SALVA PELO CHEFE (COMPLETO)

Água ou Fogo?

 'Ange'

– Como está se sentindo? – pergunta Maria assim que paro a sua frente, ela coloca suas mãos em cada lado do meu rosto e franze as sobrancelhas ao ver o corte em meu lábio.

– Estou me sentindo ótima! Não se preocupe, eu estou bem! – digo sorrindo levemente, ela não sorri de volta só acena com a cabeça tirando as mãos de meu rosto. – e-eu... eu queria pedir desculpas por ter acabado com a festa como eu fiz ontem, eu perdi o controle e acabei agindo como uma selvagem, eu realmente sinto muito por tudo aquilo Maria, eu jamais teria chegado a tanto de sair brigando daquele jeito, eu não devia, eu tinha que ter ao menos sido educada o bastante para... para... Deus! Eu sinto tanto...

– Angela, pare! – diz ela interrompendo minha tagarelice nervosa, eu mal podia conter as palavras em minha boca, eu me sentia tão mal por ter feito tudo aquilo acontecer ontem! Sentia-me mal e culpada pelo olhar um pouco triste em seu rosto, ela parecia decepcionada também, eu não sabia se a meu respeito ou de Jessica... ou mesmo de nós duas! – você não tem que pedir desculpas, eu tenho! – diz suspirando logo depois.

– Como? – pergunto surpresa.

– Bem... por um momento eu acreditei nela e...

– Não se preocupe! – digo interrompendo-a, ela parecia realmente muito triste e eu não suporto ser a razão do sofrimento de ninguém, muito menos de alguém como Maria. – eu entendo, realmente entendo...

– Mas você não tem que entender nada! Como Davi disse, eu não tenho nenhum direito de desconfiar que você faria alguma coisa contra minha família, não depois de tudo o que você já fez de bom por aqui... – diz ela (diga isso a seu filho que praticamente me acusou de roubo!), espera um minuto... Davi disse o que? Sua voz tremula no final e notei que estava prestes a chorar, senti um aperto no peito e mesmo sem pensar que efeito isso teria, me apressei em abraçá-la.

– Não se preocupe, por favor, Maria... eu não me importo, de verdade! Estou feliz que tudo já tenha se esclarecido! – digo soltando-a de meu abraço, ela pisca algumas vezes acredito que para evitar que as lágrimas desçam e finalmente sorri, é um sorriso pequeno e um tanto triste, mas é um sorriso.

– Eu também sinto que tudo aquilo tenha acontecido! – diz ela voltando a suspirar – mas acredito que foi necessário, na verdade o único jeito de percebermos que tipo de pessoa Jessica era... me sinto uma idiota por não ter notado antes...

– Não se culpe! Ela é a mau caráter, Jessica era uma excelente atriz não tinha como vocês saberem, então não tem porque se culparem! – digo tentando soar o mais encorajadora possível. – como está Isaac e a pequena Eliza?

– Meu filho está arrasado, mesmo que não queira demonstrar ele está completamente quebrado por dentro, toda vez que o vejo com aquele olhar triste quero dar outro tapa naquela mulherzinha maldita! – diz ela ficando um pouco irritada. Ah eu também... eu também!

– Eles estão na cozinha ainda? Eu gostaria de ver Eliza...

– Sim, venha! Você também precisa comer alguma coisa... – diz colocando seu braço no meu e me guiando pela casa – você nos deu um susto ontem! – diz depois de caminharmos em silêncio, ela decidiu falar quando estávamos perto da cozinha onde toda a família sempre gostou de tomar o café, mesmo tendo a sala especifica para isso e também a varanda que agora estava muito cheia para ser ocupada.

Maria sempre gostou de tomar o café da manhã na cozinha então toda a família se acostumou, eu já podia ouvir a conversação dos rapazes e de George e até mesmo a voz doce de Eliza. Imaginei que talvez Isaac a tivesse levado pra casa, mas fico feliz que ainda estejam aqui, não precisavam de uma casa sem Jessica para lembrar o que aconteceu e estar com toda a família por aqui com certeza foi a melhor decisão.