Capítulo 28

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Eduardo

Estou completamente radiante ao saber que eu e a Inês vamos ser pais. Sei e tenho a noção que um bebé não é um brinquedo, que tem de haver muita dedicação, saber como lidar com diversas coisas, horas de sono perdidas, mas eu quero ter este filho. Não só por ser um grande sonho meu, mas também porque é um filho meu e da Inês, meu e da miúda que sempre amei. Acredito que provavelmente irá começar a haver uma maré negra, não da minha família, mas sim da família da Inês. Os pais dela sempre tiveram a preocupação do que as revistas dizem, da imagem deles, mas esquecem-se que isso prejudica a felicidade da Inês.

Eles ainda não sabem que estamos a namorar, muito menos imaginam que eu retirei a virgindade à Inês e principalmente, ela está à espera de um filho meu! Provavelmente irão dizer "esse miúdo é um irresponsável", "eu vou o processar" coisas assim do género. Eu sei bem como eles são. A minha mãe dá-se bem com a mãe da Inês, mas a mesma se queixa. Diz que a dona Cidália é bipolar e para além disso, preocupa-se demasiado com o que não se deve preocupar. E, sinceramente? Acho isso ridículo.

Nem sequer quero imaginar, as vezes que a Inês deixou de fazer algo por causa da opinião dos pais, mas também, se eles pensam que vão pôr o futuro do nosso bebé e pôr também em causa do nosso relacionamento, estão muito enganados! Eu não me importo de começar a trabalhar num part-time e estudar ao mesmo tempo, para garantir que não falte nada ao meu filho, eu mesmo irei fazer o possível e impossível para dar uma vida estável à Inês porque ela bem merece.

Finalmente tenho a mulher da minha vida e não vou deixar de lutar por ela ou a deixar partir.

- Amor, acho, que vou ligar aos meus pais – disse-me.

- Sim, para um jantar e eu irei fazer o mesmo quanto aos meus.

- Como assim? Um jantar com os nossos pais?

- Sim.

- Estás louco?

- Não – sorri e peguei em suas mãos – confia em mim, eu sei bem o que irei fazer.

- Está bem, eu confio em ti – beijou-me.

A minha ideia é, jantarmos com os nossos pais e nesse preciso instante, peço a Inês em casamento, assim os pais dela não podem falar de "um bebé fora do tempo" e, assim o nome dos mesmos não irá ficar machucados, nem irão ter forma de pôr em risco o futuro do nosso bebé.

Inês

Ainda não percebi bem qual é a ideia do Eduardo para querer juntar os nossos pais. Conhecendo os meus pais como conheço, ainda irá dar barraca. Eles não fazem a mínima ideia que estamos juntos, e mal entrarem pela porta adentro, virem os pais do Eduardo, irão perceber que há algo fora do comum, depois já irão ficar passados com a ideia de eu e o Eduardo namorarmos, depois ainda vão ficar mais passados aos saberem que quebrei a tradição e pior mesmo dos pecados, que eu com quase 20 anos que estou grávida!

Truz, truz, truz – aposto que é a Cláudia para saber alguma coisa.

- Entra – entrou.

- Saí da universidade há pouco e tenho aqui os apontamentos das aulas que vocês faltaram – sentou-se ao meu lado na cama – porquê essas caras de enterro?

- Eu fui com a Inês à farmácia comprar um teste de gravidez – respondeu o Eduardo.

- Tu o quê?

- Sim, depois daquela conversa toda, eu não quis pensar em mais nada. Nós tínhamos de saber o porquê da Inês andar assim, cheia de enjoos e claro, a história do benerom retirar o efeito da pílula – suspirou.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Donde viven las historias. Descúbrelo ahora