Há Quanto Tempo Esperava Encontrar Alguém Assim

Capítulo 35

– Boa filha, quero ser o primeiro a ver você sair daqui, e vou levá-la comigo para a fazenda, vou cuidar do meu netinho.

– Não me faça chorar, seu Antônio, nem meu pai cuidou assim de mim, sempre me virei sozinha, abracei, beijei sua face, obrigada por tudo.

– Não chore, filha, se não vou chorar também.

– O que vocês estão fazendo?

– Chorando, filho, nós já estávamos indo. Vamos, Marcela, não chore, vou levar você para casa amanhã.

– Seu Antônio, prometo que assim que conseguir o dinheiro venho pessoalmente pagar o senhor, falei chorando. –Antony você tem um pai maravilhoso.

– Antony abraçou seu pai, beijou sua face. – Eu sei, como está você e o bebê?

– O bebê está bem, eu que não estou, ando muito chorona.

– O médico disse que é normal na gravidez ficar mais emotiva.

– Você foi consultar o médico, filho? – Disse seu Antônio.

– Não, sim, quis saber de umas coisinhas a respeito da gravidez, só isso.

Arqueei as sobrancelhas, ele deu um sorriso lindo malicioso.

– O que foi, por que está me olhando assim, Marcela?

– Não me falou como tem passado esses dois meses?

– Não muito bem, senti saudades de você, beijou minha face, minha ex-mulher quer voltar, recomeçar de novo, disse que está arrependida, um monte de baboseiras, não quero mais saber dela, ela me traiu, tenho pena do bebezinho. Falando nisso, você está grávida de quantos meses?

– Dois meses e uns dias.

– Parabéns, vai ser mamãe novamente.

– Pois é, não estou acreditando ainda.

Entrei no quarto e deitei, o senhor Antônio sentou no sofá.

– Como você soube que eu... da minha gravidez.

– O Celso deixou escapar – disse rindo. Que sorriso lindo, continua o mesmo, lindo mas um pouco abatido. – Ele me contou que prometeu a você manter distância – continuou rindo – disse que foi você quem ordenou.

– Sim, e falei para o seu pai também, e serve para você também.

– Você falou isso para o meu pai, ai meu Deus, que maluca, e por que eu? – Veio se aproximando de mim na cama. – Vou ter que manter distância de você também – sussurrou em meu ouvido.

– Pense bem, uma trepada e eu engravido, na próxima só o cheiro basta.

– Ele ria. – Pois é, que azar o teu, poderíamos nos divertir muito.

– Azar o meu, e sorte tua.

– Por que sorte minha?

– Sorte tua de eu estar grávida.

– Não entendi.

– Você nunca vai entender, se até eu não estou entendendo essa gravidez. Olhei para ele e ri.

– Esta rindo da minha pessoa?

– Mais ou menos.

– Que bom que minha pessoa a deixa feliz.

– Oh. Não sabe o quanto.

– O quê?

– Estou feliz com a sua pessoa, sorriso lindo.

– Só você mesmo... Vou levar meu pai para casa, ele deve estar cansado, ele não para de falar do seu bebê. – Já falou com o pai do bebê?

– Não, mas ele já sabe da gravidez.

– Menos mal, qual foi a reação dele, deve ter ficado super feliz.

– Eu não sei como será a reação dele, eu não vi ainda.

– Vai voltar para o babaca do seu esposo.

– Não, nunca, vou voltar a morar com meu pai, isso se ele aceitar.

– Por que não aceitaria?

– Ora, porque, porque estou grávida, saio para uma viagem de trabalho, de cinco dias e volto grávida, vejo a xingação, se você fosse uma menina nova para fazer burradas desse tipo, tento imitar a voz dele, mas já tem 40 anos nas costas e não aprendeu nada, garanto que nem sabe quem é o pai. Sabe o que é pior, ser passada por uma vadia, mas bem-feito, acreditei no teste de espermograma de um... Que raiva, sinto que fui enganada.

– Espera aí, quer dizer que você acreditou em um homem, que mostrou um teste de espermo...

– É, seu, seu, que merda, Antony, comecei a chorar, eu acreditei, não estou com raiva de você, mas ponha-se no meu lugar, uma trepada e estou grávida.

– Não, não, eu não acredito, você só pode estar brincando. Ele saiu andando pelo quarto.

– Não estou brincando, e também não estou pedindo nada, Antony, sei me virar sozinha, não vou ser a primeira e nem a última que tem um filho sozinha, vou cuidar bem desse carrapatinho.

– Carrapatinho, quer dizer que seu filho agora é um carrapatinho?