Capítulo 22

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Passado um mês

Inês

Acordei com os raios solares a penetrarem as tiras da minha preciana. Já estávamos no Outono. Os dias têm-se tornado frios e num tom preto e branco. Por vezes, já não sei o que vestir, devido ao calor que se sente na universidade – ar condicionado – e depois por causa do frio que está na rua. As aulas também têm estado a ser mais interessantes, tanto que eu digo, seguir esta área foi uma das melhores decisões que eu tomei em toda a minha vida. Para além de adorar a área da saúde, sinto imensa responsabilidade pelas pessoas que irei futuramente tratar, mas isso, deixa-me bastante feliz e com uma enorme ambição. Ainda fico a pensar no quão difícil tem sido, há um mês que eu e o Eduardo não temos as nossas conversas. Por vezes, vem aqui bater há minha porta ou diz na universidade que me ama e que me quer. Custa-me bastante rejeitá-lo, visto que me apercebi, que realmente ele era correspondido, mas tenho de decidir o que é melhor para mim e, estar longe dele é o melhor, assim não sofro, se bem, me custa dizer que é-me indiferente, dizer que o odeio, quando na verdade, por momentos, só me apetece abraçá-lo, beijá-lo e dar qualquer tipo de caricias. Mas eu não quero sofrer mais, e o que mais me irrita, é que quanto mais digo para se afastar de mim, mais ele sente vontade em lutar por mim, quer dizer, por nós.

Poderia ser tudo mais fácil, mas não, a não ser, que devido a ter feito mais amigos e a força, apoio que os meus colegas me têm dado, o facto de almoçarmos e jantarmos em casa uns dos outros tem-me abstraído um bocado e não me faz pensar tanto no Eduardo, até porque ele não quer ir.

A Cláudia agora também vive comigo. Os pais dela estão em fase de divórcio e como a utilizaram para magoarem um ao outro, a mesma se fartou, saiu de casa e eu ofereci estadia cá em casa, se bem que ela gosta, de dividir as despesas comigo. Agora, até somos com melhores amigas e não escondemos nada uma da outra, pelo contrário, nos ajudamos. A minha mãe também nunca mais veio me visitar, sinto-a bastante distante ao contrário do meu pai, porque o senhor Ávila agora diz que eu sou a princesa dele. É o que eu digo, a vida dá inúmeras voltas!

Truz, truz, truz.

- Posso Inês? – Perguntou a Cláudia.

- É claro que podes entrar – respondi.

- Estava a pensar em ir ao supermercado para comprar comida cá para casa e claro, champôs – levantei-me da cama.

- Ok, mas espera por mim! Vamos as duas ao Continente, também preciso de comprar uns talheres novos aqui para casa, sim porque uma pessoa que a gente sabe, enquanto comia sobre a raiva, partiu alguns garfos e facas, não foi menina Cláudia? – Perguntei e a mesma se riu.

- Acho, que hoje acordaste com um bom sentido de humor – sorri – vá, se queres vir comigo, pára de escrever nesse diário esquisito.

- Eu vou já – disse.

Despachei-me e depois saímos do meu apartamento a rir-nos.

Enquanto esperávamos pelo elevador, ouvi um barulho das escadas o qual era fora do comum, então eu e a Cláudia atordoadas com o barulho, fomos ver o que era e encontrámos o Eduardo sentado nas escadas embriagado e a beber o resto de uma garrafa de vodka. Por mais que eu queira meter-me longe dele, ao vê-lo naquele estado não hesitei e fui ajudá-lo com a ajuda da Cláudia. Pegámos nele e o levamos para o apartamento, entretanto, combinei com ela, ela ficaria com ele no apartamento e eu iria ao Continente.

Ao contrário do Eduardo, a Cláudia sabe perfeitamente que eu gosto do Eduardo, mas foi uma opção minha a qual ela compreende mas não concorda.

- Não! – Disse o Eduardo – eu quero a Inês! – Disse enquanto olhava mim – eu amo-a.

- Cláudia, eu vou às compras, está bem? – Perguntei.

- Sim.

Comecei até que, não sei o porque deu-me vontade de olhar para o Eduardo e quando o fiz, o mesmo olhou para mim e abriu os meus braços.

- Eu sou louco por ti Inês – disse – eu estou a sofrer por não te ter, és tudo para mim! Por favor, volta!

Quando ouvi o Eduardo a dizer isso, só me apetecia voltar para trás, abraçá-lo, mas claro tive que vencer essa vontade mesmo que fosse difícil.

- Eduardo, a Inês tem que ir às compras! A gente fica aqui e depois ela quando voltar irá fazer um almoço para nós os três. – Disse a Cláudia enquanto piscava o olho para mim.

Entendi que ela só disse aquilo para eu puder sair de lá, sem quaisquer remorsos. Só espero que quando voltar, que o mesmo já esteja bem e claro, ai dele que pense, que irei fazer almoço para ele. Saí do prédio e fui a correr para o meu carro. Entrei no meu carro e desatei a chorar. Eu bem sei o quanto estou a sofrer e se assim estou é por culpa minha.

Bem, eu não quero pensar nisso, é melhor para não ficar mal, tenho é de ir às compras e não me posso esquecer do que eu e a Cláudia falámos que faltava em casa. Pôs a mega-hits a dar enquanto conduzia. Cheguei ao Continente e fui buscar daqueles carros de compras, sim porque a lista é enorme, mesmo enorme...

Entrei no supermercado, fui diretamente aos talheres, inseri uns quantos dentro do carrinho, três sacos de pão rico, bolachas maria, depois fui comprar alguns temperos para a comida, chantili, fruta, iogurtes ativia, cinco pizzas, douradinhos, uns salgados, uma caixa de gelados, quatro vinhos, seis garrafas de sumo, cinco caixas com tampões e cinco pacotes com pensos, quarenta rolos de papel higiénico, três maços de guardanapos, cinco pacotes de leite branco, seis caixas de cereais, cinco caixas com hambúrgueres, 600g de conduto, três caixas de uma dúzia de ovos, sardinhas, salmão, carnes, cinco desodorizantes e já está tudo. Para vocês ou qualquer pessoa que veja isto tudo, há de pensar que é um exagero, mas não. Como nós temos pouco tempo para a nossa vida pessoal por causa da universidade, torna-se complicado podermos vir às compras, então, acabamos por levar logo o máximo de coisas que pudermos.

Paguei no total 150,89€, nada mal...na primeira vez que fui às compras com a Cláudia gastámos muito mais, mas agora andamos numa de tentarmos ser mais poupadinhas. Saí do supermercado e fui diretamente ao apartamento. Eram tantos sacos de compras, que tive de pedir ajuda à Cláudia e ao Ricardo, o qual para além de ser meu vizinho é da minha turma.

Abri a porta do apartamento e fui pondo os sacos todos e arrumando as coisas que comprei nos seus devidos lugares.

- Inês, eu preciso de falar contigo. – Disse a Cláudia com um tom frio.

- Sim, fala. – Disse enquanto arrumava os iogurtes.

- Olha para mim – comecei a olhar – eu gosto muito de ti, e para além de te ver como uma melhor amiga, vejo-te como uma irmã, por isso mesmo, eu não me posso calar e aceitar esta situação. Tu e o Eduardo adoram-se, ambos estão a sofrer por uma coisa estúpida, a qual foi uma invenção de uma moça! – Torci a boca – O Eduardo agora anda numa de beber álcool, sozinho e quando está acompanhado só fala de ti, e tu? Todas as noites choras por ele e a oiço-te a pedir a Deus para conseguires resolver a situação, e o que acontece? O Eduardo não desiste! Já paraste para pensar que isso poderá ser um sinal? Lá está! E tu, ainda estás a ser uma grande idiota, porque para além de estares a magoar a ti própria, estás a magoar o homem que amas, e se não fosses idiota, neste momento poderias estar feliz ao lado dele – suspirei – abre os olhos, esquece a porra do passado e o que os dizem! Preocupa-te mais contigo e com o que queres da tua vida! Queres o Eduardo? Então, vai imediatamente ter com ele ao seu apartamento, fala com ele, volta para ele, e se não quiseres, vais para a cama com um e depois diz-me para perceber que realmente não queres o Eduardo.

- Fecha a porta! – Disse-lhe.

Os minutos passaram e percebi que a Cláudia tinha razão, eu tinha de falar com ele. Abri a porta, mesmo descalça, despenteada, saí do meu apartamento e fui a correr até ao apartamento do Eduardo, desta forma apresentável.

Truz, truz, truz – Toquei a campainha.

Alguns minutos passaram e ele não abriu. Voltei a tentar até que finalmente ele abriu a porta.

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O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Where stories live. Discover now