Capítulo 44

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Inês
Abri os meus olhos e quando os abro, deparo-me com uma luz bastante forte a qual, estava bastante apontada para a minha face. Olhei para o meu lado direito e me deparo com uma médica e duas enfermeiras a cuidarem de mim.
Tento olhar para as mesmas, na esperança de te conhecer as suas vozes, mas parecia tudo tão desfocado e como se não conseguisse reconhecer ninguém.

- Inês? – Sinto uma face a aproximar-se da minha – como é que te sentes.

- Quem és tu? – Perguntei ainda meio confusa.

- Sou eu, a Marta – sorri.

- Marta, eu consegui – disse-lhe – eu corri até não ter mais forças para ir ao encontro dos teus conselhos – sorri – eu consegui.

- Inês, tem calma – disse-me – tens de te acalmar, quase sofreste uma paragem respiratória.

- Ah? – Ao dizê-lo, tudo o que tinha feito durante o caminho ao encontro da Marta foi posto em jogo – o quê?

- Fizeste demasiado esforço enquanto corrias e como provavelmente não estás habituada a correr tanto, não conseguiste fazer bem a respiração ou então, fazer pausas acessíveis e isso fez com que ficasses sem ar e desmaiasses – disse-me – mas não te preocupes, um casal encontrou a ti e a Cloe e vos levou para o hospital.

- O bebé…como é que ele está? – Perguntei.

- Está bom – disse a minha irmã – aliás, os resultados chegaram.

- Quais resultados?

- Mal aqui cheguei e vi o tempo de gestação, apercebi-me que afinal não faltavam alguns dias para a oitava semana e sim, que já estavas na oitava semana – sorri – por isso, eu mesma pedi a um grande amigo meu para analisar o sangue do feto e afins, e tenho uma mensagem que diz, o sexo do bebé.

- Podes me dizer? Eu preciso de alguma alegria este momento.

- É uma menina – mal o disse, um enorme sorriso encheu a minha face – parabéns!

- Beatriz, eu quero que ela se chame Beatriz.

- Não vais perguntar ao Eduardo se concorda?

- Ele traiu-me com outra, perdeu todo o direito ao bebé!

- Sabes que não é bem assim e caso ele vá a tribunal, podes ficar em maus lençóis – pegou na minha mão – a Cloe vai ficar comigo e quando saíres do hospital, eu irei a levar para tua casa.

- Eu não quero continuar naquela casa.

- Inês a casa é tua, foi paga pelo teu dinheiro e tudo o que lá está dentro foi com o teu dinheiro.

- Mas o Eduardo está lá.

- A casa é tua e ele não tem direito à mesma, porque vocês não eram casados, muito menos compraram a casa juntos. Quando estiver apta, manda-o embora de lá.

- Eu não sei se consigo voltar a entrar naquela maldita casa.

- A casa não tem culpa e sim o Eduardo.

Truz, truz, truz.

- Espero que não seja o Eduardo.
- Na receção, está a informação como o mesmo está proibido de vir aqui.

- Obrigada.

Ouvi a porta a abrir-se e de repente, oiço a voz do meu pai.

- Eu vou fumar um cigarro para acalmar os meus nervos, já volto – disse a Marta e me deixou sozinha com o meu pai.

- Como te sentes querida? – Perguntou o meu pai.

- Bem, um pouco confusa e meio zonza, mas sinto-me bem, aliás, estou muito feliz – disse.

- Porquê que estás muito feliz? – Perguntou o meu pai confuso.

- Como a Marta é médica e tem diversos conhecimentos, mal viu que já estou na oitava semana de gestão, pediu para me retirarem sangue do feto, muito poucochinho de forma a não fazer mal nenhum e depois entrou em contacto com um amigo e o mesmo, num instante fez a análise e já sei o sexo do bebé.

- Estás a brincar? – Perguntou o meu pai.

- Não – sorri – é uma menina pai!

- Uma netinha! – Disse o meu pai com um enorme sorriso – posso não jogar à bola com ela, mas irei fazer outros géneros de desportos.

- Cuidado com o que fazes à minha menina!

- Já sabes o nome que irás dar ou nem por isso?

- Sei, Beatriz.

- O Eduardo concorda?

- Ele não tem que concordar com nada, a bebé é minha, está a desenvolver-se no meu ventre, sou eu que lhe dou carícias e como as melhores coisas possíveis para a mesma crescer linda, feliz, inteligente e saudável.

- Inês tu sabes o que a lei impõe.

- Não me interessa pai, o Eduardo ultimamente não tem andado com cabeça para a nossa filha, só sabe é discutir e claro, fazer o que me fez.

- Ele vai pagar bem caro – disse o meu pai – e a primeira coisa é ser expulso daquela casa.

- Pai, deixa-o lá ficar.

- Inês é que nem penses! Poderia ter-te acontecido algo de grave tal como à bebé! Felizmente não aconteceu, mas, há uma coisa que te estás a esquecer, a casa foi comprada com o teu próprio dinheiro, tal como tudo está lá dentro.

- Eu sei disso.

- Então, quando saíres daqui, vais ter umas novas chaves de casa porque eu mesmo vou mudar a fechadura e irei retirar aquele imbecil do apartamento.

- Deixa ele encontrar um apartamento primeiro pai. Ele pode ter me magoado, e me traído, mas eu o amo e não quero que ele fique para aí.

- Ele tem a casa da moça com quem te traiu.

- É verdade.

- Vá querida, agora vamos esquecer isto, tu vais melhorar aos poucos, depois eu mesmo irei tratar do Eduardo aliás, tenho de falar com ele.

- O Eduardo está lá em baixo?

- Sim – respondeu o meu pai – até já.

Saiu do meu quarto, acabando por me deixar sozinha.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Where stories live. Discover now