Os olhos se abrem lentamente, pois a luz do fim da tarde escapava das cortinas de seu quarto de hospital e iluminava seu rosto. Embora em franca recuperação, Seiya havia escapado muito antes de receber alta e novamente expôs seu corpo de garoto a uma situação extrema de batalha. Naturalmente, acabou desmaiado no píer e somente veio a acordar no dia seguinte. No hospital outra vez.
Não era verdade que somente o sol o havia acordado, pois a televisão de seu quarto também estava ligada e Saori Kido estava fazendo um pronunciamento para a imprensa.
— Desliga isso. — pediu ele e a TV prontamente desligou.
— Está acordado, Seiya? — perguntou a voz de Shun.
— Acho que sim. — respondeu ele.
— Os médicos disseram que é só sono. Hoje você já vai poder ter alta.
A voz de Shun fez voltar a Seiya alguns pesadelos que tivera na noite anterior, mas que conforme a sua mente despertava, mais e mais ele sabia que não eram frutos de um delírio.
— Conseguimos recuperar a Armadura de Ouro?
— Algumas partes apenas. — respondeu Shun e Seiya lembrou-se das lutas no píer.
Lembrou-se com amargura de não ter conseguido fazer a sua parte.
— E como você está, Shun? — perguntou ele, finalmente lembrando que a dor maior ali naquele quarto na verdade era aquela no coração do amigo.
— Não sei. — começou ele. — É tão bom saber que minha irmã está viva, mas...
— Vamos dar um jeito, Shun. — prometeu Seiya.
Shun ficou calado e trouxe até Seiya uma muda de roupa.
— Vou te acompanhar até o orfanato, Miho está te esperando com as crianças.
— Talvez elas me matem dessa vez, Shun. — disse Seiya, já imaginando Makoto no seu pescoço.
O trajeto foi feito em um carro da Fundação; os dois em silêncio vendo a paisagem rolar pela janela. O carro deixou os jovens na porta do Orfanato das Estrelas, onde Miho já os esperava.
— Seiya! — veio ela ao perceber o carro chegar.
— Olá, Miho. Muito obrigado por ter pedido ao padre para nos deixar ficar alguns dias. — agradeceu Shun. — Consegue ajudar o pobre coitado até a casa?
— Também não é assim, Shun. Eu já estou bem. — protestou Seiya. — Onde você vai?
— Eu preciso visitar um lugar que é muito importante pra mim.
— Eu vou com você. — ofereceu ele.
— Desculpa, Seiya, mas eu gostaria de ir sozinho até lá. Eu logo estarei de volta.
— Shun... — começou Seiya. — Não se culpe por sua irmã.
Shun não respondeu e apenas sorriu de volta, sem jeito, antes de deixar o amigo com Miho. Seiya entrou, as crianças estavam em outro cômodo tomando aulas de matemática e ele teve algumas horas de paz com Miho. Ela lhe disse que ainda não havia notícias de Seika, mas só se falava na Guerra Galática e que o anúncio dela ter sido encerrada foi um choque para todos.
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Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de Seiya
FanfictionReimaginação da história de Seiya de Pégaso, escrito e narrado com alterações na história. Arte da Capa: Tiago Fernandes (@tfernandes)