SALVA PELO CHEFE (COMPLETO)

DECISÃO MENOS ERRADA

 'Ange'

A tarde toda foi estranhamente pacifica. Davi e eu apenas trabalhamos juntos, sem troca de olhares, sem toques acidentais... apenas trabalho o que foi uma distração muito bem vinda e não pude deixar de notar que a atitude 'distante' de Davi tinha a ver com seu treinamento de empatia... ele realmente estava me dando o espaço que me prometeu e isso só deixava minha decisão ainda mais difícil.

Mas eu não me deixei perder a mente pensando nisso enquanto resolvíamos tudo para a viagem para Chicago, mas eu não fui capaz de me impedir sentir um frio na barriga ao pensar nessa viagem, não tinha certeza da razão desse frio, mas eu sabia que não era algo ruim, muito pelo contrario, mas eu também não podia me iludir com essa viagem, estávamos indo a trabalho e a coisa parecia mais séria do que o esperado.

Depois de algumas horas que eu sinceramente nem vi passarem, percebi que estava ficando tarde para eu me arrumar para o jantar de aniversário de George, então eu inspirei profundamente fechando a pasta cheia de números que estava começando a deixar meus olhos doloridos e eu estava sem meus óculos para ajudar, e olhei para Davi do outro lado da mesa que ainda estava concentrado em alguma coisa em seu computador.

– Eu tenho que ir pra casa. – digo firme o suficiente pra que Davi entendesse que eu não estava para discussões, eu até me levantei para enfatizar minha decisão.

– Não vejo por que. – diz ele simplesmente ainda sem desviar os olhos de seu computador me deixando irritada instantaneamente.

– Porque eu moro lá já é motivo suficiente, e eu tenho que me arrumar...

– Pode fazer isso aqui...

– Mas eu...

– Têm vestidos e sapatos se é disso que precisa...

– Eu quero vestir algo que seja meu, obrigada... E eu ainda acho estranho que tenha roupas e sapatos guardados e... dá pra olhar para mim!? – pergunto elevando um pouco a voz quando Davi parecia olhar para aquela porcaria de computador só para me provocar. Ele então lentamente desvia seus olhos da tela e os ergue para mim com interesse e até com um pouco de humor, mas eu estreito os meus para ele.

– Eu estou indo pra casa Davi e é bom que não crie uma discussão sobre isso, porque eu juro que eu vou machucar você fisicamente... sinto falta do meu gato e espero muito que você simplesmente entenda que eu tenho meu apartamento. – digo enfatizando quase sarcasticamente a última parte, Davi abriu a boca e parecia pronto para argumentar e, com certeza, começar uma discussão nada amigável, mas eu arqueei uma sobrancelha cruzando os braços e ele logo entendeu que eu estava esperando por isso e que não era uma boa ideia ele começar uma briga quando prometeu ser mais empático e principalmente me dar espaço.

– Tudo bem! – diz por fim num suspiro derrotado, que me fez segurar um sorriso e a vontade de fazer uma pequena dancinha da vitória, mas eu a estava fazendo mentalmente, ele se levantou e dando a volta na mesa para estar de frente para mim se apoia nela cruzando os braços e me dando um olhar sério – mas eu levo você tanto para seu apartamento quanto para a casa dos meus pais. – e minha dancinha acaba imediatamente assim como meu quase sorriso.

– O que? – pergunto voltando a ficar irritada.

– Eu vou te levar pra casa e para o aniversário do meu pai e é bom que não crie uma discussão sobre isso, porque eu sei como fazer você perdê-la. – diz simplesmente abrindo aquele sorrisinho de lado sacana com seus olhos me medindo completamente atingindo as partes certas de meu corpo me fazendo abrir a boca, mas sem conseguir dizer qualquer palavra enquanto minha respiração ficava um pouco difícil quanto mais os olhos de Davi se tornavam quentes e lascivos...