91 - Asgard, o Reino do Norte

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— Agora é diferente. Você sabe disso. E causando tumultos como você vem fazendo, você vai deixar as pessoas ainda mais confusas.

— Não é proibido subir na mesa e dizer o que eu acho. — falou ela.

O rapaz não respondeu à ela e escolheu ficar calado diante de sua revolta. Hagen era um dos mais estimados guardas do Palácio Valhalla e, com efeito, conhecia a Princesa Freia tanto quanto sua irmã, a governanta de Asgard, desde que eram todos muito jovens. E por isso o peito de Hagen estava pesado, pois tinha por elas uma enorme admiração e carinho, de modo que era doloroso colocar-se entre elas daquela maneira. Mas aquela era sua função.

Quanto à Freia, ela escolheu também não soterrar o amigo com suas revoltas, pois não era como se não houvesse tentado em vão pelas últimas semanas conversar ou convencer os conselheiros de sua irmã de que aquele caminho que tomavam estava errado. Muitas vezes era tomada por louca, ingrata e até invejosa pelo poder adquirido por sua amada irmã. E nem por um segundo consideravam o que ela dizia.

Atravessaram a rua principal para o passadiço e subiram em silêncio para o Palácio Valhalla.

O Palácio mais importante de Asgard era também o maior e mais opulento daquele castelo fortificado que ficava no topo de uma colina altíssima da região, como se dele pudessem ver a toda população asgardiana. Todo de pedras escuras bem talhadas e polidas, os passos dentro daquele palácio frio e lúgubre ecoavam pelas paredes. Havia um tanto de diferentes salões e câmaras, mas Freia conhecia bem o caminho até a nave principal onde sua irmã geralmente recebia as comitivas que vinham lhe implorar qualquer coisa.

Era um enorme salão em que o teto perdia-se na escuridão, enquanto colunas margeavam um tapete vermelho até um enorme fogo de chão onde queimava uma chama púrpura e quente. Por detrás das chamas e do outro lado da grande fogueira, os convivas e convidados do Palácio podiam enxergar o trono alto depois de largos degraus onde ficava a governanta de Asgard. Dois enormes corvos de pedra ficavam ao lado de um trono branco bonito onde sentava-se a irmã da Princesa Freia. Seu nome era Hilda.

Ajoelhados do outro lado da fogueira estavam dois homens que colocaram-se imediatamente de pé à chegada de Hagen e da Princesa Freia.

— Não importa o que vai falar. — adiantou-se a jovem princesa sobre todos. — Não deixarei de dizer o que penso.

— A irmã da representação de Odin não pode misturar-se aos comuns em cima de uma mesa gritando loucuras. — falou sua irmã do outro lado.

— É a verdade o que estou dizendo. Se for preciso berrar, pois então me escutarão até do mar. — respondeu ela. — Se você esqueceu de nossa missão, eu não me esqueci.

— Já repeti por mil vezes que sigo os desígnios de Odin! — vociferou Hilda. — Liderarei nosso povo ao sol! Fui abençoada por ele.

— E ele lhe abençoou com esse anel horroroso, eu imagino. — debochou Freia, e ao seu lado um dos homens levantou-se, aviltado.

— Esse é o Anel de Odin! Veja como fala, senhorita Freia.

— Esse anel é amaldiçoado, Siegfried. Todos vocês sabem! — falou Freia. — E aqui diante dela fingem que está tudo certo.

— Cale-se! — bradou Hilda. — A missão que temos é clara e nos foi dada por Odin! Não vou permitir que ninguém coloque-se em meu caminho. Nem mesmo a minha irmã.

— Você será a ruína de Asgard. — experimentou falar Freia.

— Hagen, tire minha irmã daqui! — pediu finalmente Hilda, levantando-se de seu trono.

Ela era absolutamente maravilhosa; usava uma Armadura de Valquíria negra, que deixava-lhe o longo vestido à vista e tinha uma lança de ébano nas mãos, os cabelos claros às costas e um Anel de Ouro na mão esquerda.

Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de SeiyaWhere stories live. Discover now