RESULTADOS DEVASTADORES

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 'Ange'

Davi ficou um pouco surpreso quando a recepcionista me reconheceu, porém eu não dei nenhuma explicação e ele também não fez questão de pedir alguma, mas não foi eu que conseguiu um exame de emergência, claro que não. Eu não sou uma Collins e mesmo que eu seja uma paciente registrada aqui, eu não tenho um plano ridiculamente caro de saúde e a mesma influência que um Collins.

Eu estava tentando me manter sob controle enquanto Davi falava com uma jovem enfermeira, ele estava com as sobrancelhas franzidas e parecia tão concentrado enquanto falava, que imaginei o que ele realmente estava dizendo a ela, o notei um pouco tenso também enquanto eu me mantinha encostada a uma parede com os braços firmemente cruzados vendo o movimento de enfermeiros e alguns pacientes, tentando distrair minha cabeça.

Eu não posso acreditar que ele realmente me trouxe a um hospital! Quando foi que eu perdi minha vontade própria!? O que é que está acontecendo comigo, afinal? Não posso deixar que faça isso comigo... mas acho que não seria muito sábio armar uma discussão agora, não preciso de ainda mais instabilidade emocional, mas não consigo deixar de me sentir com raiva, frustrada e com medo.

– Senhorita Winey? – pergunta a mesma jovem enfermeira com quem Davi falava, eu ergui meus olhos para ela e franzi o cenho ao perceber que Davi não estava por perto, ela abriu um pequeno sorriso que não me convenceu, pois seus olhos castanhos escuros transmitiam um pouco de hostilidade que me fez querer rir, mas uma para a lista interminável de conquistas de Davi – o senhor Collins foi cuidar de alguns papéis, você pode me acompanhar até a sala para fazermos a coleta para o exame, por favor? – pede ainda com o mesmo sorriso.

– Eu tenho alguma opção? – pergunto fazendo-a franzir as sobrancelhas e me olhar como se estivesse ficando maluca. – foi uma pergunta retórica, esqueça, só me mostre o caminho. – digo estendendo a mão, ela acena levemente com a cabeça e segue a minha frente, depois de dois passos eu paro e olho para trás... eu ainda posso sair daqui antes que Davi possa saber que eu fiz. Prefiro enfrentar sua fúria fora de um hospital do que aqui dentro. Inspirando profundamente dou meia volta para esbarrar num muro quente e com um perfume familiar...

– Onde pensa que vai? – pergunta e eu fecho os olhos expirando com força quando minha vontade era de socá-lo.

– Lugar nenhum – murmuro sem sequer erguer os olhos para Davi voltando a girar e perceber a enfermeira me esperando um pouco impaciente, eu a fuzilo com meu melhor olhar furioso e ela recua um pouco, mas estou nervosa demais para me sentir orgulhosa por isso – você não precisa vir! – digo sem olhar para trás quando sinto Davi me seguindo.

– Claro que... – eu o interrompo quando volto a me virar para encará-lo e até mesmo ele recua diante do meu olhar, com certeza, bastante hostil.

– Você já me trouxe na porra desse hospital, então apenas fique longe de mim pelo tempo em que estivermos aqui. – digo me esforçando para não gritar e ignorar sua expressão um tanto sombria e volto a lhe dar as costas antes que pudesse responder e me apresso passando pela enfermeira sem dar a ela um segundo olhar, afinal eu já sabia onde era a tal sala e não me dei o trabalho de usar o elevador, então apenas fui pelas escadas.

*****

A raiva foi se dissipando para ser substituída pelo desespero quando eu me vi sozinha no banheiro com o pequeno bastão que a enfermeira me deu. Droga eu estava mesmo fazendo isso. Eu pedi que não deixassem Davi entrar em nenhum momento na sala e que se ele insistisse eu iria embora, mas estar sozinha não está ajudando. Minhas mãos estavam ainda mais trêmulas e minha respiração começou a ficar difícil e alta. Eu não posso fazer isso.

– Acalme-se! – digo a mim mesma tentando inspirar e expirar mais devagar. – vamos lá, Ange... você sabe qual será o resultado, não precisa ficar nesse desespero todo – tento me convencer, mas fecho os olhos encostando a cabeça contra a porta sentindo meu estômago girar e minhas pernas fraquejarem. – vamos logo com isso sua covarde. – murmuro para mim mesma e decidida a deixar toda essa tensão de lado, faço o que tenho que fazer.

SALVA PELO CHEFE (COMPLETO)Där berättelser lever. Upptäck nu