Capítulo 37

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Inês

Senti o sol a queimar a minha face através das tiras da preciana. Parecia algo tão diferente do comum, porque estamos perto do inverno e não do verão. Já não estamos numa altura adequada para termos o sol assim, tão forte. Virei para o meu lado esquerdo e apercebi-me que estava sozinha na cama. O Eduardo já não lá estava e nem sequer ouvia o mínimo de barulho no nosso apartamento. Levantei-me para conseguir alcançar o relógio da minha vizinha de cabeceira, para me aperceber que horas eram e quando vi, apercebi-me que o Eduardo já estava na universidade. Não entendo porquê que não me acordou, supostamente, já poderia voltar às aulas. Peguei no meu telemóvel e decidi mandar uma mensagem ao Eduardo.

- Porque não me acordaste para ir, para as aulas contigo? - Mensagem enviada e entregue.

Levantei-me definitivamente da cama e puxei os meus lençóis para trás, para os mesmos apanharem um pouco de ar. Olhei para a Cloe e a mesma estava a dormir ferradinha entre duas almofadas que eu tinha posto. Ela é tão pequena, tão fácil mas tão querida. Já havia tempo que queria ter um animal de estimação e o meu pai também, só que a minha mãe dizia que era alérgica ao pelo dos animais, então pelo sim, pelo não, nunca tivemos um animal de estimação em casa. Peguei na taça que tinha posto para ela com leite e água, pois a mesma estava vazia. Levei-a para a cozinha e lavei com detergente da loiça para o leite não criar fungos. Sim, o leite quando está um determinado tempo aberto e fora do frigorifico, acaba por criar fungos. De seguida, peguei numa coisa própria para aquecer o leite no fugão, inseri um pouco de água e um pouco de leite. É sempre bom fazer isto aos animais quando são bebés e não têm o leite materno, porque se vamos dar definitivamente apenas o leite sem água, irá ser bastante forte para eles.

Quando o mesmo já estava morno, pôs na taça e pôs junto da carpete da cozinha e fui ao quarto buscar a Cloe para o beber.

- Olá Cloe - disse enquanto mexia nas suas orelhas - está na hora de acordares para beberes leitinho - abriu os olhos, levantou-se lentamente e espreguiçou-me - sua marota - disse.

Dei-lhe um beijinho e a peguei ao colo. Como é bebezinha ainda, não consegue andar muito bem, por isso, durante os primeiros tempos, terá de andar ao meu colo ou ao colo do Eduardo. Mal cheguei à cozinha pôs a mesma no chão e a incentivei a beber o leite que estava na taça. Enquanto ela bebia, uma enorme vontade de comer cereais com fruta misturada ocorreu-me e claro, tive de o fazer.

Cortei a maça e a perna aos bocados e pôs numa tijela com os cereais e ia tomando o pequeno-almoço enquanto observava a Cloe.

Hoje, como não tenho grande coisa a fazer e o Eduardo irá passar o dia inteiro na universidade, se calhar, irei aproveitar e vou comprar algumas coisas para a Cloe. Para além de não ter uma caminha só para ela, não tem brinquedos, ração própria para juniores, trela e ainda quero saber quais são os veterinários que aqui existem e qual é o melhor para a Cloe. Não quero que ela deixe de ser tratada a nível de saúde por ter vindo aqui para casa.

Após ter tomado o pequeno-almoço, tal como a Cloe, levei-a comigo para a casa de banho. Tenho de tomar um duche, tal como sempre já faz parte da rotina, lavar os dentes e assim sei que a Cloe está bem acompanhada e não poderá fazer asneiras. Já ouvi dizer que os cães até fazerem um ano ou até dois anos, têm a mania de fazerem asneiras e para isso ser um pouco mais controlado, o melhor mesmo é dar o máximo de educação possível.

Saí do duche e fui vestir uma tanga, um sutiã e um vestido quente, umas colãs transparentes e umas botas até acima do joelho em camurça. A grande moda outono.

Penteei-me e pôs um pouco de blush e rímel na minha face. Peguei na mini caminha inventada da Cloe e a levei para a sala como as restantes coisas; tijela com água, taça com um pouco de leite que restou e o resguardo para caso queira fazer necessidades, se bem, que aposto, que não irá fazer as necessidades lá porque ainda não tem a noção, por isso, para prevenção retirei as carpetes que tinha na sala e todo o tipo de fios à vista. Fechei as restantes portas, peguei em tudo o que era necessário e inseri na minha mala.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Onde as histórias ganham vida. Descobre agora