44 - Luz e Trevas

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Viram todos Seiya desaparecer pelos corredores de uma Casa de Touro totalmente destruída. Os Cavaleiros de Bronze mantinham a guarda em alerta enquanto Aldebarã parecia notar morrer o som dos passos de Seiya deixando o seu templo. Shiryu, mais atenta, notou no ar um curioso aroma de comida bem temperada.

— Bom, vai me dar trabalho demais lutar com cada um de vocês, então vou vencer os três logo de uma vez.

Um lampejo na Casa de Touro fez com que os corpos de três Cavaleiros de Bronze voassem pelo templo.

Não viram, apenas sentiram uma imensa pressão no corpo inteiro e a dor irradiando por todos seus membros enquanto foram arremessados contra colunas próximas antes de irem ao chão. Levantaram-se apoiando-se uns nos outros, buscando o ar, mas logo tiveram que se atentar, pois ao redor deles todas as colunas que não haviam colapsado começaram a tombar. O piso em que se equilibravam também afundou de um lado e levantou-se de outro, como se fosse líquido. Era o tamanho do poder destrutivo do Cavaleiro de Touro que, na verdade, destruía seu próprio templo com enorme equilíbrio, de modo que a Casa de Touro só mantinha-se de pé porque, se de um lado Aldebarã tombava uma coluna, de outro ele erguia um piso impossível para tomar seu lugar.

— Precisamos quebrar a postura dele! — gritou Shun, pulando de uma plataforma a outra que se precipitava diante dele. — Confiem em mim e ataquem quando eu mandar.

Shun saltou para um segundo andar aparentemente fixo, mas que logo foi alvo do cosmo dourado de Aldebarã. Com a queda daquela marquise, Shun jogou-se contra o Cavaleiro de Touro arremessando em sua direção suas Correntes de Andrômeda com força enquanto cantava sua voz.

— Onda Relâmpago!

A corrente relampeou no ar à sua frente com força, ziguezagueando duríssima até acorrentar o enorme torso do Cavaleiro de Ouro de braços cruzados. Shun aterrissou à sua frente, ajoelhado, e imediatamente descarregou uma onda elétrica violenta por sua corrente para eletrocutar o Cavaleiro de Ouro com seu cosmo. Shun tinha sua aura rósea ao redor de seu corpo brilhando incandescente. Aldebarã, por outro lado, não moveu-se um único centímetro.

Mas, por mais incrível que fosse, o enorme Touro de ouro sentiu-se incomodado com aquelas correntes segurando-o em sua postura, e sobretudo com a sensação do choque que percorria-lhe o corpo. Sentiu, inclusive, alguns fios de suas sobrancelhas estalarem, queimados.

— Inferno de garoto.

Ele abriu os dois braços, rompendo a corrente como se fossem barbantes, quando a voz de Shun soou forte na casa.

— Agora! — gritou ele para seus amigos.

Hyoga e Shiryu levantaram seus cosmos com a maior força que conseguiam juntar naquele momento e uniram suas poderosas técnicas; um Dragão se ergueu atrás de Shiryu e seu poderoso punho conjurou a fúria dos rios de Rozan unindo-se à rajada congelante de Hyoga que, bailando, conjurou a neve ao seu redor.

— Pó de Diamante! Cólera do Dragão!

As duas técnicas uniram-se, atraídas pelos cosmos dos Cavaleiros de Bronze, e rasgaram o ar com violência na direção de Aldebarã. Ele estendeu um único braço à frente com sua enorme mão para detê-las. Sem transparecer fazer muito esforço, o Cavaleiro de Touro suportou e dissipou a força daquelas técnicas e trouxe um silêncio sepulcral outra vez para dentro daquele templo destruído.

Aldebarã olhou para sua mão direita e limpou uma fina camada de gelo que lhe havia ficado. E então deixou escapar uma enorme gargalhada.

— Parabéns, Cavaleiros de Bronze. — disse ele, bem-humorado. — Conseguiram quebrar a minha postura. Eu adorei a estratégia de vocês.

Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de SeiyaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora