Capítulo 12

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Inês

Enquanto a minha mãe continuava na sala, eu e o Eduardo íamos trocando alguns gestos na brincadeira um com o outro, até que de repente aparece a minha mãe na cozinha e fica estupefacta a ver-nos naquele estado de brincadeira.

- Já estão preparados meninos? – Perguntou a minha mãe enquanto olhava para nós os dois.

- Eu cá estou pronta e tu, Eduardo? – Perguntei.

- Sim, mas precisava de falar uma coisa a sós contigo Inês. – Disse-me e a minha mãe saiu perto da gente durante uns minutos.

- A minha mãe já saiu, o que se passa?

- Queria saber onde vamos almoçar – comecei a rir-me quando apercebi-me que era um assunto normal e que o Eduardo estava nervoso.

- Estava a pensar, que poderíamos ir almoçar a um lugar que a minha mãe nunca tenha ido.

- O quê que ela nunca comeu? – Perguntou-me.

- Bem, tanta coisa...nunca comeu sushi, comida chinesa, fast food e outras coisas – pôs a mão na boca enquanto analisava bem o assunto – é que a na nossa zona é difícil encontrarmos lugares desse género, tanto que nem sei se ela gosta.

- Então porque não vamos comer sushi? – Perguntou o Eduardo – é assim, eu não consigo comer comida chinesa, porque no 10º ano disseram-me que eles punham restos de cães na comida e outras coisas que nem quero imaginar, tanto que, pelo sim pelo não, não como nem sequer consigo. – Disse-me acabando por me deixar um pouco arrepiada.

- Vamos ao sushi e não se fala mais disso! – Disse e o Eduardo sorriu.

Como já tínhamos chegado a um consenso, fomos ter com a minha mãe à sala.

- Então querida, já pensaram onde pudemos ir almoçar? – Perguntou a minha mãe bastante curiosa.

- Sim, já e vais adorar – disse-lhe com um sorriso – mas até chegarmos ao lugar, ficará no segredo dos deuses.

- Eduardo, tu que és diferente da minha filha, diz-me onde vamos. – Disse a minha mãe bastante curiosa e a tentar inverter a jogada.

- Se a Inês não lhe disse onde vamos, não irei ser eu a dizê-lo dona Cidália. – Sorriu – mas garanto-lhe que irá gostar.

Após a mesma ter desistido da sua jogada, sorri para ela com um olhar vitorioso. Passado alguns minutos, peguei na minha bolsa onde estava tudo o que era necessário, saímos do meu apartamento e fomos até ao meu carro.

- Entrem. – Disse, assim que chegámos ao meu carro.

Ambos entraram no carro com um ar de que estavam felizes e animados. Para além de ser a primeira vez que a minha mãe vai comer sushi, é também a primeira vez que vamos almoçar com o Eduardo, sobretudo, em paz.

Liguei o carro e começou a passar algumas músicas que a mega-hits estava a dar naquele momento.

- Ai fica, pareces a juventude de hoje em dia, com um péssimo gosto musical! Música boa é rock! – Disse a minha mãe enquanto fazia um fixe com os seus dedos.

A minha mãe pode ter a idade que tem, mas sempre teve aquele espírito jovem dentro dela, e mesmo sabendo que cada minuto que passava ia envelhecendo, tentava aproveitar todos esses minutos como se fossem os últimos.

- Mãe, hoje em dia este é o género de músicas que está na moda, mas claro, para quem gosta deste género de música – disse enquanto conduzia – para além que ninguém é obrigado a gostar de rock como tu.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Where stories live. Discover now