28 | Natalie's party.

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"Você bebia? Aposto que fumava e já experimentou maconha. Certeza." Rio ainda mais alto.

"Você fez isso." Meu pai aponta.

"Fez mesmo, Tori." Margot também se rende.

"Mas é diferente..." Ela tenta contestar.

"Vou deixar sua filha se divertir. Ela vai se divertir muito, assim como você fazia. A única diferença, é que ela é sua filha." Reviro os olhos, gargalhando. "Não gosto muito de beber. Eu cuido dela."

"Eu confio em você, Adam. Muito. Mais que eu devia..." Ela semicerra os olhos. "Mas olha..."
 
 
De repente, eu me desligo. Nina vem descendo as escadas, esfregando o braço, corada em vergonha. Ela parece radiante, como se algo muito bom houvesse ocorrido. Ela está sorrindo discretamente, parecendo bem, diferente do usual. Nada de parecer triste, cansada, indiferente e/ou introvertida. Seu rosto está iluminado por pouca maquiagem e brilhante pela quantidade digna de purpurina. Sua fantasia verde lhe cai tão bem, que parece que foi feita para ela. Ajusta bem seu corpo e marca sua silhueta que fica bem escondida por debaixo de todas as roupas que ela usa ao mesmo tempo. Seu óculos ainda esconde seus olhos verdes, mas esses são diferentes do que ela está habituada a usar. Tem uma armação redonda, com tiras finas e é dourado, que cai bem com a sua roupa. E para destoar de todo o brilho majestoso e a sobriedade dos mais variados tons de verdes do vestido e das asas, as famosas e singulares meias coloridas até os joelhos. Ela tem muitas meias diferentes e peculiares, mas arrisco o palpite de que estas são suas favoritas.  Seu cabelo tem uma coroa de flores brancas no topo e que a deixam com um ar muito angelical. Ah, e obrigada, Nina, por não abandonar seu all star. Ah, e mais: por ser tão... Hum, distinta? Linda. Inteligente. Gentil. Amável. Fofa. Muito fofa.
 
 
Ela parece incrível.

Ela é incrível, meu subconsciente corrige.

Concordo com ele.
 
 
"Caralho!" Deixo escapar. Estou nervoso e minhas mãos estão suando. E nem é por que essa fantasia de Harry Potter é quente.

"Adam..." Tori repreende. Ela e meu pai não gostam, e eu respeito.

"Ok, desculpa." Dou os ombros. "É que você está tão... Tão bonita." Digo para Nina, que cora em um tom ainda mais profundo.

"Eu concordo. A última vez que te vi em uma fantasia de fada, foi aos dez anos." Tori sorri. "Você está incrível... mesmo que esse tênis sejam tão irritantes. Você tem muitos sapatos e usa sempre esses."
 
 
"Gosto deles." Ela enrola um dos panos verdes que flui pela saia de fada dela, em um dedo. Parece desconfortável.
 
"E ficam bem em você." Eu digo. "Melhor que outra coisa." Sorrio.

"Vão logo, antes que Tori mude de ideia." Meu pai diz, e arregala os olhos. "Você já sabe as regras, então eu não preciso repetir. E a senhorita tem o número de todos nós. Nos ligue a qualquer hora."
 
 
Nina assente e agarra sua bolsa.
 
 
"Tomou seus remédios?" Tori afaga seu ombro.
 
"Sim, ela tomou. Eu fiz a checagem e tudo mais antes de ela começar a se arrumar. Está tudo bem." Margot afirma. "Amo você, formiguinha." Ela se levanta e beija a testa da Nina.

"Eu também, meu bebê." Tori faz o mesmo e meu pai ri.

"Tomem cuidado, crianças." Meu pai diz enquanto saímos. É a forma dele de dizer que nos ama, sem dizer, mad dizendo.

"Nós queremos dizer que também amamos vocês e vamos ficar bem." Eu digo um pouco alto, já do lado de fora.
 
 
"Posso... hum, atrás." Ela diz e eu, inicialmente, não entendo, mas ela aponta para a caçamba e eu assinto.

"Também gosto daí. Por isso que depois de trabalhar bastante pra conseguir um carro, porque eu tenho um pai que valoriza isso, consegui comprar esse meio que de segunda mão. Mas ele é maravilhoso." Bato na minha lata-velha preta.
 
"Nome?" Ela pergunta. Acredito que seja se o carro tem um nome.

O Silêncio Entre Nós Where stories live. Discover now