HAUNT

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'Ange'

– Ai está você! – diz Lucy assim que eu saio do elevador junto com Holly quando voltávamos do nosso tranquilo almoço, já que decidimos sair pra aliviar um pouco a cabeça depois de tudo o que houve, Holly rapidamente voltou para sua mesa ignorando completamente Lucy, que parou a minha frente com a sobrancelha arqueada, braços cruzados e um olhar de quem esperava alguma coisa de mim... e eu só conseguia ficar ali olhando para ela imaginando-a se esgueirando pela empresa com aqueles caras enquanto tramava alguma merda! Ela ainda tinha um rosto delicado e aparentemente inocente, o tipo de pessoa de quem você jamais desconfiaria... talvez por isso ela tenha sido escolhida pelo... sujeito... – está me ouvindo? Você está bem!? – pergunta ela passando a mão diante dos meus olhos me arrancando de meu devaneio.

– Sim... eu estou, perguntou alguma coisa? – pergunto tentando afastar qualquer sentimento de mágoa e raiva pra que não desperte em Lucy qualquer suspeita.

– Sim... você não me ligou e nem respondeu minhas mensagens... está mesmo tudo bem? – pergunta franzindo as sobrancelhas pondo as mãos em meus ombros me encarando com mais atenção do que eu queria.

– Sim, está mesmo tudo bem! Eu queria conversar com você sobre a revista e tudo mais... – digo tirando suas mãos dos meus ombros e me apressando em direção a minha sala enquanto falava com Lucy me acompanhando, mas parando em sua mesa – mas agora não dá, você sabe que esses dias estão complicados e eu tenho que fazer uma ligação fodida que Collins me obrigou a fazer, talvez depois. – digo finalmente chegando a minha sala, Lucy apenas acenou para mim parecendo preocupada, só espero que não pelos motivos errados!

Eu fiquei mais de uma hora no telefone com o senhor Anderson, bem quase a metade desse tempo foi esperando que ele pudesse falar comigo, mas no fim nós discutimos um pouco e eu tive que engolir minha raiva por Davi ter me feito passar por essa merda, para não descontar toda ela no homem que pode ser o mais importante cliente que já tivemos... mas eu consegui com minha persuasão que aquele velho rico maldito não nos deixasse, mas assim que desliguei o telefone eu me sentia exausta.

Não sei quando Davi chegou, eu estava absorta demais pondo meu trabalho em dia e me lembrando de cinco em cinco minutos para jamais faltar ao trabalho outra vez... de qualquer forma, ele fez questão de fazer metade do prédio saber que chegou quando bateu a porta de sua sala com força, o som me fez suspirar assustada. Eu esperei.

Esperei que viesse a minha sala e gritasse algumas de suas ordens e batesse a porta outra vez. Esperei que ligasse e me chamasse daquele seu jeito curto e frio para sua sala, mas não houve nada, depois do som estridente da porta, tudo ficou em um absoluto silêncio. Por um minuto tentei imaginar o que teria acontecido, mas balancei a cabeça e me repreendi.

– Não é da sua conta, Angela! – e voltei ao meu trabalho empurrando qualquer pensamento que não tinha a ver com contas e clientes e problemas e dinheiro, para fora da minha cabeça. Algum tempo, com o estranho silêncio de Davi, depois que eu tinha acabado de desligar o telefone, ele automaticamente voltou a tocar me fazendo bufar irritada.

– Ãh, Angela aquela senhorita está tentando falar com Davi outra vez... – diz Holly um tanto receosa do outro lado me fazendo franzir o cenho.

– Aquela senhorita? Que senhorita, Holly? – pergunto e não preciso de sua resposta quando minha ficha cai. Homeo! Só percebo que estou com meus punhos fechados apertados, quando minhas unhas machucam a palma de minha mão assim como o telefone machuca a outra.

SALVA PELO CHEFE (COMPLETO)Where stories live. Discover now