Sentados à uma mesa baixa de madeira em um banco longo. O almoço servido com bastante arroz, temperos e alguma fritura. O último andar da torre era justamente o andar da cozinha; uma bagunça enorme ao redor de um fogão de lenha e uma tina de água. As crianças brincaram que a Mestre Mu colocou a cozinha no topo justamente para chegarem cansados da subida de escadas para reporem as energias ali mesmo.
Shun serviu suas panelas e os pratos. Lunara estava radiante.
— Ai, finalmente. Comida de verdade! — disse ela. — O Kiki é horrível na cozinha!
— Eu faço os piores pratos de propósito. — gabou-se ele.
— Quanto tempo vocês estão aqui sozinhos? — perguntou Shun.
— Poucos dias. A Mestre às vezes viaja por aí, não se preocupe. Já não somos mais crianças. — falou Kiki.
— Ele ainda faz xixi nas camas. — denunciou Lunara.
— Eu vou te jogar daqui de cima!
O garoto queria atravessar a mesa para esganar a pequena, mas Shun interveio e prometeu doce para os dois se todos se comportassem durante o almoço. Na verdade, não precisava prometer nada, porque eles estavam tão famintos que, assim que esfriou um pouco o arroz, devoraram tudo em silêncio.
Comeu tanto que suava a pequena Lunara. E, ao limpar-se do suor, sem querer borrou uma das duas marquinhas que tinha na testa. Shun sorriu.
— Borrou suas marquinhas. — comentou ele.
— Ai, droga. — tirou ela um lápis rosa do bolso e refez tudo torto sem olhar. — Prontinho.
Shun sorriu e pediu o lápis para a garotinha. Limpou o que ela havia acabado de fazer e desenhou com mais delicadeza as duas marquinhas para ela.
— Agora ficou melhor. Não ficou, Kiki?
O garoto deu de ombros.
— Você é legal. — falou a pequena Lunara, guardando o lápis. Shun sorriu de volta. — Me conta como a Mestre Ikki era quando era criança?
A pergunta pegou Shun desprevenido, pois ele estava acostumado a ser o irmão menor. Nunca tinha lhe ocorrido contar lembranças de quando ela era menor do que ele. Shun sorriu surpreso, mas feliz.
— Ela era brigona. — começou ele. — Mas ela brigava com todo mundo pra todo mundo fazer a coisa certa. Uma vez ela quase bateu no Seiya, porque o Seiya queria porque queria escapar de uma aula de geografia pra jogar bola.
— Não acredito! — falou Lunara.
— Pois é.
— Que certinha. — comentou ela. — Eu cheguei alguns anos depois que vocês já tinham ido embora, eu acho. Eu adorava o orfanato. Tinha tanta coisa legal pra mexer. Mas os adultos me odiavam.
— Ora, porque?
— Eu vivia causando curto-circuito, a Mansão ficou muitas vezes sem energia por minha culpa.
Ela sorriu, e Shun adorava aquela energia inocente de Lunara.
— Aqui não tem nada. — falou ela. — Mas a Mestre Mu tem as ferramentas mais legais do mundo! Vou lá pegar pra te mostrar.
— Não vai não! — alertou Kiki. — Tá louca? A Mestre Mu vai te matar se você mexer nos martelos dela.
— É só você não contar, seu chato. — disse Lunara, quando ouviram uma voz do lado de fora chamando.
— Mestre Mu!
Lunara pulou do banco doida de alegria.
— Não acredito! Eu vou explodir! Dois no mesmo dia! — falou ela. — Eu nunca vi isso acontecer.
CITEȘTI
Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de Seiya
FanfictionReimaginação da história de Seiya de Pégaso, escrito e narrado com alterações na história. Arte da Capa: Tiago Fernandes (@tfernandes)