Capítulo 11

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Tinha que sair um pouco, estava ficando maluca, não parava de pensar nele, que droga, mal conheço e ele mexe comigo assim, quem manda ser tão lindo, dá vontade de beijar aquela boca quando sorri, e aquele corpo maravilhoso, aquelas pernas... Quando um homem como ele vai olhar para mim? Ah! Meu bom Deus é melhor tirar meu cavalinho da chuva.

Ele é lindo, jovem solteiro, atraente, sexy, e não é pra mim. Resolvi voltar para o AP.

– Ei! Já voltou.

– Me entediei, aquele elevador é muito lento, até chegar lá embaixo passou a vontade de sair, falei rindo.

– Ah! Meu Deus, gosto do teu humor, vou sentir sua falta quando você voltar para casa.

– Que maravilha, ele gosta um pouquinho de mim!

– Por que não deveria gostar de você. Vai fazer o que hoje à noite?

– Sei lá, dormir.

– Quer ir beber alguma coisa comigo, alguma boate.

– Você está doente, Antony.

– Não, só por que estou fazendo um convite, você acha que estou doente?

– Desculpa, minha cabeça está a mil hoje.

– Tem remédio, quer uma aspirina.

– Não, não é dor de cabeça, meus pensamentos estão uma loucura, acho que faz tanto tempo que meu cérebro não funciona assim.

Ele arqueou as sobrancelhas – Está pensando em mim?

– Quem dera eu pensar em você, acho que meus pensamentos seriam bastante empolgantes Don Juan. Se ele soubesse.

– Você não fala nada sério.

– Não quer passar na livraria hoje quando voltar dos seus compromissos, se tiver tempo, claro?

– Não posso, estou com a agenda cheia, hoje, mas se acabar cedo prometo que vou passar por lá.

– Bom, se a gente não se ver mais, tenha um bom dia, senhor azedo, vou almoçar na rua, volto só à noite. Saí para meu quarto.

Troquei minhas roupas, cheguei à sala e não vi ninguém, entrei no elevador, me benzi, só faltava o elevador ficar emperrado no meio do caminho, quando cheguei à portaria, esqueci a bolsa, que merda, agora tinha que voltar nessa porcaria de elevador, demora uma eternidade, estava com preguiça de subir as escadas. Cheguei ao AP, toquei a campainha, umas duas vezes, até o Antony abrir a porta.

– Ah, é você!?

– Fiquei com saudades de você e voltei – disse rindo. Esqueci minha bolsa e a chave, estava esperando alguém? Pergunto sentando no sofá.

– Não, por quê?

– Por que está nervoso, não se preocupe, já estou indo, levantei peguei a chave e a bolsa, fique à vontade, e divirta-se garotão, não vou atrapalhar.

– Espere, pegou minha mão olhando nos meus olhos. – Não é isso, é que meu amigo ligou, diz que não vai mais casar, e vai chegar amanhã, sozinho.

Poxa, fiquei perdida. – Vou procurar um hotel e alugar um quarto, não se preocupe comigo, Antony, não quero atrapalhar vocês, disse tirando minha mão da sua.

– Não, não, você pode ficar, tenho mais quartos, era só para avisar, eu ia ligar, mas já que está aqui.

– Eles não vão mais casar, sentei-me novamente.

– Não, ela o flagrou com outra.

– Sério, mas como existem homens burros nesse mundo, mas benfeito pra ele, se acontecesse comigo, juro que eu pegava suas bolas e capava a unha.

Ele sorriu. – Ele gostava dela, mas foi burro como você falou.

– Falou a verdade, gostava, se ele a amasse, nunca trairia, mas acho que alguém não estava preparado para se amarrar. Olha, eu não sei o que é ser traída, mas sei o que é não ser amada, confesso que dói muito.

– Eu sei o que é ser traído, passei um inferno, e estou sofrendo ainda, tenho raiva de mim mesmo por ser tão fraco.

– Quer conversar sobre isso.

– Não, não quero.

– Tudo bem, já almoçou?

– Não.

– Quer que eu fique fazendo companhia, podemos fazer o almoço, e jogar conversa fora.

– Não sei cozinhar, mas posso ajudar na salada.

Arquei as sobrancelhas. – Gosta de estrogonofe com arroz branco.

– Gosto. E você gosta de alface?

– O que? Enruguei minha testa, é essa salada que vai fazer? Achei que seria uma com pedaços de queijo branco com tomates picados, tempero verde, e grãos, mas gosto de alface, mãos a obra garotão vai lá fazer tua salada exótica, gosta das músicas de Victor e Léo.

– Sim, vou tocar enquanto cozinhamos.

Eu em um balcão perto do fogão picando peito de frango, e ele na pia lavando a alface, de onde eu estava tinha visão privilegiada de sua bunda e pernas, ele tinha um jeito de se movimentar, que Deus do céu... De repente, ele me flagra olhando para ele.

– O que foi? Pergunta ele.

– Nada.

– Sei. – Disse sorrindo. E voltou a lavar a salada. A cada minuto ele virava e me flagrava olhando para ele, e ria.

– Exibido – resmunguei.

Há Quanto Tempo Esperava Encontrar Alguém AssimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora