Capítulo 45

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Minhas costas estavam doendo, sentia cólicas, olhei minhas pernas estavam sangrando. Não sei quanto tempo estava presa.

– Ilda, o que você está fazendo aqui, perguntou Antony?

– O quê? Ah! Estou esperando alguém para nos ajudar, aí meus braços, graças a Deus Antony, você chegou.

– O que aconteceu, Ilda?

– A Marcela.

– O que tem a Marcela, Ilda.

– A Marcela está presa na caminhonete, lá no barranco, eu não sei como ela está, não tenho ideia do tempo que estou aqui, acho que desmaiei.

Antony saiu correndo, gritando por mim, ele gritava e corria.

– Querida, graças a Deus, você não está desmaiada. Abriu a porta da caminhonete, minhas pernas estavam presas.

– Meu Deus, Marcela – ligou para a emergência.

– Antony, não tenho tempo, minha bolsa rompeu com o impacto, tenho medo de que algo tenha acontecido com os bebês, tente me tirar daqui, rápido.

– Como, você está presa – disse chorando.

– Antony, disse com calma, abaixe o assento, e coloque ele para trás, por favor.

– Isso vai doer, meu amor. Dava vontade de pular em cima dele com os pés.

– Que se dane a dor, Antony–, gritei – faça o que mandei, pelo amor de Deus.

– Meu pai do céu, me dê forças – falou ele.

Doeu muito, mas nem comparar com a angústia de algo ter acontecido com meus filhos.

Pegou-me no colo, e me levou até o seu carro. Ilda já estava sentada no banco traseiro junto com Brayan.

– Mãe, a senhora está bem? – Perguntou chorando.

– Não, filho, não até eu saber como estão os bebês.

Ilda, tadinha, soluçava e gemia. Brayan tentava acalmá-la, mas não adiantava, chorava junto, Antony então nem se fala, mal conseguia falar, eu era a mais calma, mas estava ficando irritada com essa choradeira.

– Querem parar com essa choradeira, estão parecendo bezerros desmamados, estamos todos bem, graças a Deus.

– Adoro tua mãe, Brayan, até nessas horas ela é humorada, bezerros desmamados – fala sério, murmurou.

Deu vontade de rir, mas a dor era tanta, trincava os dentes para suportar. Chegamos ao hospital, já me levaram para o centro cirúrgico. Não sei como estão meus filhos, com a anestesia dormi, dormi um bom tempo. Acordei meio grogue, não conseguia movimentar minhas pernas. Onde estou, demorou um bom tempo até cair a ficha, de onde eu estava, meus filhos. – Cadê meus filhos, comecei a chorar desesperada, apertei a campainha e uma enfermeira apareceu.

– Cadê meus filhos, onde estão, por favor, diz que não aconteceu nada com eles, por favor.

– Calma, senhora, eu não sei do que você está falando, eu acabei de chegar, não vi seu prontuário ainda. Só um pouquinho que vou averiguar.

Meu desespero aumentou. Como ela não sabia de nada? – Chame o Antony para mim, diz que quero vê-lo.

– Sim, senhora, mas acalme-se.

– Como vou ficar calma se não sei nada dos meus filhos, por que tem que ser assim?

– Oi querida, disse Antony, abrindo a porta com sorriso de orelha a orelha – como é bom ver aquele sorriso. – Como você está?

Há Quanto Tempo Esperava Encontrar Alguém AssimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora