Capítulo 63

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Mond

A partida de Sonne deixou um grande vazio, não só no apartamento que ficou sem graça e sem vida, mas também no peito de Mond, ele ficou olhando pro arco da porta que o ômega havia atravessado sem olhar para trás. Ainda era difícil de acreditar que ele não ouviria mais as risadas de Sonne enquanto ele estava jogado no sofá, que a voz doce dele não encheria mais o apartamento, que ele não dançaria em todos os cômodos da casa, que ao deitar na cama ele não sentiria mais o calor do seu corpo, o cheiro dos seus feromônios e a cosquinha em seu nariz quando seus cabelos passavam por seu rosto.

O quarto estava cheio de seus rastros, a cama ainda tinha o seu cheiro, mas era uma presença vazia, o ômega não iria mais voltar, ele não tinha nenhuma razão para ficar e Mond sabia disso, era isso que mais incomodava, ele não tinha nada para oferecer, ele não era capaz de dar uma simples resposta, como poderia dar tudo que Sonne precisava? Como poderia fazer parte da vida de alguém se ele não conseguia lidar com as próprias feridas? Como poderia ter Sonne em sua vida se ele não estava preparado para dar adeus a Sun? 

Há oito anos ele esperava a pessoa mais importante em sua vida acordar, mesmo com toda a equipe médica dizendo que Sun não acordaria, ele nunca perdeu as esperanças, enquanto seu coração batesse, enquanto ele respirasse, ainda haveria esperança.

Mas seu mundo foi abalado novamente, tudo que ele podia fazer agora era continuar esperando por seu Sol.

A semana passou arrastada, cada dia parecia durar uma eternidade, mesmo se atolando de trabalho o tempo parecia não passar, sua mente estava cheia, repleta da voz de Sonne, da sua risada, da sua presença. Por mais que ele quisesse ir atrás do ômega, Mond sabia que não mudaria nada, que por mais que ele sentisse falta ele ainda seria o mesmo vidro quebrado, ele não seria o suficiente. 

Todas as noites o alfa bebia quantidades absurdas de álcool pra conseguir dormir e tentar evitar os temidos pesadelos, ele nunca amaldiçoou tanto a sua alta resistência. Ao menos ele ainda tinha o travesseiro impregnado com os feromônios de Sonne, que era o seu único refúgio.

A sua semana só piorou quando ele recebeu uma ligação do hospital informando que alguns exames de Sonne estavam prontos, porém ainda faltavam a realização de alguns outros e o ômega não havia aparecido.

"Ele desistiu do aborto?"

O coração de Mond afundou, parecia que havia um nó em suas entranhas, Sonne havia ido embora de sua vida com seu filho na barriga, um filho que ele disse que queria abortar enquanto eles estavam "juntos" ou seja lá o que eles tinham e agora ele tinha decidido ficar com a criança? 

Era madrugada de sexta feira e Mond estava miserável, tudo que ele podia fazer era beber muito e se embriagar com os resquícios dos feromônios de Sonne, mas por algum motivo sua paz não parava de ser perturbada, seu celular tocava sem parar, o alfa não estava com vontade de falar com ninguém, por isso ele apenas ignorou, mas quem quer que fosse era muito insistente. Já furioso ele pegou o celular, sua fúria logo passou ao olhar o visor. 

"Sunshine." 

Era Sonne. 

Ele atendeu o telefone com uma certa urgência.

-Mond... – disse a voz ofegante do outro lado – Eu... Preciso.... Ajuda....

O alfa não teve tempo de dizer nada, a linha do outro lado ficou muda e o desespero tomou conta, ele tentou ligar de volta, mas o ômega não atendia, sua cabeça estava explodindo, Mond estava prestes a perder o controle.

A mente de Mond parecia um furacão, a primeira coisa que passou em sua cabeça era que Sonne podia estar tendo um aborto, ou que podia estar machucado, ou que alguém podia ter feito algo com ele, todas as tragedias imagináveis e inimagináveis. 

O Destino do Sol e da Lua (COMPELTO) Where stories live. Discover now