A Casa de Virgem está silenciosa e sob os pés de Shaka estão os quatro Cavaleiros de Bronze apagados de suas consciências. A destruição causada por seu enorme Cosmo dourado havia sido muito mais do que aqueles Cavaleiros poderiam suportar.
— Fênix deve ter caído no Inferno ou no Mundo de Asura. Já está tudo acabado.
Não estava, pois Ikki aproveitou-se de que Shaka estava muito próxima ao seu corpo e levantou-se repentinamente com seu Cosmo aceso para atingir o cérebro de Shaka com seu Golpe Fantasma. À queima-roupa, a Cavaleira de Ouro não teve como desviar, terrivelmente surpreendida; a técnica da Fênix varou seu cérebro e arrancou o elmo da Armadura de Virgem.
Ela tremeu alguns segundos sem seu elmo e sua voz parecia surpresa.
— Não posso acreditar que ainda esteja viva mesmo depois de ser atingida pelo Ciclo das Seis Existências. — falou Shaka. — Será possível que você é imortal como a Ave Fênix?
— Nem o Inferno, muito menos o Mundo dos Asuras me suportaram e por isso me enviaram de volta. — falou Ikki com deboche. — E agora é a sua vez de visitar o Inferno. Diga-me Shaka, qual dos Seis Mundos você prefere?
Mas Shaka começou a rir dela.
— Infelizmente, os Seis Mundos são apenas para os tolos. Eu sou Shaka de Virgem, a Cavaleira mais próxima dos deuses e meu caminho é outro. — sua risada continuava. — Essa sua técnica mental é realmente ridícula, Fênix. Ela depende de algo que está muito distante de meu coração. Coisas como o medo, a dúvida, a hesitação ou preocupações são coisas que estão curadas em meu peito.
A mente sem mente. A mente esvaziada.
— Nada pode fazer para me deter. — falou Shaka, finalmente.
Ikki virou-se para encarar Shaka, que estava de costas para ela, quando escutou novamente Shun gemer, agora mais ao seu lado. Viu que aos poucos ele recobrava alguma consciência.
— Shun! — gritou ela, correndo até o irmão que estava ao lado de Seiya e Shiryu, ainda desacordados.
— Ikki, Ikki é você? — emocionou-se ele abrindo os olhos com muita dificuldade. — Você veio mesmo nos ajudar?
— Sim, Shun. Estou aqui agora. Ei, Shun, fique comigo, tenha forças. — falou ela, pois Shun parecia oscilar entre sua consciência. — Eu pude sentir o seu cosmo brilhar enquanto eu repousava na boca do vulcão. Seu cosmo é brilhante como você não imagina, Shun.
O Cavaleiro de Andrômeda abriu novamente os olhos um pouco que fosse e viu que Ikki sorria brevemente para ele.
— Descanse, Shun. — pediu Ikki.
— Não podemos. — falou Shun com a voz embargada. — A Saori. Ela... ela está ferida na Casa de Áries, precisamos chegar até o Camerlengo, Ikki. Só ele pode tirar a flecha do peito de Atena.
— Uma flecha no peito?
Ela então olhou para as costas de Shaka, que continuava parada como uma estátua, quando poderia tê-los matado todos ali. Era desconcertante sua postura, mas Ikki percebeu que Shun aos poucos parecia apagar-se novamente, por mais que ela tentasse mantê-lo acordado, suas forças pareciam ter sido sugadas para dentro de si. Shun foi capaz de falar uma última coisa para Ikki. Um alerta.
— Não deixe que Shaka abra os olhos.
Os olhos de Shaka.
Ikki sentiu o peito pesado, mas levantou-se para lutar contra a Cavaleira de Virgem. Ela caminhou para mais próximo da figura imponente de Virgem.
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Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de Seiya
FanfictionReimaginação da história de Seiya de Pégaso, escrito e narrado com alterações na história. Arte da Capa: Tiago Fernandes (@tfernandes)