os olhos.

⠀⠀— Pensei que tivesse me casado com a mulher certa. — Ele sorri, brincando com ela. As vezes quando eu vejo os meus pais ou de outros amigos assim, tão felizes, eu me sinto sortudo por ter a Nina dessa forma.

⠀⠀— Seu avô era presidente? — Pergunto à Anna.

⠀⠀— Sim. Tom Hayes. Jack Hayes. — Anna dá os ombros. — Uma longa história. Meus pais deviam ter um livro. Ou melhor, pelo menos três, só pra contar a história maluca deles. E do meu avô.

⠀⠀— Não é pra tanto. Nossa vida nem foi tão emocionante assim. — Jack diz.— Teríamos poucos leitores.

⠀⠀— Ah, claro. — Anna revira os olhos.

O Silêncio Entre Nós Where stories live. Discover now