Capítulo 9

37 2 0
                                    


– Ei, pare de rir, o motor está novinho, é só bater que pega, ligou o rádio, tocando a música EL Perdon, de Enrique Inglesas e Nichy Jam. Nunca ouvi essa música, mas até que tinha um ritmo dançante legal.

"Dime si és verdad, me dijeron que te estás cansado"

Tu no sabes como estoy sufriendo, esto te lo tengo que dicir.

Cuéntame, tu despedida para mi fue dura, será que él te llevo la luna. Y yo no supe hacerlo asi.

Te estaba buscando, por las calles gritando, eso me está matando ho no.

Te estaba buscando, por lás calles gritando, como um loco tomando ho.

Esque yo sin ti, y tu sin mi, dime quien puede ser feliz.

Eso no me gusta, eso no me gusta.

Antony cantarolava e batucava no volante. – O som é maneiro e ainda funciona. – Disse todo alegre.

Poxa, por que ele não para de rir, será que ele e sempre tão sorridente assim? – Eu não acredito, nem os meus vizinhos que moram no interior têm uma carroça velha igual a essa, não tem como ir mais rápido, Antony, é só dois quarteirões e vamos chegar atrasados.

– Calma, não podemos sair a 100 por hora.

– Quem vê, diz que essa banheira velha anda até 100 por hora – ri.

De repente, um corcel desses antigos caindo os pedaços ultrapassa, um menino mostra o dedo do meio para o Antony. – Filho da mãe, viu esse menino, fala zangado para mim.

– Não, só o carro ultrapassando. Antony acelerou, mas nem sinal nos ponteiros. – Droga, socou o volante. – Pôneis malditos. Nossa, nunca ri tanto, ele é demais.

Chegamos a um semáforo, o fusca morreu, quem diz que pegava, sorte que o motor era novo, imagine a fila de carros atrás de nós buzinando, chamando de lata velha, comecei a rir. – Comprou a carteira, barbeiro – gritavam. E ele nem aí, ainda xingava de volta. – Se tinham pressa, saíssem mais cedo, droga de uma lata velha, nunca me deixou na mão, começou a rir. Ele é maluco, e eu estou amando esse maluco. A música a todo volume.

"Yo sin ti, non aguento más, por eso vengo a dicerte lo que siento, estoy sufriendo em la soledad.

Y aunque tu padre no aprobo está relacion, yo sigoinsistiendo a pedir perdon, lo único que importa está em tu corazón.

Essa música combinava bem com o fusca, Eso no me gusta, eso no me gusta.

Ele saiu fora, ergueu o capo traseiro, para ver se tinha algum problema, sempre rebolando ao som da música, puta merda ele dançava tão bem, dava uns passos para frente rebolando, empinava aquele traseiro maravilhoso e girava novamente, um molejo que só, e de terno ficava um tesão dos diabos, a mulherada passava e gritava. – Oh, lá em casa, gostoso, lindo. E aquele bobo nem olhava, só ria, mas que exibido, filho da mãe, não sei por que, de repente, não gostava de ver ele se exibindo assim, será que estou com ciúmes, oh, céus, isso não é nada bom.

– Antony, pare de se exibir, eu tenho que chegar à livraria, faltam dez minutos. Olha, se você não se importar, vou indo a pé.

– Não, senhorita, vou chamar um táxi para você.

– Não precisa, acho que estamos perto; o que acha de ir comigo, só para ter certeza de que chegarei sã e salva.

– Deixe-me tirar o carro daqui. Ajudei a empurrar o fusca para fora da rua, sentei na mureta, olhei para o Antony enquanto pegava suas coisas dentro do carro, e não aguentei. Ri de doer a barriga, acho que nunca ri tanto na minha vida, em um único dia; eu, de salto, ajudando empurrar um pau velho de um fusca, e Antony, de terno e gravata, dirigindo um fusca que mal serviria para fazer gaiola de corrida. Ele foi comigo até a livraria, beijou meu rosto, e antes de sair, olhou para mim sorrindo, acenei para ele, balancei a cabeça. Esse homem é o sonho de qualquer mulher. Entrei na livraria. A tarde passou tão rápida que nem vi, vendi muitos livros, muitos autógrafos, muitas fotos e brincadeiras com as crianças, voltei para o AP; resolvi dar uma corrida no quarteirão por onde passamos hoje à tarde. Cheguei acabada, tomei uma ducha, vesti minhas roupas de dormir, uma camiseta branca com estampa Scooby Doo, e uma calça de moletom cinza, e fui assistir TV, não jantei, esperei Antony chegar, mas como demorou, resolvi dormir. Acordei de madrugada e fui à cozinha beber água. Estava pegando um copo na pia, e como era muito alto, tinha que ficar nas pontas dos pés para alcançar. A luz acendeu de repente.

– O que você está fazendo nua, na minha cozinha.

Há Quanto Tempo Esperava Encontrar Alguém AssimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora