Capítulo 31

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Um mês passou-se

Inês

Os dias cada vez estão mais frios. O inverno ainda não chegou, mas já transmite alguns sinais que este ano, o mesmo será rigoroso. Estamos a um mês do mesmo, das férias e sobretudo, do Natal. Ai como eu adoro o Natal! Desde pequena, que gosto de montar a árvore de natal, pensar em quais são os presentes que irei receber e quais irei dar, como é que irá ser a ceia, tudo ao mínimo pormenor. Para além também de tudo o que se aproxima no próximo mês, também o meu aniversário entra na lista. Este ano ainda não sei como irá ser, porque para além de estar em Lisboa, a minha mãe está de costas voltadas para mim – o facto de estar grávida – os pais do Eduardo gostariam que fôssemos passar com eles, mas também há algo que me deixa ainda mais indecisa, o facto da Cláudia estar sozinha.

Para além dos seus pais não lhe falarem e se terem esquecido da mesma, o namoro dela com o Bruno terminou. Pelos vistos a história dele a ter traído, era verdade. Ainda me lembro como se fosse ontem, que a Cláudia descobriu a verdade. Desde aí, já não parece a mesma. Chora bastante, já não tem as suas brincadeiras com os unicórnios, já não sente o ânimo que sentia e se não fosse eu e o Eduardo, a incentivarmos para continuar a ir às aulas, a lutar pelo seu futuro, ela já teria desistido, de tudo mesmo.

O meu pai, também tem vindo todos os fins-de-semana me visitar e ao Eduardo. Como não tem onde dormir aqui a não ser no sofá, costuma ficar num hotel aqui pertíssimo. Cada semana de gestão que vai passado, o meu pai vai-se tornando um avô ainda mais babado. Para além de estar orgulhoso da minha decisão, está feliz por não desistir dos meus estudos. Os meus professores já sabem que estou grávida, exceto a minha turma e claro, exceto a Anastácia. Eu e o Eduardo temos feito os possíveis e impossíveis para que ela não se aperceba. Ainda não sabemos até que ponto ela desistiu de nos fazer alguma coisa.

- Bom dia meu amor – disse ao Eduardo.

- Como estás? – Sorriu para mim, deu-me um beijo e a seguir na minha barriga – o pequeno-almoço já está feito.

- O que eu faria sem ti! – Fui à cozinha buscar o pequeno-almoço e fui para junto do Eduardo – vais já para a universidade?

- Sim, eu sei que ainda é cedo, mas o professor Nuno disse que queria falar a sós comigo.

- A sós? – Perguntei enquanto bebia o leite – ele não é dessas coisas.

- Estou bastante curioso com o que ele me possa vir a dizer, mas ao mesmo tempo, também acho estranho.

- Como é que soubeste disso?

- O mesmo falou comigo ontem. Disse-me que precisava de falar a sós comigo, e se não me importava de ir mais cedo para a universidade.

- Achas, que tem a ver com o facto de eu estar grávida?

- Não sei meu amor – me disse – mas acho muito estranho. Ele é muito nosso amigo é verdade, mas por norma, costuma dizer as coisas no próprio dia.

- É verdade – torci a boca.

- Bem amor, eu vou já andando. Porta-te bem e cuida do nosso bebé – sorri – quando chegares à universidade manda-me mensagem que eu vou ter contigo.

- Está bem.

Despedi-me dele e continuei a comer.

Mais um enigma neste mês...o quê que será, que o professor Nuno quer falar com o Eduardo. Será que aconteceu algo que nos prejudicou a nível de nota? Ou será que está preocupado pelo facto de sermos pais e eu continuar a agir normalmente? Exceto a parte, de que mudei a alimentação, faço exercícios em casa e mexo bastante na barriga. Mas mesmo assim, pelo que a médica nos tem dito, a minha gravidez está no excelente caminho, e que se continuar assim, o bebé quando nascer, será saudável.

Arrumei a cozinha e fui acordar a Cláudia. Hoje ela vai ter uma consulta de manhã numa, psicóloga para a ajudar, e a mesma me pediu que a acordasse.

- Cláudia – disse enquanto entrava no quarto dela – acorda.

Disse a mesma coisa, umas cinco ou seis vezes, até que a mesma finalmente acordou.

- Tens de te despachar para ires à consulta – disse.

- Ah sim pois! Eu vou já – levantou-se e eu fui até ao meu quarto buscar as coisas para levar, para a universidade.

- Vais já embora?

- Sim, o Eduardo já foi para a universidade.

- Já?

- Sim, o professor Nuno disse que queria falar a sós com ele.

De repente o meu telemóvel recebeu uma mensagem, deve ser o Eduardo.

- Se achas, que eu desisti, estás muito enganada! É bom que venhas ter comigo imediatamente à expo ou o teu querido namoradinho morre, assinado Anastácia.

Ao ler aquela mensagem, fui logo a correr para o meu carro enquanto ligava ao Eduardo. O telemóvel dele chamava, chamava, chamava e nada! Não posso querer que a Anastácia está com o Eduardo e sobretudo, ameaçou-me que o matava. Liguei o carro e comecei a andar o mais rápido possível pela cidade, neste caso os tais ditos 50km/h!

Enquanto conduzia, peguei novamente no telemóvel e comecei a ligar ao Eduardo. O ponto de situação continuava o mesmo, o telemóvel tocava e não atendia. Comecei a escrever uma mensagem para saber se realmente era tudo verdade ou se apenas estava a falar com o professor, até que...só oiço algo forte a debater. Um género de um vento quente e a levar com o mesmo, os vidros que se iam partindo do meu carro e o carro, o quanto andava aos zig zags e eu sem conseguir controlar. Tentei chegar com as minhas mãos ao volante, até que sinto o meu carro a ir contra alguma coisa e devido a isso bati com a minha cabeça. Não sei onde, mas bati. Eu só espero que tudo vá ficar bem e que o meu amor fique bem. Comecei a sentir-me tão zonza, que acabei por fechar os meus olhos por uns segundos, depois por uns minutos, até que...

Eduardo

Estou bastante emocionado e sensibilizado com o professor Nuno! Para além de ter oferecido a mim e à Inês uma roupadinha para o nosso bebé, disse que daqui a uns meses poderá dar-lhe umas aulas particulares, para caso comece a sentir-se bastante cansada.

Quando saí da sala com o professor Nuno, peguei no meu telemóvel e deparo que tinha 20 chamadas da Inês e uma mensagem. Começo a carregar para ver o que dizia, até que a mesma volta a ligar-me novamente.

- Amor onde estás? – Perguntei – só agora vi as tuas chamadas.

- Estou com Eduardo correto? – Perguntou um homem com uma voz grave.

- Sim, o que você está a fazer com o telemóvel da minha namorada?

- A sua namorada sofreu um acidente – algumas lágrimas começaram a cair logo de imediato pela minha face abaixo – queria informá-lo que a iremos levar para o hospital.

- Ela está a ser seguida no Hospital Santa Maria pela médica Marta Moreira – limpei as lágrimas – eu vou já aí ter.

- Está bem – desligou.

Não acredito, isto não pode estar a acontecer...a minha mulher teve um acidente.

- Eduardo? – Apareceu o meu professor Nuno – ouvi-te a chorar o que se passa?

- A Inês teve um acidente, acabaram de me ligar.

- O quê? – Perguntou o meu professor – ela vai para que hospital?

- Para o de Santa Maria. É o mais próximo daqui e é nesse que ela tem estado a ser seguida.

- Anda, eu levo-te.

- E, as aulas?

- Eu hoje só tenho coisas a tratar quanto a reuniões, para além eu não irei deixar-te conduzir nesse estado.

- Só quero que a Inês e o nosso bebé estejam bem. Eu não a posso perder.

- Tem calma, ela vai ficar bem.

- Espero bem que sim – disse enquanto seguia o professor Nuno.

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O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Onde as histórias ganham vida. Descobre agora