Capítulo 10

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Inês

Passámos o caminho em silêncio, se bem que por vezes íamos trocando alguns olhares e no meio deles, um sorriso meio envergonhado ou até mesmo intimidado. Quando estou pela primeira vez a sós com pessoas que não tenha grande confiança, fico meio intimidada e outras vezes meio envergonhada porque não sei, o que vai na cabeça da pessoa acerca de mim.

- Tens um sorriso bonito – disse o Eduardo.

- Estás a falar a sério ou estás-me a dar graxa? – Sorri.

- Porque haveria de te dar graxa?

- Não sei, diz-me tu.

- És engraçada – disse-me e eu dei um riso irónico.

- Continuas o mesmo pateta.

- Quando estou contigo.

Mal o disse, fiquei silenciosa. Aquela frase fez-me lembrar uma frase que a Cláudia tinha-me mencionado quando tínhamos falado do Eduardo. Ela tinha-me dito qualquer coisa, que quando ele me vê ou está comigo, que se altera. Agora a questão é, porquê?

- Chegámos – disse passado algum tempo.

- Tens a certeza que depois não irás dar-me com uma frigideira quando chegarmos ao teu apartamento? – Perguntou-me e eu comecei a rir-me.

- Só te darei com uma frigideira se fizeres algum disparate menino Eduardo.

- Agrada-me.

- O quê? – Olhei séria para ele enquanto trancava o meu carro.

- Deixa lá.

Mesmo sem entender o porquê de ele ter tentado encerrar aquela conversa, continuava a andar ao seu lado em direção à entrada do nosso prédio. Ele poderia estar diferente, mais bonito, sexy até admito, mas continuava o mesmo moço que dava-me a volta a cabeça, aquele que dizia algo e, eu não entendia o motivo ou até mesmo, o porquê de se silenciar.

Desde pequenos que ele me deixa assim, confusa por causa das suas conversas. Passado alguns minutos, entrámos no meu apartamento.

- Se quiseres, podes-te por à vontade – disse-lhe – vou buscar o vinho.

- Está bem.

Descalcei-me e fui até à cozinha buscar o vinho. Parece que virou tradição beber vinho, quando estou acompanhada com alguém acho, que herdei isso há minha mãe pelas histórias que ela me contava e conta da sua juventude.

- Aqui tens o copo de vinho – assim que o vi sem camisola fiquei sem saber o que dizer. Eu sei que já não é a primeira vez que o vejo assim, mas realmente ele tem um corpo que consegue tirar o folego a qualquer moça.

- Obrigado – sorriu – espero que não leves a mal ter-me posto assim, mas está bastante quente a tua casa – sentei-me ao lado dele no sofá.

- É, este apartamento é bastante quente devido a apanhar sol todo o dia – bebi um golo – se bem que isso é bom, assim não recinto tanto a alteração de um ambiente para o outro.

- Concordo – olhou para mim com um sorriso – que dizes de fazermos um brinde?

- Um brinde a quê? – Sorri enquanto estava curiosa.

- Por termos feito tréguas, sempre é bom manter os inimigos por perto ou então ex-inimigos não é? – Começámos a rir-nos.

- É verdade, sendo assim, vamos fazer um brinde – brindámos – hás nossas tréguas.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Onde as histórias ganham vida. Descobre agora