105 - O PALÁCIO VALHALLA

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O frio de Asgard é tão profundo quanto antigo; o vento que balança a copa das árvores da Floresta Proibida parece soprado pelos Deuses antigos do Norte. Congelam os ossos e enregelam a alma de quem se aventura pelas ruas de Asgard, pelas planícies nevadas ou as escarpas da montanha onde se erguia o Palácio Valhalla.

No topo da construção, em um enorme pátio aberto, Hilda estava de pé sobre uma plataforma diante de um abismo; e do outro lado do abismo erguia-se o Colosso de Odin, segurando uma espada sobre a quilha de um navio partido ao meio. Uma estátua encomendada aos gigantes antigos da região e cultuada por milênios. Ela acariciava o anel de ouro que trazia no dedo, presente daquele Deus antigo. Atrás de si, como sempre, estava o mais fiel dos Conselheiros de Valhalla, o Guerreiro Deus Siegfried.

— Não posso acreditar que Bud me traiu. — comentou Hilda, com ódio na voz. — Não a perdoarei nunca. Quando isso estiver resolvido, ela será caçada e jogada nas masmorras, que é o lugar de todo e qualquer traidor de Odin.

Siegfried ouviu quieto a ira de Hilda, calando fundo em seu coração, pois ele tinha alguém também muito querido jogado nas masmorras.

— Confiar naquela mulher talvez não tenha sido muito prudente. — ponderou ele, desviando sua própria atenção. — Ela era apenas uma Sombra e não uma verdadeira Guerreira Deusa. Ela jamais foi de verdade.

Hilda virou-se para ele.

— Diga-me uma coisa, Siegfried. Você será capaz de proteger a Valhalla e o Deus Odin?

— Eu protegerei você com a minha própria vida, Divina Hilda.

— Espero que nunca se esqueça disso.

E outra vez virou a face para a nevasca leve que caía para encarar os olhos de pedra de Odin.

Quando a silhueta de Bud desapareceu pela entrada do Palácio Valhalla, a única coisa que se escutou entre aqueles Cavaleiros de Atena foi o choro de Shun

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Quando a silhueta de Bud desapareceu pela entrada do Palácio Valhalla, a única coisa que se escutou entre aqueles Cavaleiros de Atena foi o choro de Shun. Ele chorava copiosamente. As mãos nos joelhos suportando a dor de sua tristeza.

— Podia ter sido a gente. — repetia ele aos soluços. — Por quê!?

Shun perguntava-se, inconformado, até onde iriam aquelas batalhas. Até quando ele precisaria apartar aquela enorme tristeza. Sentia-se responsável por ter dividido aqueles irmãos, sem ter a menor ideia da trágica história que os havia separado desde crianças e criado aquela mágoa terrível. Ele não sabia. Se soubesse talvez pudesse tentar algo diferente.

— Eu não aguento mais, Ikki. — confessou ele, olhando para a irmã, que nunca havia visto o garoto tão movido. — Podia ser você. Eu não consigo imaginar a dor que Bud deve ter sentido ao perceber que a morte do irmão ia lhe doer tanto. Talvez, talvez, o melhor fosse mesmo que ela continuasse a odiá-lo.

— Não fale isso, Shun. — tentou Ikki.

— Viemos até essa Terra em paz. Em busca de paz. — lamentou Shun. — Se eu fecho os olhos eu ainda posso ver a tristeza das pessoas em busca de alimento na praça. Um lugar que sofre dia após dia com um frio terrível. A tragédia de Mime. — falou ele, buscando o olhar de Geist, mais afastada. — E agora esses dois irmãos que a vida impediu de se amarem. E nós os matamos!

Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de SeiyaWhere stories live. Discover now