Capítulo 30

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De repente, fiquei tonta, meu estômago embrulhou, lavei meu rosto, olhei-me no espelho. – Credo, como estou pálida. Saí, os dois me olharam.

– O que aconteceu que esta pálida assim, não está bem, Marcela? – Disse seu Antônio.

– Estou bem sim, foi só uma tontura, mas já passou.

– Tudo bem, vou pegar as roupas, senhor.

– Sim Celso; Marcela, acompanhe Ilda até o quarto, onde vai dormir.

– Obrigado senhor, Deus lhe pague por tudo o que está fazendo por mim, se precisar de alguma coisa estou aqui para o que precisar.

– Sim, agora vai, filha.

Lembrei-me dos meus pais e meus filhos, comecei a chorar novamente. Que vergonha, pareço uma manteiga derretida, choro por qualquer motivo.

– Obrigada, seu Antônio, com os olhos cheios de lágrimas o abracei.

Fui para meu quarto, quando sentei, outra tontura, meu estômago embrulhou novamente, corri para o banheiro.

– A senhora está bem? – Falou Ilda, correndo atrás de mim.

– Não, não estou bem, acho que foi alguma coisa que comi e fez mal.

– Não esta grávida?

– Não, por que estaria grávida?

– Sabe, homens, sem preservativos, sem pílulas.

Volto para o quarto e sento-me sobre a cama.

– Aí Ilda, eu sei como engravida, tenho dois filhos, e eu...... Era só o que me faltava, não, não pode ser, eles foram casados 10 anos, a mulher nunca engravidou, tem teste de... de... de... Gaguejei, fiquei nervosa, ele tem teste de espermograma, era negativo, eu mesma vi, como poderia estar grávida, isso e inacreditável, ele nunca vai acreditar em mim, Ilda estou enrascada se estiver grávida.

Ela ri.

– Ri por que não é com você, por via das dúvidas vou esperar até fazer teste de farmácia.
Batem na porta Ilda atende.

– As roupas para ela, Ilda.

– Celso, preciso falar com você, sente-se aqui. Ele sentou. – Promete não contar para ninguém, não sei como começar, mas acho que estou grávida, não fiz exames ainda, se estou grávida, deve ser um mês e pouco, tenho que tomar cuidado, já sou uma quarentona. Droga, não poderia estar grávida, era só que me faltava.

– E o pai?

– Claro que tem pai, o problema é ele acreditar que o filho é dele, e encontrar ele de novo.

– Mas, por quê?

– Ele não é fértil, não produz espermas suficientes para engravidar uma mulher.

– E por que você acha que está grávida então?

– Os sintomas, você vai para a cidade essa semana, Celso?

– Vou amanhã.

– Compraria um teste na farmácia para mim?

– Eu?

– Celso, sei que mal conheço você e Ilda, por enquanto são únicos que posso contar, por favor, Celso.

– Eu vou junto Marcela, posso comprar.

– Obrigada Ilda, Celso obrigada também, dou o dinheiro para você, está bem? E Celso, se eu estiver mesmo grávida, não poderei fazer trabalhos pesados que ponha em risco minha gravidez. Puta merda grávida de um homem que não pode ter filhos, maravilha, vou ter que contar para o senhor Antônio, vou ser despedida. Como vou voltar para casa, o meu pai vai me matar? Estou com muitas saudades dos meus filhos, um ano que não os vejo, um mês e pouco que não falo com eles, comecei chorar. Vou contar o que aconteceu para vocês entenderem melhor. Conheci um moço no avião quando viajava para o Rio de Janeiro, para o lançamento do meu livro, eu dormiria em um hotel, mas ele ofereceu seu AP para ficar, claro que não aceitei imediatamente, ele foi tão querido oferecendo o AP que aceitei, fiquei quatro dias hospedada lá, tivemos relações, mas antes ele mostrou seus exames incluindo o espermograma, era negativo, eu li.

– Ele não te enganou?

– Não Ilda, como eu tinha contado para você, ele foi casado 10 anos, a mulher dele nunca engravidou, contou-me que certo dia sua esposa apareceu grávida, falou que o filho era dele, aí mostrou o exame de espermograma para ela, e fez teste de DNA para tirar dúvidas, o filho não era dele, descobriu que sua esposa enganava com um amigo dela, ou dele.

– Mas onde ele mora?

– Nos EUA, diz que é dono de uma rede de boates lá e aqui no Brasil, e o pai mora no Mato Grosso, só não lembro qual dos dois Mato Grosso, e tem dois irmãos.

– Como ele se chama? – Perguntou Celso.

– Antony, eu tinha o número do celular, mas roubaram tudo, documentos dinheiro, tive que ficar um mês no Rio, sem dinheiro, só com as roupas do corpo, trabalhando de garçonete para conseguir voltar para casa. Mas não foi o suficiente, comprei umas roupas e calçados, ganhei carona até aqui, vou trabalhar esse mês, e se Deus quiser, voltar para meus filhos. E agora se tudo correr bem, posso estar grávida de um homem que não vai acreditar que enfim vai ter um filho, e procurar por ele, não sei se devo, posso cuidar do bebe sozinha. Por favor, digam alguma coisa, não fiquem se olhando desse jeito.

– Bom, se você falar para ele, acho que ele vai acreditar?

– Ah! Duvido muito, se estiver grávida, vou cuidar do bebê muito bem sozinha, Ilda, se ele puxar para o pai vai ser lindo, parece de ver o rostinho. Falei toda maravilhada.

– Acho que ele vai adorar – falou Ilda.

– Acho que não vai acreditar, com certeza, mas que droga, uma trepada sem proteção, e um filho, fala sério. – Celso não chegue mais perto de mim.

– Por quê? Falou rindo.

– Não posso nem sentir cheiro de homem que engravido.

– Pense na proeza desse homem conseguir fazer um filho – Ilda falou rindo. Quem vai ficar feliz vai ser o seu Antônio.

– O que tem o senhor Antônio com minha gravidez.

– Simples, ele vai adorar ter um neto do filho querido.

– Não entendi nada, depois não sei se estou mesmo grávida, vamos esperar até amanhã, mas o que você quis dizer com adoraria ter um neto.

– Eu quis dizer que o seu Antônio vai gostar de ter um neném por aqui.

– Que querida você, Ilda, vou ficar só um mês aqui, depois vou para casa ver meus filhos, estou morrendo de saudades deles. Agora vou virar homem, Ilda não olhe muito para mim que estou grávido.

– Só uma pergunta Marcela, quem contou para você sobre a família do Antony. – Perguntou Celso.

– Perguntei para a Júlia, a governanta dele, e conheci seus irmãos no AP, Márcio e José, se não me engano.

– Tenho certeza de que é ele mesmo, Ilda – disse Celso. Os dois se olharam.

– Como assim, vocês conhecem Antony?

– Não é isso, estávamos falando de outra coisa.

– Deixem-me vestir e não contem nada para ninguém, por favor, e meu nome será Marcelo.

– Tudo bem, não contaremos para ninguém, né, Celso? – Ele só ergueu as mãos e continuou andando.

– Será que ele não vai dar com língua nos dentes, Ilda?

– Não, Marcela.

– Fico mais tranquila. Saí do quarto, não parecia bem um homem. Celso olhava e ria, dei um soco em seu braço. – Não ria, seu bobo, mostre o que tenho que fazer.

– Dirige trator, carro, caminhão.

– Sim senhor.

– Sério?

r.– Sério, sempre trabalhei na roça, não tem o que eu não saiba fazer.

Há Quanto Tempo Esperava Encontrar Alguém AssimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora