Capítulo 46

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Dia seguinte

Inês
Acordo com duas pessoas a mexerem no meu corpo. Eu não sei quem são elas, mas sei que estavam a mexer em mim.

- O que vocês pensam que estão a fazer? – Perguntei enquanto tentava abrir os olhos com alguma dificuldade devido à intensidade da luz.

- Somos duas enfermeiras, estamos a prepara-la para daqui a bocado virem trazer-lhe o pequeno-almoço e depois ir fazer um exame.

- Um exame ao quê? – Perguntei intrigada.

- Pedimos desculpa, mas não pudemos informar tal coisa – disse a outra enfermeira – só pudemos dizer que, irá fazer um exame a seguir ao pequeno-almoço. O resto, só um médico ou uma médica poderá informar.

- Está bem – disse ainda meio ensonada – onde está a minha médica, a doutora Marta?

- A doutora Marta está a descansar numa sala própria para os médicos – disse uma das enfermeiras – ela passou a noite toda ao seu lado.

- Não sabia – disse – provavelmente devia ter adormecido aqui com algum receio que eu tivesse uma crise de falta de ar.

- Pois não sei – disse uma enfermeira – nós agora iremos sair e daqui a bocado uma senhora ou um senhor irá trazer-lhe o seu pequeno-almoço e depois irá levá-la ao bloco onde irá fazer o exame.

- Está bem – respondi.

Ambas saíram do meu quarto e eu fiquei a olhar para a janela. Eu não conseguia ver grande coisa devido à forma distância em que me encontrava, mas mesmo assim tentava olhar. O dia estava chuvoso e via-se algumas gotas de chuva a irem contra ao vidro da janela. Provavelmente, hoje está um daqueles dias que eu daria de tudo, para estar deitada no sofá, a ver filmes, tapadinha e claro, a beber chocolate quente com leite. São essas as coisas que eu mais adoro no inverno, o quente e o modo relaxante que nos encontramos em casa, e uma das coisas que mais gosto é adormecer com o barulho da chuva. Hoje, parece que é um desses dias, tal como também, ainda mais perto estou do meu aniversário e na altura de montar as coisas de Natal, se bem que não tenho nada disso aqui em Lisboa, árvore, luzes, efeitos, nada de nada. Penso, que quando tiver alta e tiver melhor, para além de puder comprar mais coisinhas a minha bebé, vou comprar as coisas de Natal, ainda por cima, agora eu tenho uma irmã a qual finalmente quer e tem todo o direito ter um Natal em família.

Truz, truz, truz.

- Quem é? – Perguntei.

- Sou eu – quando abre a porta era a Josefa – ouvi dizer que tinhas novamente vindo parar ao hospital, então eu mesma assumi a responsabilidade de vir dar-te o pequeno-almoço e saber o que aconteceu desta vez.

- Já tinha algumas saudades tuas – disse – desta vez não tive nenhum acidente, simplesmente corri demasiado, o meu corpo não aguentou e acabei por cair desmaiada no chão com falta de ar.

- Mas tu tens algum problema respiratório? – Perguntou-me.

- Quando tinha cinco anos, eu apanhei uma pneumonia muito forte, fiquei três meses e meio internada no hospital e os médicos até diziam que não ia sobreviver, mas lá consegui – disse com um sorriso – mas tirando isso, eu nunca tive problemas respiratórios.

- Já chegaste a fumar ou algo do género?

- Não – respondi – se eu já odeio o cheiro do tabaco, quanto mais se fumasse, credo! – Riu-se.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Where stories live. Discover now