93 - Um Guerreiro Deus Familiar

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— Asgard não deixará que cheguem até a Relíquia. — falou Hyoga, sua voz muito dura e desconfiada. — E o que vejo ali é a Armadura de Andrômeda e também a de Fênix. Isso quer dizer que há outros invasores na região. Terei de alertar o Palácio Valhalla.

— Espere, Hyoga! — falou Shiryu, segurando o braço do amigo no escuro. — O que é que há com você, Hyoga?

O Guerreiro Deus carinhosamente segurou a mão de Shiryu quando lhe respondeu de maneira lacônica:

— O que há comigo é que invasores estão à solta em Asgard e é meu dever proteger os muros de Valhalla.

O braço direito de Shiryu começou a ser congelado a partir de onde ela havia tocado o braço de Hyoga, de modo que a Cavaleira de Atena não conseguia desvencilhar-se mais do amigo. Duplamente assombrada, de dor pelo gelo que lhe comia o braço, mas também de surpresa pelo amigo estar tão distante do que se lembrava, ao ponto de atacá-la daquela forma determinada.

— Shiryu, não tornará a usar o seu braço nunca mais. — falou Hyoga, entre sorrisos sarcásticos.

E arremessou a amiga pelo braço congelado para o ar, fazendo com que seu corpo voasse alto acima da altura dos pinheiros nevados; o Guerreiro Deus saltou na direção de Shiryu e acertou uma joelhada forte em suas costas, fazendo-a cair novamente contra a neve. A Cavaleira de Dragão estava em choque, mas o Guerreiro Deus Hyoga pouco se importou e correu adiante para acertar um soco forte no estômago da amiga, levantando a garota outra vez, fazendo-a arrastar-se contra o tronco de uma árvore próxima.

A força de Hyoga era tão avassaladora que a árvore não só balançou afastando seus pássaros, como suas raízes deixaram o chão, e ela caiu para trás deixando Shiryu rolar para o lado. O Guerreiro Deus outra vez tentou acertar Shiryu e, pela primeira vez, a garota esquivou-se da investida furiosa e usou o momento para desequilibrar o amigo usando seu único braço à disposição.

— Por que está fazendo isso, Hyoga? — perguntou Shiryu.

— É muito simples, Shiryu. — falou o amigo. — Estão aqui como invasores de Valhalla e o dever de um Guerreiro Deus é o de proteger o Palácio de Odin.

— Do que está falando, Hyoga?! Tudo que queremos é selar a Relíquia do Mar!

— Não chegarão perto da Relíquia! — vociferou Hyoga para a amiga, novamente tentando atingi-la, agora sem sucesso.

Shiryu saltou e ficou outra vez distante do amigo.

— Não quero lutar contra você, Hyoga!

— Saia de Asgard e não volte mais, Shiryu. — pediu Hyoga.

— Não, não vou te abandonar aqui, Hyoga. Nem você, nem a Ikki ou o Shun.

— Então vai morrer aqui junto deles.

Hyoga correu e acertou outra vez Shiryu, jogando-a para longe; a Cavaleira de Dragão enganchou seu braço esquerdo em um tronco para redirecionar a força de sua queda na direção do Guerreiro Deus, finalmente atingindo o amigo, fazendo com que seu elmo caísse na neve deixando seus cabelos louros finalmente se soltarem.

O Guerreiro Deus outra vez colocou-se de pé, disposto a lutar até a morte; Shiryu percebeu que o amigo parecia mesmo muito mudado, embora não tivesse certeza absoluta de que estivesse possuído, pois parecia ainda manter certa lógica e senso, ainda que estivesse do lado errado. Ao menos dentro da perspectiva de Shiryu.

A luta arrastou-se pela estrada, pelas árvores, pelo tapete de neve que em alguns pontos tingiu-se do sangue vermelho que ambos derramavam naquela terrível batalha entre amigos. E enquanto Hyoga lutava com toda sua força, Shiryu teimava em esquivar-se, defender-se com seu Escudo do Dragão e tentar defusar aquela batalha terrível com pedidos implorados para que ele parasse; mas quanto mais apanhava e mais distante ficava de onde estava, Shiryu parecia compreender que, se não fizesse algo, ela poderia mesmo morrer nas mãos de um amigo delirante.

Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de SeiyaWhere stories live. Discover now