Capítulo 6

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Então ele aparece na cozinha todo lindo e cheiroso, olhei de cima abaixo, vestia um terno azul-escuro, camisa branca e gravata azul-escura, calçava sapatos pretos. Os cabelos com gel ou sei lá o que as pessoas ricas usam nos cabelos, para nem sequer ficar um fio desalinhado, a barba feita, não sei por que, mas em uma olhada vi tudo aquilo, estava lindo, divino, parecia o William Levy, na versão morena, era muito caminhão pra minha areia.

– Que cheiro maravilhoso, ouço ele falar tirando dos meus pensamentos malucos, vai abrindo as panelas. – Faz tanto tempo que não como macarrão com linguiça, isso faz lembrar minha mãe quando eu era pequeno.

Fiquei envergonhada. – Desculpa, eu não sabia onde você estava, e aproveitei a sua cozinha linda, prometo que deixo ela limpinha, quer almoçar comigo?

– Eu posso?

– Claro que sim, seu bobo, a casa é sua.

Enquanto coloco os pratos, ele pega uma garrafa de vinho na geladeira. – Gosta de vinho tinto?

– Adoro, principalmente seco.

Servi o macarrão, e ele encheu as taças.

– Como está o macarrão? – pergunto.

– Uh! Maravilhoso, o sabor é igual à macarronada que minha mãe fazia.

– Por favor, não me compare com sua mãe, hoje já fui comparada com a vó daquela diabinha. Dio Santo, só faltava ser comparada a um pai também.

– Você fala igual ao meu pai, Dio Santo, vocês dois iriam se dar muito bem juntos, falou rindo.

– Que engraçadinho.

– E como está o vinho que eu preparei?

– UH! Uma delicia! Vai dizer que o senhor plantou a videira, colheu a uva, esmagou, e preparou o vinho, muito trabalhador, senhor Antony.

– Obrigada, sou muito prendado, agora coma se não eu como tudo sozinho.

– Estou vendo. Perece que está morrendo de fome. Vamos falar sério, tem certeza de que quer uma maluca morando aqui.

– Claro que tenho, é um pouco estranho ter alguém aqui, mas eu acostumo.

– Você nunca traz mulheres aqui? Por que acho que você deve ter aos montes, é lindo, educado, tem um... corpo maravilhoso, sorriso lindo. Eita, dei com a língua nos dentes novamente.

Arqueou as sobrancelhas, ficou surpreso com meu comentário. – Claro que não, sou um cara que não me envolvo facilmente.

– Você é gay?

Quase engasgou – Não, claro que não, gosto de mulheres, mas eu sou do tipo pra valer.

Nossa, queria encontrar um homem assim, quero dizer, encontrei, mas não é para o meu bico. Olha eu sonhando acordada com um cara que não tenho a mínima chance, ainda mais gorda, separada, e dois filhos. Chego a suspirar de decepção.

– Homens assim como você estão em extinção – disse rindo. Um pouco pelos meus pensamentos, e pelo vinho também, mal o conheço e já estou pensando que é o homem dos meus sonhos, reviro meus olhos, que doida. Levanto rapidamente da cadeira como se estivesse queimando. – Vou recolher as louças, na volta eu lavo, falo sem olhar para ele, droga, o que está acontecendo comigo, sinto ele olhar para mim, isso me deixa mais nervosa ainda, pego minha taça e encho de vinho novamente, e bebo em uma só virada, pronto, agora estou parecendo uma alcoólatra.

– Pode deixar as louças aí, a Júlia logo chega e lava.

– Que maravilha! Você tem uma governanta.

– Sim, ela vem uma vez por semana, mas quando estou aqui, ela vem todos os dias para cozinhar e arrumar o AP.

– Acho que deve ser bom chegar a casa e não se preocupar em cozinhar, sento-me novamente na cadeira sentindo o efeito da última taça de vinho, e continuo a falar. – Lavar roupas, limpar a casa, bom acho que já vou indo. Levanto e cambaleio um pouco, nossa acho que estou meio tonta.

Há Quanto Tempo Esperava Encontrar Alguém AssimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora