86 - Reunião de Conselho

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Um mês depois da partida do Galeão de Atena, o Santuário vivia dias quentes e maravilhosos na costa grega onde levantava-se o vilarejo de Rodório, bem como a montanha das Doze Casas. As tardes e noites chuvosas do início do período simplesmente foram varridas do céu para dar lugar àquele verão fora de época, que levava os habitantes do vilarejo simples a divertirem-se na praia isolada da região.

A faixa de areia que geralmente recebia apenas alguns poucos adolescentes da vila em suas escapadas amorosas ou degeneradas, como também os poucos pescadores tanto do dia como da noite, agora fervilhava com os banhistas que abandonavam logo seus trabalhos para aproveitar aquele tempo curiosamente muito bom. Dia após dia era dia de calor e de praia.

E assim que a fresca e gostosa noite caía naquela região esquecida do mundo, as pessoas juntavam-se na praça central para contarem as fofocas do dia ou mesmo relembrarem vitórias antigas do Santuário sobre inimigos inventados ou não. Sempre havia um mais idoso que alertava os mais jovens que em seu tempo as guerras eram assim ou assado.

Com dias e noites tão agradáveis, espalhava-se entre todos a imensa sensação de que o Galeão de Atena havia cumprido sua missão e de que a paz agora reinava no mundo novamente. O bom-humor dos sentinelas, as lutas de demonstração na Arena que agora eram precedidas por esquetes de humor, ou até mesmo substituídas por tragédias encenando histórias antigas daquele povo eram amostras de um tempo curioso.

Certa noite, uma dessas muito gostosas para o povo de Rodório, o Conselho de Atena reuniu-se debaixo de poucas luzes e muita tensão entre os Cavaleiros de Ouro na Casa de Leão. Quando Mayura apareceu, os Cavaleiros de Ouro que estavam ali reunidos levantaram-se ao ver a Camerlenga entre eles. Ela pediu que todos se sentassem e imediatamente tomou a palavra.

— Obrigada pela recepção, Aioria. — disse ela primeiramente ao anfitrião. — Cavaleiros de Ouro, muito obrigada por comparecerem. Essa será uma reunião um pouco mais breve.

Havia algumas importantes ausências naquela reunião do Conselho, mas Mayura não perguntou, tampouco justificou, de modo que ninguém se opôs ao início dos trabalhos. Assim que sentaram-se todos, Mayura passou a palavra adiante.

— Nicol, queira começar, por favor.

— Muito obrigado, Mestre Mayura. — e então dirigiu-se a todos com sua voz calma e professoral. — Tenho a felicidade de confirmar que a missão do Galeão de Atena ao redor dos Sete Mares já selou quatro das sete Relíquias de Poseidon. A presença do Deus dos Mares no Santuário do Cabo Súnion já é muito mais branda do que antes e torna-se cada vez menor ao redor do mundo, como podemos ver e sentir.

Os Cavaleiros de Ouro entreolharam-se, de algum modo satisfeitos, e Mayura adicionou outra informação.

— O Capitão Meko Kaire ainda resgatou algumas crianças abandonadas em uma ilha no Mar Egeu, próximo daqui. Ao que tudo indica, eles entraram em contato com a Fundação Graad e elas foram resgatadas e já chegaram em segurança.

Shaina deixou escapar um sorriso de deboche antes de comentar em voz alta.

— Essas crianças estariam melhor na ilha do que com essa Fundação. — provocou, atraindo para si os olhos quentes de Nicol ao seu lado.

— Não é de bom tom falar mal à Deusa Atena em sua ausência. — alertou ele ao seu lado, pois, conhecedor como era, estudou e ouviu precisamente como se deu toda a crise do Santuário antes de ser liberto de sua prisão e sabia que ela fazia uma alusão à Saori, a Deusa Atena.

Shaina não fugiu do olhar atravessado de Nicol, mas Mayura novamente tomou a palavra para que aquela discussão infantil não se prolongasse.

— O que importa é que tudo está saindo como o planejado. O Galeão de Atena deve conseguir selar o restante das Relíquias de Ouro.

Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de SeiyaWhere stories live. Discover now