Capítulo 20

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Antony sentou-se no banquinho em minha frente. – É sobre o beijo?

– Não! Quero dizer, sim, sei que foi só um complemento na dança, eu amei, faz toda vida que não beijava, nem sei mais como beijar alguém – ele olha para mim sério com aqueles olhos hipnotizantes. –Sei que as mulheres piram quando você as chama para subir no palco, mas é outra coisa que quero saber, você faz programa, tipo, se as mulheres pagam.

– Por que você quer saber, quer fazer um programinha comigo? – Falou rindo.

– Não seja bobo, eu não tenho dinheiro para pagar um programa com você, só para ter uma hora de sexo, você deve ser caro pra dedeu, homem, e não respondeu minha pergunta.

– Iria ter o melhor sexo em uma hora, falou rindo. Porque ele fala isso, droga, já estou trepando as paredes. – Quando era mais jovem sim, ganhei muito dinheiro, comprei a boate que você foi, depois foi expandindo, tenho cinco nos EUA, e quatro aqui no Brasil.

– Uau. E hoje faz ainda programa?

– De vez em quando.

– Sério, achei que você não fazia mais, ainda mais casado. Quanto você cobra?

– Não, não faço mais., Por que você quer saber quanto eu cobro?

– Estou escrevendo um romance, a história conta sobre um striper, gostaria de saber mais sobe o assunto, quanto você cobrava... Ah! Mentira lazarenta, o que a gente faz para descobrir algumas coisas...

Ele ri.

– Para, estou aproveitando que o champanhe me ajuda, amanhã vou ter vergonha de perguntar.

– Não vou dizer quanto cobrava, às vezes fazia porque gostava.

– Mas se fosse hoje, quanto mais ou menos você cobraria, tipo mil, dois mil reais ou mais?

– Mais.

– Caraca, homem, mas nem que seu pau fosse de ouro eu pagaria tudo isso. Era por hora mesmo que você cobrava?

Ele ri com vontade. – Deus do céu, só você mesmo para falar isso.

– É verdade, falei rindo, se um dia o médico dissesse que fazer sexo com você é remédio para minha salvação, eu morro.

Ele ria pra valer. – Meu Deus, que mulher.

– Não ria, seu bobo, é verdade. Vai voltar para os EUA amanhã, Antony?

– Sim, sou obrigado a ir, tenho negócios me esperando. E você já gosta de mudar de assunto né?

Fazer o que, a coisa esquenta e eu caio fora. –E teu amigo, vai ficar aqui?

– Sim, ele vai voltar só segunda-feira. Por quê?

– Por nada, vamos dormir.

– Está me convidando para dormir com você.

– O quê?

– Ir dormir com você.

– Não. Só falei para irmos dormir, mais uma coisinha, você dança em todas as boates suas aqui.

– Sim, adoro dançar, é o que eu sei fazer, e não me imagino sem dançar.

– Você quer dizer que gosta da mulherada passando as mãos em você.

– Por que não? Elas gostam também.

– Elas não pegam no seu... Amigo.

– Às vezes, começou a rir novamente, tem umas mais exageradas, mas não ligo, é meu trabalho, tenho controle no meu corpo.

– Ah, eu vi que tem, ontem à noite e hoje, foi uma bela demonstração de autocontrole.

– Eu não sou de ferro também, algumas vezes saio do controle, principalmente com certas mulheres, sorriu e levantou, foi até a geladeira pegou uma garrafa de vinho serviu duas taças, entregou uma para mim. Tem mais perguntas?

– Sim, já fez programa com homens.

– Não.

– Quantos anos você tem?

– Você é curiosa. 45 anos. – E você?

– O quê? Mentira! Você não aparenta ter essa idade, você está inteiro e muito gostosão para ter 45 anos.

– O que você falou?

– Que você é muito... mu... Muito gostosão para ter essa idade. Sério, dei com a língua nos dentes de novo, então falei qualquer coisa movente. – Maria gritava gostoso para você, ela é uma figura.

– E você, não gritava, deixou ela me chamar de gostoso, sozinha.

– Que bobo, as outras ajudavam, e pare de ficar se achando, mas acabei falando, sei que ele e gostoso, ajudei ele vestir a calça ontem à noite.

– Ele deu uma gargalhada, até seu hóspede saiu para ver o que estava acontecendo. Não acredito que você foi lembrar disso!

– O que está acontecendo aqui? – Perguntou Victor.

– Essa mulher não existe.

– Eu só falei a verdade, sabe o que ela perguntou, se eu tinha passado as mãos no seu traseiro?

– Sério, ele falou tirando onda com a minha cara.

– Você não queria que eu falasse para ela que deixei você com as partes baixas doloridas.

Victor arqueou as sobrancelhas, olhou para mim, depois para o Antony – Vocês dois estão bêbados.

– Claro que não, essa é nossa primeira taça.

– Do que vocês estão falando? – Perguntou Victor.

– A Maria hoje, na boate, fez umas perguntas absurdas sobre o Antony, falei para ela que ele é gay. Claro que era mentira minha.

– Você falou para ela que sou gay.

– Sim, a poodle estava junto, ficou louca comigo.

– Quem é a poodle? – Perguntou Victor rindo.

– A tal de Jaqueline, aquela cachorra tem o nome da minha melhor amiga. Tomei todo meu vinho levantei e disse – boa noite, estou morta, não me acordem cedo.

Os dois me olharam.

– Eu vou voltar para meu sono de beleza. – Falou Victor.

Há Quanto Tempo Esperava Encontrar Alguém AssimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora