O Destino do Sol e da Lua (COMPELTO)

Capítulo 46

Após um longo banho Mond retornou à sala, Sonne o esperava no mesmo local, mas não mais tinha aquela expressão vazia e trise, o alfa também não era mais o mesmo de quando entrou na sala mais cedo, suas emoções estavam de volta. Ele não queria aceitar, mas elas estavam voltando pouco a pouco com a convivência com Sonne e ele foi pego totalmente de surpresa quando ele se deu conta de que o ômega havia se infiltrado em seu coração.

Ele sentou-se ao lado de Sonne e começou a falar enquanto olhava fixamente pro teto, apesar de estar com o corpo jogado no sofá e ter uma expressão relaxada, seus olhos ainda estavam azuis e sua voz tremia um pouco:

-O primeiro amor que eu recebi na vida foi do Sun e tenho certeza que foi o mesmo para ele... Nós nascemos no mesmo dia, no mesmo hospital, na mesma hora. Nossas mães tinham uma amizade muito forte e queriam que seus filhos tivessem algo parecido, então nossos partos foram feitos simultaneamente na mesma sala. E ao nascermos recebemos nossos nomes combinando Sun e Mond, Sol e Lua e fomos colocados em berços um do lado do outro, mas não parávamos de chorar. Nossas mães estavam ainda desacordadas devido a cirurgia e não era permitida a entrada de nossos pais, a equipe de médicos e enfermeiros não conseguia fazer aqueles dois bebês recém nascidos pararem de chorar até que alguém sugeriu nos colocar juntos e foi assim como um passe de mágica, nos aninhamos um com o outro e dormimos calmamente e essa foi o momento que nos conhecemos e o momento que começamos a nos amar.

-Foi a mesma coisa com os gêmeos. – disse Sonne estralando os dedos e apontando pra Mond - Com a morte de minha mãe, eles só se acalmavam quando estavam juntos.

-Mas isso é normal afinal os gêmeos só conheciam um ao outro e o ventre acolhedor que eles moravam, eles eram a única coisa familiar nesse mundo estranho, é completamente compreensível que eles se apoiem um ao outro, eles eram um e se dividiram em dois e viveram juntos até nascerem, acredito que pra eles a dor da separação é ainda maior do que a de sair do conforto do útero.

-Você tem razão, aqueles dois são inseparáveis até hoje.

Mond assentiu.

-Assim como o Sun e eu, sempre fomos inseparáveis, nossas famílias chegaram a dividir uma casa por um tempo pois só podíamos dormir quando estávamos juntos e erámos todos uma grande família, todos estavam felizes porque éramos destinados e isso é tão raro hoje em dia. – ele fez uma pausa e respirou fundo – Sabe? Desde que eu me entendo por gente o Sun estava lá e desde que me entendo por gente eu sei que ele é meu parceiro destinado, que quando crescêssemos ele seria o meu ômega e eu o alfa dele.

-Mas? – perguntou Sonne sentindo que tinha algo a mais a ser dito.

-Mas eu nunca senti atração física pelo Sun... Eu sempre o amei e ele sempre foi a pessoa mais importante pra mim, então porque eu não conseguia sentir vontade de beijá-lo e tê-lo em meus braços de forma carnal?

-Hmmm, talvez você só não goste de sexo? – Sonne riu.

-Eu achei isso também, eu normalmente não tenho esse tipo de interesse pelas pessoas, mas depois do tanto que nós fizemos não dá pra dizer que eu não gosto, não é? – o alfa deu um sorriso maroto.

-Sim, você gosta MUITO haha.

-Além do mais o Sun me marcou... E pra a marca acontecer é preciso o ato sexual...

-Você tem certeza disso?

Ele assentiu.

-Eu nunca reagi a nenhum feromônio, até você aparecer...

-Nem os do Sun? – Sonne estava cada vez mais convicto que Mond era o alfa da praia, se ele não reagisse aos feromônios do Sun, essa era toda a prova que ele precisava.