Capítulo 37

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Vejo o sorriso mais lindo e maravilhoso naquele rosto, esquenta meu coração. Acho que a gente fica meio burro quando se apaixona, achamos tudo lindo, tudo maravilhoso, e quando vemos a rasteira é grande, por isso estou indo com calma, não quero me magoar novamente, não estou pronta para dizer eu te amo, não o conheço bem ainda, e não sei seus planos a respeito do bebê, e de mim, para falar a verdade estou tipo gato molhado com água quente, tem medo de água fria, e acho que ele está no mesmo barco.

Chegamos à fazenda, abri a porta do carro, saí correndo para o banheiro do meu quarto.

– Devagar, – gritou Antony atrás de mim – você vai cair sua doida.

Voltei para a sala, e sentei perto do seu Antônio.

– Como você está, Marcela?

– Aliviada, seu Antônio, ele riu. – Estou bem, obrigada por se preocupar comigo e com o bebê.

– Pai, não liga para ela, é maluquinha mesmo.

– Vou deitar um pouco. Ah! Seu Antônio, posso ficar aqui até a semana que vem, tenho consulta, depois vou para casa e acho outro médico. Vocês tem biblioteca, alguns livros, pelo amor de Deus, diz que tem, se não vou ficar louca sem fazer nada.

– No escritório, vem que eu mostro.

Levantei e fui atrás do Antony, fiquei olhando aquele bumbum e pernas maravilhosas na minha frente.

– Pare de olhar pra minha bunda.

– Como se eu pudesse evitar, sua bunda está na minha frente. – Ele ri. Entramos no escritório, abriu uma segunda porta, duas estantes cheias de livros.

– Não acredito, vou esganar você e seu pai, passei os três piores dias da minha vida em um hospital, e nem um livro para ler, que queridos vocês são.

– Me desculpa, não me lembrei, depois o médico falou repouso absoluto, não consegui fazer nada, fez biquinho, eu achei que você não sabia ler. Falou sussurrando.

– Ah, ah, ah, que engraçadinho, dei um soco em seu braço.

– Ai. Doeu.

– É para doer, comecei procurar um livro para ler, senti o olhar do Antony percorrendo meu corpo, um calor percorreu minha espinha arrepiando-me toda. – Achei, vou levar esse.

– Me deixe ver, que livro e esse! – Disse admirado.

– Eu que pergunto, como que teu pai tem um livro desses aqui.

– Que boba, Marcela, esqueceu que ele tem três filhos, riu.

– Bom, esse livro pode me ajudar, – falei rindo – Sexo durante a gravides e os cuidados que deve-se ter. Pior que não vai me ajudar em nada falei.

– Por que não?

– Oras, porque, porque, porque, por... Por...

– Está gaguejando muito.

– Porque, porque, porque não tenho ninguém para... Ah! Você sabe, quem vai querer alguma coisa com uma grávida, deixei meu corpo cair no sofá, poxa, essa está sendo a pior parte da minha gravidez.

– Marcela, Marcela. Começou a rir.

– Os médicos dizem que nós, grávidas, ficamos mais fogosas.

– Estou ficando sem jeito com você, – falou rindo – vou sair antes que você me ataque.

Mostrei a língua para ele. – Vai correndo, não sabe o que está perdendo – ri dele.

Já era meio-dia, coloquei o livro de volta na estante, peguei utro e fui para meu quarto, não parei de pensar nele, suas mãos me tocando, sua boca me beijando, estou precisando de sexo definitivamente, estava tão cansada que adormeci, acordei de madrugada para ir ao banheiro, meu estômago roncou de fome, não comi nada a tarde toda, fui até a cozinha, peguei uma maçã e um copo de suco, sentei, comi minha maçã, debrucei-me sobre a mesa e adormeci ali, acordei, estava perdida. Ué. Como vim parar aqui, pensei, será que o Antony me trouxe.

A semana passou voando, chegou sexta-feira. Antony quis ir comigo ao médico, aguardamos até ser chamada.

Marcela, a assistente do médico chamou. Levantei para entrar no consultório, Antony segurou a minha mão e entramos juntos, a enfermeira mandou tirar minhas roupas e colocar um camisolão e deitar. Antony estava sentado, levantou para ficar perto, segurou minha mão. – Está nervosa, falou baixinho.

– Não, já passei por isso, disse baixinho também, e você como está?

– Não sei se é nervosismo ou empolgação, mas estou tremendo. Chegou o doutor e perguntou. – Como está seu pai, Antony.

– Está ótimo doutor – disse Antony.

– Vamos ver como está esse neném.

Jogou gel sobre meu ventre e com o aparelho de ultrassom, passava pra lá e pra cá, até encontrar um barulhinho. – Esse é o som do coração do bebê, e pelo jeito está forte igual ao coração do avô – disse o doutor.

– Esse som é o coração do neném?

– Sim, – disse o doutor – espere.

– O que foi, doutor – disse Antony aflito.

– São dois coraçõezinhos, Antony.

– Meu Deus, isso é verdade, dois coraçõezinhos – disse Antony admirado. Marcela, nós vamos ter gêmeos. Caralho, não acredito, Jesus amado, gêmeos, meu pai vai enfartar novamente. Dois meninos ou um menino e uma menina. Nossa! Não estou acreditando, colocou as mãos no rosto, eu preciso sair, desculpem-me.

– Sim. Querem saber o sexo dos bebês?

–Não. Quero que seja surpresa. – Falei.

Antony levantou, saiu da sala, não sei o que aconteceu, mas vou descobrir.

– Bom dia, dorminhoca, dormiu bem.

– Bom dia, dormi sim, está de bom humor, seu Antony.

– Sim, graças a você.

– O que eu fiz, ele sorriu. – Quer dizer que divirto o senhor. – Me diverte e me deixa louco.

– Uau, mas o senhor não veio aqui para falar que eu deixo louco, desembucha, sorriso lindo.

– Quer dar uma volta comigo, quero mostrar um lugar que é muito especial para mim.

– Sério, você não está brincando comigo?

– Sério, você está lendo ainda aquele livro?

– Qual livro?

– Aquele, Sexo durante a gravidez e blá, blá, blá.

– Claro que não seu bobo, eu estava brincando.

– Não brinque com fogo que você pode se queimar, senhorita Marcela.

– Vamos ver esse lugar especial, antes que me queime, apesar de que não vai adiantar, o fogo vai junto – então ele tirou a camisa sorrindo. – Deus, Antony, como você é exibido.

– Estou com calor, olha como estou quente, pegou minhas mãos e colocou sobre seu peito. – Estou quente, está sentindo?

Comecei a rir, mas que safado. – Sim, está muito quente, quase entrando em combustão, não prefere tomar uma ducha antes de sairmos? – Ele sorriu.

Há Quanto Tempo Esperava Encontrar Alguém AssimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora