Capítulo 32

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Eduardo

Ainda não estou em mim, ainda não acredito que a mulher da minha vida e o nosso bebé tiveram um acidente. Não sei o estado de cada um e não quero perder nem um, nem outro. A Inês e o nosso bebé que vem a caminho, são as únicas coisas que tenho de certo na minha vida e o motivo de me sentir completo.

O meu professor Nuno continua a conduzir o mais rápido que é possível e legal na cidade, os tais ditos 50km/h. Se não fosse ele, eu não sei como é que ia a conduzir para o hospital, provavelmente ultrapassava a velocidade máxima e ia que nem um louco por aí.

- Eduardo já ligaste aos teus pais e aos pais da Inês? – Perguntou o meu professor enquanto conduzia.

- Não, para além, quanto à Inês ela só tem o pai dela. A mãe deixou de lhe falar mal soube que a filha esperava um bebé.

- Mesmo assim, liga também para a mãe dela. Temos de dar a mão à palmatória e sobretudo, é uma chapada de luva branca, porque não foste nem tiveste a mesma atitude que ela.

- É verdade – disse – eu vou começar a ligar.

- Faz isso, ainda demora um bocado à pala dos sinais – disse o meu professor.

Peguei no meu telemóvel e procurei primeiro o contacto do pai da Inês. Mal o encontrei, comecei a ligar. Seria péssimo da minha parte, lhe contar em segundo lugar visto que tem estado bastante presente na gravidez da Inês.

- Estou? – Perguntei.

- Sim Eduardo – disse o senhor Simão.

- Preciso que venha para Lisboa – comecei novamente a chorar – a Inês teve um acidente de viação e está no hospital.

- O quê? Quando é que isso aconteceu?

- Hoje de manhã. Eu tinha diversas chamadas dela, só que estava a falar com o meu professor e quando saí, liguei e quem atendeu foi um homem, deveria ser um bombeiro.

- Para que hospital ela vai, sabes?

- Eu pedi que lhe mandassem para o Hospital Santa Maria. É o mais perto e é onde ela costuma ir às consultas de obstetrícia.

- Os teus pais já sabem?

- Não, eu liguei primeiro para si, visto que tem estado muito presente na gravidez da Inês.

- Obrigado pela consideração – suspirou – bem, fazemos o seguinte, vais para o hospital e ficas com a Inês, mal souberes algo, me telefona e enquanto isso eu vou mandar preparar um helicóptero e convido os teus pais a virem comigo, para chegarmos aí o mais rápido possível.

- Está bem, obrigado.

- Até já e mantem a calma! Por vezes se formos stressar, ficamos piores.

- O problema é que não consigo manter a calma senhor Ávila, é a minha namorada que está no hospital após um acidente e o nosso bebé!

- Eu sei disso, mas ficarmos inervados não vai chegar a lado nenhum. Boa sorte e sobretudo, calma! Vou ligar aos teus pais, depois para o senhor do aeródromo e vou para aí.

- Tudo bem.

- Até já e mantém-me a par de tudo enquanto não chegar.

- Não se preocupe.

- Até já – desligou o telemóvel.

Contei ao meu professor que o pai da Inês, neste caso, o meu sogro, irá falar com os meus pais e virá com eles de helicóptero para chegar o mais rápido possível ao hospital. Chegámos e enquanto o meu professor ia para o parque estacionar o carro, eu ia a correr para dentro das urgências à procura do paradeiro da Inês.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz