Capítulo 18

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Inês

Chegámos ao meu apartamento. Ajudei a Cláudia a tomar um duche para ficar melhor e amanhã não acordar sobre ressaca. Entretanto, fui até à cozinha beber um copo de água e fui até ao meu quarto. Descalcei-me, vesti a minha camisa de dormir. Peguei no telemóvel para ativar o despertador e quando olho para o mesmo tinha 30 chamadas perdidas do Eduardo e 50 mensagens do mesmo. Só pode estar a brincar comigo, mas se pensa que irei ler ou lhe ligar, está muito bem enganado.

Só de pensar que só terei para cinco horas para dormir, até me dá um sufoco. Ainda bem por um lado que irei entrar às 10h e só terei de acordar às 9h, porque se entrasse às 8 estava completamente feita ao bife. Abri um pouco da janela do meu quarto para entrar algum fresco e depois deitei-me, e consegui acabar por adormecer.

As horas passavam-se e continuava a dormir tão bem sobre aquela brisa leve que entrava pela minha janela, até que, acabei por acordar devido a uma secura que tinha na boca e a qual só passava com um copo de água, então, levantei da minha cama e fui até à cozinha. Conforme vou andando pelo meu corredor, bocejando e meio a dormir em pé, apercebo-me que a luz da sala estava acesa e ouvia vozes. Se apenas estava eu e a Cláudia em casa, quem mais aqui está? Será um ladrão? Bem...se fosse um ladrão eu teria acordado com algum tipo de barulho. Posso estar cheia de sono, mas quando há barulho e por mais que até seja um pássaro a pousar na janela eu acordo de imediato.

Vou andando às escondidas e com passos muito lentos para ver de onde vinham aquelas vozes, até que quando finalmente consigo ver, deparo-me com a Cláudia e o Eduardo a falarem. Mas o que é isto? O que ele está aqui a fazer? Decidi sentar-me atrás da porta escutando a conversa de ambos. Eu sei que isso é feio, mas eu tenho de saber o porquê de ele aqui estar, ainda mais, quando a casa é minha!

- Sabes, tu magoaste muito a Inês e vou-te ser sincera, eu não estou a vê-la a perdoar-te depois do que fizeste – disse a Cláudia em minha defesa.

- Cláudia, se a Inês está magoada é porque quer! A Anastácia pode estar grávida é verdade, mas caso realmente esteja, eu não sou o pai daquela criança!

Que porco aquele rapaz! A dizer que se estou magoada é porque quero e que a Anastácia não está grávida dele que besta!

- Eduardo, tu tens mesmo a certeza do que acabaste de afirmar? – Perguntou a Cláudia.

- Tenho Cláudia! Das vezes que nós fizemos, eu punha sempre o preservativo para além, a história da gravidez não me convenceu. Parecia mais uma das suas. Para além, eu sou bastante responsável nessas situações, ainda por cima ela me dizia que não tinha outros métodos contracetivos, por isso tenho a plena consciência que não sou o pai daquela criança, para além, nem era capaz de meter o meu futuro em risco por uma moça que nem sequer amei e amo. Ela é-me completamente indiferente.

- Tens de dizer isso à Inês! – Disse a Cláudia e eu fiquei bastante intrigada.

- Para quê Cláudia? – Perguntou o Eduardo – ela não me quer ouvir, prefere acreditar nas mentiras da Anastácia sem a conhecer e sem saber que ela é obcecada por mim.

- Obcecada? Porque dizes isso? – Perguntou a Cláudia e eu mesma me pergunto isso.

- Eu e a Anastácia nos conhecemos numa discoteca em Lisboa, a Luanda que fica em Alcântara. Eu estava sozinho a beber uns copos, estava naqueles dias em que não sentia bem comigo mesmo, e quando olhei, vi-a também sozinha. Achei estranho como ela é bonita e estar assim, depois começámos a falar e a beber uns copos, passado alguns minutos, começou a atirar-se a mim e a tentar provocar-me sexualmente e como estava frágil, a levei para o meu apartamento e acabámos por nos envolver no sofá, mas eu pôs o preservativo, depois voltámo-nos a reencontrar-nos e voltámos a ter sexo, mas só a procurava naqueles dias em que estava frágil e não parava de pensar na Inês. Depois, com o passar do tempo, comecei a conhecê-la melhor, não como a moça que fazia sexo mas como pessoa em si e apercebi-me que ela não batia bem da cabeça, que tinha corpo de adulta mas mentalidade de criança, então farto, disse que era melhor pararmos de ter encontros e fazermos sexo, ela começou a fazer uma birra e a dizer que se não ficasse com ela, que a mesma se matava, e como me apercebi que ela estava a fazer apenas uma chantagem e que não passava de uma maluca varrida, nunca mais lhe falei. Tanto que ela sempre soube onde morava e insistiu bastante para voltar a estar com ela, até chegou a perseguir-me, mas nunca dei a parte fraca – suspirou – e aquilo da gravidez, para mim não passa de mais um esquema na esperança que volte para ela, eu não vejo outra explicação, para além eu faço sempre com preservativo quando me dizem que não tomam contracetivos.

- Oh meu deus Eduardo – Torceu a boca – Tu meteste com uma louca varrida e a Inês tem de saber isto! És o meu melhor amigo e a Inês minha amiga, vocês não podem ficar de costas voltadas por uma mentirosa e louca!

O quê? Melhor amigo? Eles são melhores amigos? Não pode ser, e a história dele com a Anastácia...ela não pode ser assim, ela não parecia ser assim...

- Eu quero falar com ela e contar-lhe tudo, mas conhecendo-a como conheço, ela não vai querer me ouvir, não vai olhar para mim e vai voltar a odiar-me.

- Tu ama-la correto? – Perguntou a Cláudia.

- Eu sempre a amei e a amo. Mais do que tudo até – disse o Eduardo e eu sorri discretamente para ninguém me ouvir.

- Se a amas e se sempre a amaste, e não a queres perder, luta por ela e prova-lhe que a história da Anastácia, não passa de uma mentira e bem sabes o quanto podes contar comigo!

- Obrigado! – Abraçou a Cláudia – eu vou retomar ao meu apartamento, não vá a Inês acordar, ver-me aqui em casa e ainda dar-me com uma frigideira na cabeça. – Deu-lhe um beijo na testa – dorme bem e vemo-nos amanhã na universidade.

Ao vê-lo ir embora e a Cláudia e apagar a luz para voltar para a cama e ir dormir, decidi ir logo de imediato para o meu quarto de forma a Cláudia não dar conta da minha presença. Após vê-la a retomar ao quarto, saí do meu discretamente e fui beber um copo de água. Ainda não estou em mim...como assim, eles são melhores amigos e aquela história dele quanto à Anastácia? Por um lado, ele parece estar a ser sincero, mas por outro lado, ela parecia ser amorosa, humilde, não parece ser aquele monstro que o Eduardo disse, mas também verdade seja dita, nem toda a gente é o que parece e hoje em dia, parece que maior parte das pessoas vive sobre uma capa.

Após ter bebido o copo de água, voltei para a cama e tentei adormecer. Amanhã é mais um dia de aulas, irei dar-me de caras com o Eduardo e assim, por isso, tenho de arranjar muitas forças e descobrir informações sofre a Anastácia e caso descubra que o Eduardo está a dizer a verdade, eu tenho resolver as coisas com ele, não pudemos ficar assim de costas viradas por causa da mentira da outra.

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O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Where stories live. Discover now