109 - Esperança e Imortalidade

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Siegfried nunca havia sentido tanta dor.

O mais poderoso dos Guerreiros Deuses herdou o posto de figuras celebradas em Asgard como Folker, derrotado pelo próprio filho, e seu irmão Sigmund, a quem já havia superado antes mesmo que este caísse em desgraça, trancafiado no fundo de Valhalla. Siegfried tinha sua fama, pois em Asgard ninguém ousava desafiar sua autoridade, e as bestas da Floresta Proibida, quando enlouqueciam de pecado, como diziam os aldeões, eram mortas por ele para impedir desastres maiores na cidade.

Em batalha, nunca foi vencido por nenhum dos aspirantes que buscavam um posto entre a guarda palaciana, tampouco era desafiado por aqueles que treinavam arduamente para tornarem-se Guerreiros Deuses na guerra futura que vitimaria todos os Deuses, o apocalipse do norte conhecido por Ragnarok. A batalha final de todos eles.

Nunca alguém havia feito com que ele sentisse aquela dor. Mais do que isso, o que o deixou amedrontado naquele momento em que se encontrava ajoelhado foi o fato de que, pela primeira vez, temeu por sua vida. Teve medo. Amedrontou-se por sentir medo.

Mas então engoliu o resto de sangue dentro da boca e levantou-se, percebendo que Dragão jazia estendida atrás do corpo moribundo daqueles três Cavaleiros de Atena. A Robe Divina do Guerreiro Deus o protegeu de uma maneira muito mais determinante do que aquela frágil Armadura de Bronze que Shiryu usava; mas, na altura do peito, ele percebeu que sua Robe Divina estava estilhaçada com um pequeno buraco onde o punho de Shiryu o havia atingido.

— Magnífico, Shiryu. — falou ele, ainda que ela não o pudesse ouvir. — Mas ainda que sua força seja impressionante, a minha Robe Divina foi capaz de proteger meu ponto fraco de seu poderoso punho.

Siegfried encarou os três Cavaleiros de Atena pronto para a batalha.

— Isso é o bastante. — disse Seiya, colocando-se à frente do grupo. — Agora Shiryu nos mostrou que você não é imortal coisa nenhuma. É possível te acertar e te vencer, Siegfried.

— E acha que vocês serão capazes? Se nem mesmo Shiryu pôde me derrotar?

— Shiryu foi estúpida por sacrificar seu escudo e quase a sua vida apenas para nos mostrar como derrotá-lo.

— Não fale assim, Ikki! — protestou Seiya com ela.

— Mas agora eu sei, Siegfried. — ameaçou Ikki.

— E o que poderá fazer, Fênix?

A Fênix inflamou-se novamente de fogo e, antes que Seiya pudesse argumentar qualquer coisa, ela novamente saltou na direção de Siegfried para reiniciar sua batalha. De imediato, o Guerreiro Deus notou como a estratégia de Ikki agora era muito mais clara do que antes; pois se antes ela buscava usar o céu ao seu favor, agora Ikki parecia lutar enraizada no chão, tal qual Shiryu, e sempre buscando atingir o coração de bétula de Siegfried.

Mas ainda assim, Ikki de Fênix sentia as dores de sua batalha anterior, de modo que a luta era de alguma forma desigual, e Siegfried levava clara vantagem, derrubando a Cavaleira ora sim, ora também. Mas ela se levantava e seguia tentando, até que o Guerreiro Deus arremessou seu corpo por sobre os ombros para espatifar-se e destruir uma pilastra daquele enorme pátio. Da nuvem de poeira que se levantou, Siegfried precisou saltar para esquivar-se de alguns raios de fogo que Ikki atirou na sua direção, e foi nesse momento que a Fênix furiosa saltou na direção de Siegfried no céu para tentar atingir o peito do Guerreiro Deus.

Mas o Dragão do Norte abriu os braços e as pernas gerando um pulso de energia que repeliu a investida de Ikki, jogando-a de volta para o chão, onde o Guerreiro Deus pousou, intocado. Mas ela novamente se levantou para seguir lutando, seguir tentando acertar aquele ponto fraco de Siegfried.

Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de SeiyaOn viuen les histories. Descobreix ara