Capítulo 55

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Inês
Enquanto eu e o Afonso íamos andando para a sala de aula a falar das nossas aventuras na universidade, amizades inesperadas que adquirimos e afins.

- Obrigado por tudo Inês – abraçou-me e eu retribuí o abraço, porque realmente precisava de receber algum conforto.
De repente, ainda abraçada ao Afonso, uma moça morena, de olhos azuis e bem vestida, veio em nossa direção com um olhar de quem estava irritada com alguma coisa.

- Tira essas mãos nojentas de cima do meu namorado! – Disse-me, acabando por deixar-me perplexa.

- Do teu namorado? – Perguntei confusa – e para já, não me conheces de lado nenhum para me falares desse tom.

- Para que saibas, eu e o Eduardo começámos a namorar ontem há noite – disse com um sorriso vitorioso – e não penses que vais meter-te entre nós, porque somos muito felizes – beijo-o há minha frente – já agora – sorriu – eu e todos da universidade te conhecemos e o porquê de estares grávida, o medo de perderes o Eduardo era tão grande que acabaste por engravidar do mesmo. O medo de o perder para a Anastácia, era maior não era?

Comecei a ficar completamente irritada com as acusações e mentiras que aquela moça estava a dizer a meu respeito.

- Primeiro, eu não sabia que o Afonso namorava e o abraço que viste a dar-nos, foi porque o mesmo estava a dar-me força, porque tenho vivido tempos bastante difíceis e mais, o Afonso é um dos meus maiores amigos na universidade – disse tentando não descer ao mesmo tom que ela – segundo, eu estou grávida do Eduardo é verdade, mas não fiquei porque quis ou porque queria prender o Eduardo, como é normal, qualquer casal tem relações sexuais e infelizmente, acabei por ficar grávida, mas não tenho qualquer problema ou medo de ser mãe solteira, porque eu amo este bebé mais do que tudo e bem sei o quanto ansiosa estou por ter a minha menina nos meus braços – sorri – sim é uma menina, os testes de um laboratório deram tal informação e também para tua informação, quando eu soube que estava grávida o Eduardo disse que não queria que eu abortasse e sim que tivesse o bebé – pisquei o olho – terceiro, podes dizer até esta informação há Anastácia, eu estou completamente nas tintas para o que ela diga ou invente a meu respeito, porque essa menina não passa de uma pessoa vingativa e sem escrúpulos, para além, eu não sei se sabes, se o Eduardo me traiu com ela, é porque ela andou a chantagea-lo.

- O quê? – Perguntou em choque.

- Sim é isso que acabaste de ouvir, caso ele não se encontrasse com ela ou tivesse relações sexuais com a mesma, a mesma iria me matar ou ao nosso bebé. E quanto ao facto do Eduardo ter voltado para Coimbra, eu não tenho culpa disso, ele é que quis ir, pois eu não apontei arma nenhuma para o mesmo ir embora. Quarto, para também tua informação, eu conheço o Eduardo desde os meus cinco anos, pois fizemos o primeiro ciclo na mesma turma. Agora, não afirmes coisas da minha pessoa que não são verdade.

- Eu não sabia disso Inês – respondeu-me – eu peço imensas desculpas.

- Agora, imagina como eu tenho andando, desde que voltei para a universidade, as pessoas passam a vida toda a olhar para mim como se eu tivesse cometido um crime.

De repente, quando eu olho para trás, deparo-me com a Cláudia completamente irritada a assistir o final da nossa discussão e a mesma demonstrava uma cara de quem estivesse completamente irritada.

- Ouve lá Carolina, qual é a tua de te falares com a Inês nesse tom? – Perguntou a Cláudia completamente irritada.

- A Inês estava agarrada ao meu namorado – respondeu.

- Para tua informação, a Inês e o Afonso são grandes amigos e apoiam-se bastante nos dias difíceis. Por isso, não te preocupes com a Inês, ela jamais iria meter-se com o Afonso – espirrei – e mais, podes enganar meio mundo mas a mim não me enganas. Falas das outras, mas consegues ser três vezes pior – disse a Cláudia.

- Novamente com ameaças? – Perguntou a Carolina enquanto olhava para as unhas.

- O quê que queres dizer com isso Cláudia? – Perguntou o Afonso meio confuso.

- O que eu mesma quero dizer com isso, é que a tua namorada não é quem tu pensas. Ela passa a vida a meter-se com todos os rapazes que frequentam a universidade, fora aqueles que não são daqui, então, para rapazes comprometidos não se fala, não é Carolina? – Perguntou a Cláudia.

- Carolina, o que a Cláudia está a dizer é verdade? Tu já te meteste com rapazes comprometidos? – Perguntou o Afonso à Carolina completamente irritado.

- Claro que não meu amor – disse a Carolina quase com algumas lágrimas nos olhos.

- Deixa de ser mentirosa! – Gritou a Cláudia e todos os estudantes que ali estavam, vieram assistir à discussão – foi contigo que o Bruno me traiu, e nesse preciso momento, tu namoravas com o Gonçalo! – Fiquei chocada a olhar para a namorada do Afonso.

- Tu o quê? – Perguntou Afonso completamente irritado.

- Calma – disse ao Afonso.

- Tu envolveste fisicamente com o Bruno enquanto ele estava junto com a Cláudia e ainda traíste o Gonçalo?

- Pelo que o Bruno me dizia, a Cláudia não o satisfazia, e como eu dava o excesso de prazer que ele adorava e como também o Gonçalo não me satisfazia, acabámos por nos envolver algumas vezes – sorriu – sabes, escolheste um bom moço para fazer sexo.

Ao ouvir aquelas coisas, a Cláudia acabou por não aguentar e deu um estalo à Carolina, e de seguida, ambas começaram a andar à porrada, como se fossem duas Índias.
Mesmo sabendo que poderia me prejudicar, decidi ir meter-me no meio e tentar fazer com que a Cláudia e a Carolina parassem de andar há porrada.

- Cláudia pára! – Disse enquanto a agarrava – não prejudiques a tua estadia aqui na universidade por causa dela.

- Essa porquitchana e com cheiro a bacalhau vais paga-las! Meteu-se com o que era meu, agora vai paga-las!

- Chega! – Disse – vamos as duas até ao bar da escola, vais beber água com açúcar e vais tentar acalmar-te! O Afonso e alguns da universidade já sabem como é que à Carolina realmente é, e aquilo tudo, foi uma humilhação total para ela, tal como para o Gonçalo por ter sido traído e para o Bruno por ter-te traído – disse – agora, deixa-a que ela vai pagar bem caro.

- Ela é tão estúpida, tão víbora, tão ridícula! – Disse a Cláudia enquanto tentava arranjar todos os nomes há Carolina.

- Tem calma – virei-me para todos – malta já podem ir embora, a confusão acabou.

Os estudantes que lá estavam, começaram a ir embora e irem para as aulas. Depois da Cláudia já ter bebido água com açúcar e ter ficado um pouco mais calma, fomos para a sala de aula. Com esta confusão toda, apercebi-me de duas coisas, não era a única que tinha azar no amor e que estava completamente prejudicada para o teste de português, pois não consegui rever grande coisa.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Where stories live. Discover now