Capítulo 3

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Olhei para ele, estava sorrindo, e que sorriso lindo, dentes perfeitos, barba por fazer, ficava tão sexy, cabelos pretos espetados, e teimosos, que pedia para serem arrumados, a pele bronzeada combinando com seus olhos pretos como carvão, pisquei uma, duas vezes para organizar meus pensamentos. Por pouco, não desato a chorar; nossa, virei uma Maria Madalena, que droga, fiquei imaginando minhas mãos naqueles cabelos negros desalinhados parecendo um anjo de lindo, apesar de que de anjo não tem nada, mais parecia um demônio tentador. O que está acontecendo comigo, acho que estou ficando maluca.

– Você colocou alguma coisa na minha bebida? – Pergunto.

– Não, disse rindo.

– Você mandou por tranquilizante no meu suco?

– Claro que não, eu não faria isso. Por quê?

– Por que estou ficando doida, estou imaginando coisas, suspirei.

Ele ria, como se tivesse aprontado algo, safado.

– Está gostando de rir da minha pessoa! Deixo-me cair para trás na poltrona e fecho meus olhos. Sei que estou fazendo tempestade em copo da água, por nada, mas estou apavorada, e obrigada por me ajudar.

– De nada, meu nome é Antony Giuliano, e o seu?

– Sou Marcela Amaral. Obrigada Antony, você é sempre prestativo com as pessoas?

– Não sempre, só com quem precisa.

– Quer dizer que você é um tipo brutamontes. Disse rindo.

– Não. O que eu quis dizer e que quando alguém precisa, gosto de ajudar, às vezes sou mais para ogro do que para brutamontes, como você diz, e você não está dando tanto trabalho assim – falou sorrindo piscando para mim, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, que teimavam em cair no meu rosto, sua mão tocou minha orelha, acho que fiquei vermelha de vergonha com esse gesto; sua mão era tão quente e suave que arrepiou minha nuca.

Sim, estou vendo, safado. – Resmungo. – Claro que não vou dar trabalho, estou dopada. Esse tranquilizante em vez de me fazer dormir estava me fazendo pensar coisas estranhas, fazia tempo que não me sentia solta assim, se isso era ser solta, também ele é lindo, o que fazer se não olhar, não é sempre que um homem tão lindo se prontifica para ajudar, eta, eu pensando coisas sem cabimento. Que vergonha, uma mãe de dois filhos, gordinha imaginando um cara lindo como ele flertando com uma mulher como eu. Nossa, se só um simples toque fez me arrepiar assim, pensei em suas mãos em meu corpo, o que faria. Porcaria, mulher, pare de pensar besteira, ele só está sendo gentil.

– Está indo a trabalho para o Rio de Janeiro? – Pergunta tirando do meu devaneio.

– Sim, estou indo para o lançamento do meu livro.

– Que legal, parabéns!

– Obrigada.

– Tem lugar para ficar?

– Não, mas deve ter algum hotel naquela cidade enorme, quero encontrar um que fique próximo à livraria, assim não me perco.

– Onde fica a livraria, se é que posso saber?

Passei o endereço a ele.

– Fica perto do meu prédio! Faço questão que você fique no meu AP. Falou todo entusiasmado, tão logo falou já se desculpou. – Desculpa, isso se você quiser.

Olho perplexa para ele. – Desculpa, eu mal o conheço, e do nada você oferece seu AP para eu ficar, simples assim.

– Olha! Só quero ajudar, se você não quiser tudo bem, tem um hotel perto da livraria também, posso ligar lá e alugar um quarto para você.

– É um tanto assustador esse convite, desculpa por desconfiar, mas...

– Sim, eu entendo seu medo, não sou um tarado se é isso que lhe assusta, só quero ajudar, sei que você precisa, então gostaria muito que você ficasse no meu AP. Assim, tenho companhia por esses dias, até meus amigos chegarem, falou fazendo uma careta tão bonitinha, vão passar a lua de mel aqui no Rio de Janeiro, emprestei meu AP a eles.

– Tudo bem, aceito, mas com uma condição: vou pagar minha estadia, não vou usufruir da sua hospitalidade de graça.

– Tudo bem, aceito.

– Fechado, e nada de mudar de ideia depois, tá!?

Fomos avisados para colocarmos os cintos, que iríamos aterrissar, meu pânico voltou.

– Pode segurar minha mão, se quiser. Não precisou falar. O avião aterrissou sem problema algum, só eu passei mal, tive que ir ao banheiro colocar os bofes para fora novamente. Antony me esperou como um verdadeiro cavalheiro, estava preocupado comigo. – Quer ir para o pronto socorro, pergunta?

– Não, isso vai passar, vou ficar bem. Eu tremia tanto, parecia que estava no Polo Norte, de tanto frio.

– Tem certeza de que não quer ir ao pronto socorro?

– Sim, tenho, isso já vai passar.

– Podemos ir, então.

– Sim, podemos ir.

Assim que chegamos na área de embarque para carros, Antony chamou um táxi; passou o endereço. Chegamos ao prédio, o taxista tirou nossas malas, esperei Antony ir à frente, olhei para o prédio de boca aberta, era super alto, luxuoso, com sacadas coloridas, deveria ter uns 30 ou 40 andares.

Há Quanto Tempo Esperava Encontrar Alguém AssimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora