Prólogo

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Olá! Eu sou a Inês Ávila e, tenho 19 anos. Acabei o meu secundário em ciências e tecnologias mesmo com um ano de atraso. Já cheguei a chumbar por ter estado cinco meses internada por causa de uma pneumonia. Os médicos diziam aos meus pais, que poderia falecer devido a ser bastante nova na altura, mas felizmente consegui recuperar. Este ano, consegui entrar na faculdade ESEL em Lisboa para seguir enfermagem. Tinha uma em Coimbra, mas preferi ir para longe. Devido a pertencer a uma das famílias mais ricas e famosas de Portugal, todos os que são de Coimbra me reconhecem, daí preferir ir para bem longe daqui e, sobretudo para poder provar aos meus pais que quero ser uma moça normal às outras e também lhes provar que consigo ser responsável. Hoje, irei para Lisboa e irei conhecer ao vivo e a cores o meu apartamento perto da faculdade. Ainda não estou em mim, que irei abandonar a minha mãe. Custa-me mais a deixar, do que ao meu pai. Desde que me tornei adolescente o mesmo ausentou-se como pai e, ficou mais obcecado com o seu trabalho, por isso, aposto que nestes meses que terei na universidade ele nem será capaz de me fazer uma visita.

Truz, truz. - Deve ser a minha mãe a bater à porta.

- Sim? - Perguntei.

- Já estás acordada querida?

- Sim mãe já estou, só não me apetece é sair da minha querida e maravilhosa cama - começámos a rir-nos um bocadinho.

- Eu sei disso - referiu a minha mãe - olha querida, já tens o teu pequeno-almoço na mesa para ires com o estomago bem aconchegadinho para Lisboa.

- Obrigada mãe - sorri e de repente, os olhos da minha mãe começaram a encherem-se de lágrimas.

Eu sei o quanto é difícil para a mesma ver-me partir, porque para além de ser a sua grande companhia na ausência do meu pai, também estou sempre a dar-lhe apoio. Tenho a noção que irei fazer-lhe imensa falta, mas prefiro demonstrar-lhes que consigo e, tornar um grande orgulho para a minha mãe.

- Mãe, porque estás a chorar? - Questionei e de seguida, a abracei.

- Querida acho, que não é preciso dizer grande coisa para me justificar - limpou uma das lágrimas que caía pela sua face - tu cresceste muito depressa, ainda ontem eras uma bebé que dormia bastante, depois assim que começou a caminhar só queria estar a brincar com as flores do quintal e, hoje, já estás crescida e de partida para seguir o teu ciclo da vida - deixou uma lágrima cair novamente da sua face abaixo - Ainda não sei como irão ser as minhas manhas, sem ter a tua companhia ao pequeno-almoço, as nossas conversas e, sobretudo poder-te ajudar com as tuas tarefas escolares - olhou para mim - preferia ter-te aqui em Coimbra do que ver-te a ires embora.

Ao me dizer aquelas coisas todas, acabei por não conter as minhas lágrimas e acabei por começar a chorar também. Preferia fazê-lo durante o caminho para a minha mãe não ficar em sofrimento, mas era inevitável.

- Mãe tu és a minha heroína e sabes bem disso, mas independentemente de estar longe, eu irei ligar-te todos os dias, seja à noite como ao jantar e, nunca te esqueças mãe, eu te adoro e nunca irei esquecer-me de ti.

- Ainda bem querida - limpou as lágrimas - agora vai-te vestir e depois toma o pequeno-almoço.

- Sim mãe.

A minha mãe levantou-se da minha cama e, saiu do meu quarto para me deixar à vontade. Fiz a minha higiene o mais rápido possível e de seguida, vesti uma roupa bastante simples, visto que o resto estava tudo arrumado nas malas e em caixas que levava coisas essenciais. Fiz a minha cama e depois desci as escadas para ir tomar o pequeno-almoço com a minha mãe.

- Já aqui estou mãe - sorriu - o pai?

- O teu pai já foi trabalhar.

- Nem no dia que vou embora, é capaz de estar presente - revirei os olhos - gostava de saber em que posição estou a nível de prioridades.

- Querida já sabes como é o que teu pai - dizia a minha mãe enquanto bebia leite e pegava numa torrada - ele pode ter aquele feitio meio desligado e feio, mas ele adora-te.

- Adora-me? - Dei um riso irónico - É engraçado esse adorar, porque não me recordo das vezes que ele ultimamente esteve presente. Nem sequer festejou o facto de ter entrado na universidade e seguir a área da saúde.

- Querida não sejas assim, ainda por cima estás de partida.

- Claro mãe tens toda a razão - sorri para a deixar um pouco mais relaxada.

Após já ter tomado o meu pequeno-almoço, peguei na minha mala a qual tinha os meus documentos, as chaves do carro e de seguida dei um abraço enorme há minha mãe.

- Vai com Deus minha querida - abraçou-me enquanto chorava - quando chegares liga-me para ficar mais aliviada.

- Está bem mãe - sorri - muita força e, não te esqueças, jamais irei esquecer-me de ti!

Abracei-a mais uma vez, entrei dentro do carro o liguei e fiz-me à estrada em direção a Lisboa.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Where stories live. Discover now