As vagas do oceano noturno e algumas estrelas no céu. Grupelhos de jovens ao longe, muita risada e bobagem. Sozinha e mais perto do mar, ela chorava. Os pés na areia.
Ele não sabia o que fazer e, ao longe, o bando de mochilas já mal podia ser visto.
Hyoga olhou para ela, que limpava as lágrimas no rosto. Ele queria pedir desculpas, talvez.
— Meu nome não é Alexei. — disse um pouco distante e extremamente desconfortável.
Ela virou o rosto e viu um jovem no escuro. Demorou a reconhecê-lo, mas, ao medí-lo da cabeça aos pés, viu em suas canelas aquelas polainas ridículas. Deixou escapar uma risada, interrompendo sua tristeza.
— Eu tenho muito azar mesmo. — falou ela pra si.
Hyoga continuou ali, na mesma distância, sem saber muito bem o que fazer com suas mãos. Olhou para o oceano. Era noite, portanto ele pouco podia ver a não ser a espuma das ondas mais próximas.
— E qual seu nome, então? — perguntou ela, chamando sua atenção.
Ele olhou para ela e ela limpava o nariz na manga.
— Hyoga.
Ela riu.
— Você tá mentindo de novo.
— Não, meu nome... é Hyoga. — repetiu ele, contrariado.
Ela finalmente acreditou.
— E vai ficar aí de pé, Hyoga?
Ele sentou. Ainda um pouco longe dela.
— As pessoas de onde você vem vão à praia assim? — disse ela apontando para aquelas polainas.
— Não temos praia.
— E de onde você vem, afinal?
— Da Sibéria.
— Sibéria?! — perguntou ela, surpresa, finalmente virando-se totalmente para ele. Ele confirmou.
— E o que está fazendo aqui? — perguntou ela, realmente interessada, e ele apenas lhe devolveu um olhar desconfiado.
— Estou em uma missão.
— Que misterioso.
Era mesmo um mistério e ele estava muito longe de resolvê-lo. Lembrou-se que estava sentado ali por outro tipo de mistério: o da culpa.
— Desculpa pelo que eu disse no estádio. — falou ele, muito torto.
Ela deu de ombros.
— Não. Você tinha razão. Eu estava mesmo fugindo. — disse ela, afundando um pouco os pés na areia. — Minha melhor amiga só queria que eu esquecesse um pouco essa situação toda. Mas ela... — hesitou a garota. — Ela é tão animada que tudo que ela faz me faz lembrar que estou triste. E porque estou triste.
— Sua irmã ainda não voltou? — perguntou ele, direto.
— Não. — respondeu ela, cabisbaixa. — Mas eu vou atrás dela.
— Sabe onde ela está? — animou-se Hyoga.
— Não, mas... — e ela hesitou, olhando para o céu. — Não sei explicar, mas eu posso sentir. Sei que ela está perto.
Hyoga olhou para o céu e viu que havia uma estrela de brilho muito fraco, mas também diferente das demais; tinha um tom avermelhado sutil. Ele teve um calafrio.
— Viu a luta de hoje? — perguntou ela.
— Sim.
— Até o Andrômeda apareceu. — comentou ela.
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Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de Seiya
FanfictionReimaginação da história de Seiya de Pégaso, escrito e narrado com alterações na história. Arte da Capa: Tiago Fernandes (@tfernandes)