Capítulo 30

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Inês

De repente, ouve-se um berro da Cláudia e o mesmo repete-se. Abri os meus olhos, levantei-me da cama e fui ao seu encontro. Fui até ao seu quarto e nada do seu paradeiro, fui até à cozinha e nada, até que a encontro, a chorar e a discutir ao telemóvel.

- Cláudia? – Perguntei enquanto corria e a mesma desligou o telemóvel.

- Ai amiga – me abraçou enquanto chorava – eu nem acredito nisto.

- O que se passa? Desabafa.

- Eu e o Bruno discutimos, mais uma vez, pela milésima vez, talvez.

- Foi por ontem teres desmarcado a saída para ficares cá em casa a dar-me assistência e ao Eduardo?

- Não, mas tem a ver com a noite.

- Então? – Perguntei confusa.

- Ontem eu disse ao Bruno que não ia com ele jantar fora e depois irmos para o bar que tínhamos em mente e o motivo. O mesmo parecia ter ficado sensibilizado com a situação e disse que então ficaria em casa, mas na verdade, não ficou – deitou uma lágrima – foi sair com os amigos para esse tal bar e ainda mandou-me uma boca "quando a mulher não quer, existe quem faça ainda por mais barato".

- Como assim? – Perguntei intrigada – o que ele quis dizer com isso concretamente?

- Basicamente, que se eu não fui com ele, há uma moça que possa fazer o meu lugar e que ainda lhe dê menos despesa, porque quando saímos é o Bruno que costuma pagar.

- Mas ele está louco? – Perguntei incrédula – esse tipo de coisas não se diz a ninguém, não se diz mesmo!

- Eu sei disso.

- Cláudia, diz-me com toda a sinceridade, achas mesmo que o bruno te merece? – Peguei na sua mão – tu já sofreste demasiado por ele e ainda nem sequer se comprovou que realmente não te traiu, depois vocês passam a vida a discutirem e quando não discutem, é só a fazer sexo. Uma relação não é isso. Uma relação é quando ambos querem viver coisas novas, aventuras, ajudar um ao outro, quando está um momento de tensão, deve-se falar calmamente e não discutir, não se chama nomes ao outro. E, bem sabes que ele já te chamou de cadela.

- Eu sei disso.

- Se sabes, porque continuas com ele?

- Porque eu não tenho sentido nem rumo nesta vida Inês, eu não sou como tu que tem sorte em ter o pai que tem, independentemente dos erros que tem cometido, agora que mais precisas ele está presente, já eu não posso dizer o mesmo. Os meus utilizaram-me para magoarem um ao outro durante o divórcio, eu saí de casa e desde aí, nunca mais foram capazes de me ligar só para saberem como é que estou – deitou uma lágrima –, até se nem me tivesses dado o teu lar ou seja, dito que poderia vir para cá, eu nem sei onde poderia dar – inspirou.

- Eu sei que é difícil e que estás a passar por uma fase desagradável, mas tu tens a mim, o Eduardo e este bebé que vem a caminho o qual, ainda não aceitei bem na minha cabeça que irei ter, mas mesmo assim eu tento pensar positivo, porque a vida é mesmo assim, feita de escolha, problemas, enigmas. Por mais que estejas triste, tens de ver o lado positivo, tu tens dois amigos que estão aqui para tudo, e o facto de estares sempre a discutir com o Bruno e ele a fazer determinadas coisas nas tuas costas não irá ajudar em nada, só vais ficar ainda mais magoada e sem vontade de viver.

- Achas, que o Bruno neste momento está a pensar em mim? – Revirei os olhos.

- Cláudia, pára! De uma vez por todas, pára! Deixa de pensar tanto no Bruno e começa a pensar mais em ti, tu só vais sofrer se continuas a pensar nele e o que está a fazer. Se ele não luta por ti, desiste!

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin