Capítulo 30

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Lehrer

Alguém batia violentamente na porta, Lehrer correu para abrir com o coração batendo tão forte que ele achou que fosse sair pela boca.

"Só pode ser o Sonne uma hora dessas."

Mas para sua surpresa, cabelos loiros e olhos azuis foi o que apareceram na sua frente quando abriu a porta enrolado em uma toalha, pois saíra às pressas do banho.

-Onde está o Sonne?! – Gritou Faux entrando de rompante esbarrando em Lehrer – Eu preciso falar com ele! Onde ele está?

-Quem você pensa que é pra entrar assim na casa dos outros? Ou você sai ou eu chamo a polícia!

O cheiro de álcool exalava do homem que olhava desesperado pelo apartamento.

-Ele não está aqui?

-Não! Agora saia!

Faux se aproximou e disse docemente.

-Por favor, professor...

-Eu não sou mais seu professor! Agora vá embora.

Aturdido Faux saiu e Lehrer bufou em alívio, seu coração batia forte pelo susto e pela raiva de ter aquele homem novamente em sua casa. Mas para sua surpresa Faux nunca foi embora, ele passou a noite inteira na porta do apartamento esperando Sonne voltar, ao sair para trabalhar Lehrer se deparou com um ser sem vida dormindo em seu tapete que ele apenas ignorou.

Os dias seguintes não foram diferentes, Faux não mais batia na porta, mas dormia todas as noites na porta do professor que já estava em seu limite. Na época de faculdade ele costumava gostar de Faux, apesar de sua língua afiada, sua primeira impressão dele não foi das melhores já que o garoto não mediu palavras para insultar seu professor, mas à medida que o tempo foi passando e o rapaz se demonstrou talentoso Lehrer passou a ter um pouco de admiração por ele, mas não mais, não depois de tudo que ele fizera com seu amigo.

Uma semana se passou e aquele incomodo não tinha ido embora.

"Se amanhã eu sair e ele estiver na minha porta eu vou chamar a polícia!"

Mais do que determinado Lehrer abriu a porta já com o telefone na mão e avistou aquele homem loiro sentado ao lado da sua porta dormindo, mas algo parecia diferente, ele estava completamente apagado deitado no próprio vômito.

-Ei, Faux – chamou o professor, mas não houve resposta. Ele se aproximou e percebeu aliviado que Faux ainda respirava.

-Agora você resolveu morrer na minha porta? – resmungou Lehrer enquanto carregava o homem para dentro. – Em pleno final de semana, meu santo dia de descanso e você resolve fazer isso comigo? Por que?

A muito contragosto ele limpou e tratou Faux que tinha várias feridas pelo corpo, provavelmente causados por quedas ou brigas que arranjou enquanto estava bêbado, ele fedia a álcool e parecia que não se alimentara adequadamente há dias. Após limpar as feridas e fazer um curativo pra cada uma delas, o professor tentou ministrar um soro caseiro para hidratação, mas sem sucesso.

-Vamos lá, você precisa tomar esse remédio – dizia ele pro homem desacordado.

"Acho que vou ter que esperar que ele acorde."

Lehrer deixou Faux dormindo pesadamente no sofá e foi fazer uma sopa para ajudar na recuperação, quando estava finalizando ele ouviu um estrondo. Faux havia acordado e caído no chão.

-Ei ei, você está bem? – Lehrer correu para perto.

-Onde está o Sonne? – Perguntou Faux olhando para todos os lados.

O Destino do Sol e da Lua (COMPELTO) Where stories live. Discover now