25 - Os Cavaleiros de Prata

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As vagas do mar invadindo a faixa de areia; as ondas quebrando contra o paredão de pedra espumando. Repetindo por vezes sem conta essa dança do mar. Um túmulo improvisado na areia. Duas figuras postadas.

— Seiya de Pégaso. — começou a falar a voz de Misty, a mão no peito. — Por se envolver em brigas pessoais e violar as regras do Santuário, você está dispensado de sua obrigação como um Cavaleiro de Atena.

Marin ao seu lado, sua máscara prateada inexpressiva. A mão também no peito.

Fizeram uma leve mesura de respeito e finalmente viraram-se para o mar.

— Parabéns, Marin. — disse Misty. — Não imaginei que pudesse ser capaz de matar seu próprio discípulo.

— Vamos, Misty. Os outros estão nos esperando e há ainda mais quatro punições.

— Vá encontrá-los, Marin. — disse Misty. — Eu tenho uma missão a mais nas montanhas.

— Nas montanhas?

— Vá, Marin. Os outros precisam de você. — limitou-se a dizer Misty.

— Te esperaremos ao raiar do sol no lugar combinado. — concordou ela.

E Marin sumiu pelo caminho de areia.

Misty virou-se para o lado contrário, por onde aquele curto espaço de praia terminava em pedras e levantava-se por vales e bosques até espichar pelas montanhas adiante.

Antes que fosse finalmente embora, no entanto, Misty sentiu um cosmo próximo. Um cosmo forte.

— Quem está aí? — perguntou ele.

E o túmulo de Seiya explodiu areia para todos os lados, revelando-o são e salvo, sem qualquer ferimento no peito, mas puxando o ar com dificuldade.

— O que significa isso? Não me diga que... — Misty olhou adiante para as pegadas na areia. — Marin...

Um truque. Marin havia usado um golpe falso com seu cosmo, fazendo com que Seiya, no máximo, ficasse inconsciente para que o enterro parecesse real. E ali estava ele. Vivo.

Levantou-se juntando forças e, ao ver Misty à sua frente, colocou-se novamente em guarda.

— Isso é ridículo. Você acaba de voltar de um túmulo e acha mesmo que terá alguma chance?

— Não me deixa outra alternativa.

Misty riu e mostrou a ele seu dedo indicador.

— Um dedo. — disse ele. — É tudo que eu preciso para te vencer, Seiya.

E aquele dedo empurrou o ar de forma que o garoto sequer pôde ver ou sentir, e ele voou pela noite mergulhando no mar violentamente.

Debaixo d'água, Seiya refletiu que a diferença de poderes era realmente imensa. Se Misty podia fazer o que fez com apenas um dedo, não havia qualquer chance para ele vencer. E ainda assim, cambaleando, saiu do mar encharcado. Tropeçou, foi ao chão, mas novamente colocou-se de pé.

— Isso é patético. — falou Misty. — Não tem nada mais ridículo do que ter um poder medíocre. Dizem no Santuário que o Cavaleiro de Pégaso venceu seus inimigos um após o outro, mas o que vejo aqui é uma figura apagada. Coberto de ferimentos, sangrando, o corpo sujo e patético. É isso que você é. Isso é o que são os Cavaleiros de Bronze.

Ajeitou sua capa dobrada no ombro.

— Deixa eu lhe explicar o que é o verdadeiro poder. Um vencedor de verdade conquista suas vitórias sem derramar uma gota de seu sangue. Sem ser atingido ou ter qualquer ferimento.

Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de SeiyaWhere stories live. Discover now