Capítulo 50

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Inês

Abri os olhos assim que o meu despertador começou a tocar. Eu não sei que horas seriam, mas sei que tenho de acordar para retomar às minhas aulas na universidade.
Há duas semanas já não vou às aulas por tudo o que me têm acontecido, por isso, eu não sei como é que as coisas estão neste momento a nível de matérias e a forma como os meus colegas estão. Provavelmente devem estar todos felizes e unidos, e agora o facto de eu aparecer novamente, poderá fazer com que me olhem como uma intrusa.

Olhei para o meu lado e notei que a minha irmã já tinha acordado, na volta teve de ir, de urgência para o hospital. Pelo que já percebi, ela não pode ter vida própria, porque esta sempre a ser chamada quando são situações de emergência.

Bocejei e fui diretamente à minha casa de banho. Lavei a minha face para me despertar o mais rápido possível e de seguida entrei para dentro do meu chuveiro e comecei a tomar um duche bastante rápido. Por norma, eu costumo atrasar-me bastante e desta vez, eu não quero isso. Eu tenho de dar um novo rumo na minha vida, por isso, existem diversas coisas que eu tenho de mudar e uma delas, é deixar de chegar atrasada às aulas.

- Inês? – Ouvi a minha irmã a chamar-me, pelos vistos não está no hospital.

- Estou no duche – respondi o mais rápido que consegui para a mesma me ouvir.

- Ah está bem, pensei que ainda estivesses a dormir – disse-me – é também para te informar que o pai já fez um pequeno-almoço para nós os três.

- Está bem – respondi.

Saí do duche e limpei-me com a toalha. Enquanto o fazia, olhava para o meu espelho. Não parecia a mesma miúda de há uns tempos atrás, com um brilho nos olhos. Cada vez tenho mais a noção do quanto o Eduardo era tudo para mim. Eu sentia-me completa ao lado dele e sem ele não me sinto, e a única coisa que resta do nosso amor, é a nossa filha.
Diversas lágrimas começaram a cair da minha face abaixo e enquanto isso acontecia, mexia na minha barriga. Para além de se ter tornado um hábito, era a única coisa que restava do meu amor e do Eduardo.
Limpei as minhas lágrimas e fui em direção ao meu quarto para decidir o que haveria de vestir.

- Posso entrar? – Perguntou a minha irmã enquanto vestia a minha roupa íntima.

- Sim podes – respondi.

- Ups, não estás vestida – disse-me – peço imensas desculpas.

- Não tem problema, porque não estou literalmente nua – respondi.

- Como te sentes? – Perguntou.

- Bem, quer dizer, razoável.

- Estás pronta para veres o Eduardo? – Olhei para ela e suspirei.

- Não sei – respondi – eu o amo tanto, mas tanto e custa-me estar longe dele, mas eu não consigo retirar da minha cabeça o facto dele me ter traído.

- Eu compreendo-te – disse-me – mas eu espero que não tomes uma decisão precipitada e que acabes por sofrer futuramente.

- Posso nunca mais ser feliz ao lado de ninguém pelo facto do Eduardo me ter marcado bastante, por termos uma filha em comum, mas eu não posso esquecer que o mesmo me traiu.

- Porque estava sobre ameaças da Anastácia.

- Eu não quero falar disso Marta – respondi – eu bem sei o quanto este assunto me custa.

- Tudo bem – respondeu-me – despacha-te que o pai está à nossa espera para tomar o pequeno-almoço.

- Está bem – respondi e a minha irmã saiu do quarto.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Where stories live. Discover now