Capítulo 4

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Um pequeno jardim na entrada com uma fonte no centro de um pequeno lago, cheia de pardais e pombas se banhando, olho novamente para o prédio.

– Tem certeza de que você mora aqui? Pergunto.

– Uh, uh! Gostou! Faço que sim com a cabeça. – Então espere só para conhecer meu AP.

– Sim, senhor, vamos conhecer seu AP; sabe, você não tem tipo de ser um cara rico.

– Por que não? – Mostrou-se divertido.

– Sei lá, você é simples, não é orgulhoso, é muito bom, bom mesmo, e que corpo, pensei, olhei de cima abaixo – corrigi rapidamente. – Quero dizer como trata as pessoas, como me ajudou. Olha só o que estou falando. Droga de tranquilizante.

Ele sorri. Pelo sorriso, entendeu o "muito bom", porque não consigo ficar calada, que merda. – Aprendi com meu pai, disse ele, nem todo o dinheiro do mundo compra amigos, os que são amigos de você pelo dinheiro, não são amigos de verdade; é só um dia você estar na lama e eles desaparecem, e tem aqueles que são amigos para vida inteira, porque gostam mesmo de você, não importam se é rico ou pobre, preto ou branco, se você está na pior, são os primeiros a te ajudar, mesmo não tendo o suficiente para eles.

– É verdade, tua família deve ter muito orgulho de você!

– Tem mesmo, eu também tenho muito orgulho deles. – Bom dia Daniel, como tem passado.

– Muito bem, senhor Antony, obrigado, disse o porteiro, chamando o elevador para nós.

– Primeiro as damas – falei.

– À vontade, senhorita. Falou rindo.

A porta do elevador abriu, assim que entramos, Antony assoviou, tinha um casal de jovens, tipo, jovens mesmo, 13 a 14 anos, no maior dos amassos, no elevador. Ela com a boca toda inchada e vermelha de tanto beijar, ou sabe-se lá Deus o que estavam fazendo, as roupas fora de lugar e descabelada, ele com a camisa pendurada no pescoço, a braguilha da calça aberta quase caindo.

Andei para perto do Antony, falou sussurrando em meu ouvido. – Estragamos a festinha.

E eu respondo. – Sério, nem percebi. E aqueles dois nem aí para nós, nos olharam e continuaram a se beijarem escandalosamente, pareciam dois chicletes, não desgrudavam um minuto, o elevador não ajudava muito, lerdo, mas lerdo mesmo. Poxa, nem o flagrante fez com que parassem.

Então Antony fala sorrindo. – Acho que a festinha vai continuar.

– Pare de ficar olhando, Antony, até parece que nunca viu, garanto que já fez isso um milhão de vezes – murmurei.

Ele olhou para mim com os olhos esbugalhados, parecendo o gato do Shrek.

– Por que a surpresa– pergunto?

– E por que você pensa isso de mim?

– Bem! Você não tem cara de santinho, e pelo que estou vendo, você está gostando do que vê, você já foi pego em flagrante alguma vez?

– Pior que já, falou rindo. E você já foi pega em flagrante alguma vez?

Arquei as sobrancelhas. – Que lembre não.

Ele ria. – Duvido, só pela sua expressão, já foi flagrada.

Franzi a testa, lembrei-me da vez que meu filho entrou no quarto, eu e meu esposo estávamos transando, perguntou o que estávamos fazendo, e respondi que estava indo para o outro lado pegar o controle remoto da TV, no criado-mudo, depois acabamos rindo, nunca mais meus filhos entraram no quarto sem bater. Um sorriso saiu dos meus lábios.

– Veja só, ela foi pega em flagrante, conte-me o que aconteceu.

– Claro que não vou contar, você é maluco.

Há Quanto Tempo Esperava Encontrar Alguém AssimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora